EDUCAÇÃO FÍSICA DO PROFESSOR WILLIAM PEREIRA

Este blog é a continuação de um anterior criado pelo Professor William( http://wilpersilva.blogspot.com/) que contém em seus arquivos uma infinidades de conteúdos que podem ser aproveitados para pesquisa e esta disponível na internet, como também outro Blog o 80 AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA (http://educacaofisica80aulas.blogspot.com/ ) que são conteúdos aplicados pelo Professor no seu cotidiano escolar.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Notícias da Educação Física

Notícias da Educação Física


Treinamento de Braçada na natação

Posted: 03 Oct 2012 09:22 AM PDT


Propulsao. Isso é sinônimo de uma braçada eficiente. Porém, há outro ponto tão importante quanto esso que muitos negligenciam no treinamento: ritmo.

Nenhum estilo é eficiente se ocorre "ponto morto" em qualquer fase da braçada. Ou seja, ponto em que o corpo perde velocidade por falta de propulsao, falta de ritmo.

Existem dois tipos de pessoas com esse problema. Aqueles que alongam a braçada, fazendo exercício de "espera braço" e aqueles que mudam a velocidade da braçada na fase submersa, acelerando e freando a mão sem "pegar" água.

No primeiro tipo, espera braço,  o nadador pode ser eficiente, mas ao esperar o braço ele faz muita força em cada braçada e perde toda velocidade extra com o tempo de espera. O corpo acelera veloz, e freia também na mesma proporção. Ninguém possui tanta força a ponto de não fadigar dessa forma.

Já o segundo tipo esquece que a braçada deve ser progressiva, mantendo o ponto de pressão na palma da mão em todo percurso da braçada. Para conseguir essa pressão, acelera-se a puxada  progressivamente. Contudo, ao finalizar a braçada, aproximadamente na linha do quadril, deve-se soltar a pressão na palma da mão para uma recuperação mais eficiente.

Um erro comum para esse tipo é acelerar o início da braçada, no apoio, e depois parar  a mão,  tentando acelerar novamente no final da braçada, com o tríceps. Por 50m pode-se aguentar um bom ritmo assim, mas certamente haverá dificuldades ao tentar nadar 100m ou mais!

Lembrem-se: a braçada deve ser progressiva, terminando com força por ocasião do rolamento do corpo, mas ao final, não deve-se forçar "ëxtra" a mão, com o tríceps...
Enfatizo que deve ser um movimento contínuo sem desgaste extra. Em vez de forçar o tríceps, e atrapalhar o rolamento do corpo e inércia, faz-se necessário justamente começar a outra braçada e relaxar a mão e braço para recuperação a braçada.

Uma boa melhora, continuem focados e sempre pra frente (sem pontos mortos)!!

Um vídeo curtinho pra demonstrar isso... http://www.youtube.com/watch?v=-8egC7PbOME, e outro ainda mais nítido , http://www.youtube.com/watch?v=cg59UUqBK4c&feature=related .



Exemplo de atividade: Flag football - o futebol jogado com as "mãos"

Posted: 03 Oct 2012 08:23 AM PDT



Objetivos
- Conhecer e jogar o flag football nas suas características.
- Comparar as modalidades flagball, rúgbi e futebol americano e classificá-las de acordo com critérios como as regras e os códigos de conduta, o campo de jogo, as habilidades e as técnicas utilizadas, os sistemas táticos de jogo, o número de jogadores e as diferentes funções etc.

Conteúdo
Flag football

Anos
7º e 8º

Tempo estimado
15 aulas

Materiais necessários
Bolas de futebol americano ou de rúgbi (ou bolas murchas de futebol), coletes, tiras ou fitas de tecido, papel craft (pardo), papel branco ou cartolinas, canetas e computadores conectados à internet.

Flexibilização
Para alunos com deficiência visual
Nas etapas de pesquisa sobre o flagball, é importante que você ofereça ao aluno materiais em braile para que ele consulte as regras da modalidade, além de computadores com softwares de leitura, como o Jauss ou o Dosvox, que ajudam no acesso à internet. Você também pode levar para a sala de aula os objetos utilizados em uma partida, como as flags, os cones e uma bola com guizo (para que o aluno com deficiência visual possa guiar-se pelo barulho). No momento das partidas, consulte a turma e seu aluno sobre as melhores formas de adaptar o jogo. Vocês podem começar ensaiando estratégias de arremessos e defesas, com a participação de todos. Permita que o aluno cego explore o espaço da quadra para que perceba, antecipadamente, o lugar dos cones e as marcações no espaço. Se desejar que todos tenham uma experiência semelhante, proponha alguns jogos em que todos os participantes estejam com os olhos vendados. Amplie o tempo de realização das etapas, se necessário, e conte sempre com o apoio do profissional responsável pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE).

Desenvolvimento
1ª etapa
Organize uma roda de conversa para contar aos alunos que todos vão conhecer nas próximas aulas um esporte diferente, o flag football. Verifique se alguém já conhece a modalidade. Assistiram alguma partida ou leram a respeito? Já tiveram a oportunidade de praticar? Quais são as regras? Acham ser possível praticar na escola? Como fazer para meninos e meninas jogarem juntos? É fundamental, durante todo o percurso, mantenha um diário atualizado com os registros das observações e dos depoimentos realizados pelos alunos. Convide a turma a conhecer um pouco mais desse esporte.

2ª etapa
Como o flag não é muito conhecido no Brasil, diga que há esportes que se assemelham de alguma forma a ele, como o futebol americano e o rúgbi. Pergunte à turma se alguém conhece esses esportes e se já praticaram. Vídeos podem ser utilizados para que os alunos conheçam os jogos. Algumas sugestões:
MN Flag Football Plays of the Week
Flag Football Trick Play
Flag Ball

3ª etapa
Divida a turma em oriente uma pesquisa na internet sobre o tema e peça que descubram as seguintes informações sobre o flag, o rúgbi e o futebol americano: quem inventou e onde surgiu, quais as principais regras, como se joga e quais as principais funções dos jogadores. Informe quais sites são fontes confiáveis a respeito: Liga Paulista de Futebol Americano e Confederação Brasileira de Rugby.

4ª etapa
Socialize o resultado das pesquisas, organizando coletivamente um painel com o registro das informações. Compare com a turma as semelhanças e as diferenças entre o futebol americano, o rúgbi e o flag. Destaque o fato de o flag ser uma modalidade inclusiva: por não ter muitos momentos de contato entre os jogadores, permite que meninos e meninas joguem juntos.

5ª etapa
Questione como fazer para jogar o flag na escola. Seguindo as regras oficiais, quais adaptações são necessárias? Proponha um jogo experimental considerando as sugestões dadas e considere a importância de que os alunos devem jogar nas posições de ataque e defesa. Aproveite a oportunidade para, nas partidas seguintes, sistematizar o conhecimento sobre a tática do jogo. Levante com a garotada quais as responsabilidades de cada um nas diferentes funções, quais as funções mais difíceis ou mais fáceis de executar e quais as habilidades necessárias em cada função. Reforce a importância do contato restrito sugerido pela modalidade. Isso irá contribuir para que os meninos e as meninas possam jogar juntos.

6ª etapa
Depois de algumas vivências, incentive a turma a discutir em equipe e combinar uma tática de jogo, diferenciando as estratégias em função do ataque e da defesa. Sugira que elas sejam anotadas para serem analisadas depois. Terminado o jogo, reúna as equipes para questionar quais as ideias deram certo? Por quê? Quais não foram bem sucedidas? O que eles sugerem para melhorar a tática de jogo? Neste momento, relacione os aspectos táticos aos técnicos. Os alunos devem compreender essa relação como algo indissociável, ou seja, quanto melhor a técnica, melhor a capacidade de pensar e executar as estratégias de ataque e de defesa. A ideia é valorizar tanto as táticas construídas para as situações de ataque quanto para as situações de defesa. Chame atenção para a importância de cada jogador, que muitas vezes não marcam os pontos, mas contribuem para a proteção de quem pontuou. Oriente a turma a reelaborar as estratégias, aperfeiçoando-as levando em conta o que foi conversado. É sempre bom dar a oportunidade para que as novas estratégias sejam aplicadas e analisadas. Só assim os jogadores saberão se estão ou não avançando.

Avaliação
Peça para os alunos refletirem sobre as expectativas de aprendizagem que tinham no início e falar sobre como foi a experiência e quais os aprendizados desenvolvidos. Registre os depoimentos e comente a participação de cada um. Algumas perguntas pré-elaboradas podem ser utilizadas: os objetivos foram alcançados? Conseguimos jogar o flagball? Quais as diferenças entre o rúgbi, o futebol Americano e o flag? Vocês sabem dizer quais as principais regras do flag? Por que o flag é um jogo inclusivo? O que mais fácil neste jogo, atacar ou defender? Qual a relação entre a técnica e a tática neste jogo?


Inserção do professor de Educação Física no Programa de Sáude da Família

Posted: 03 Oct 2012 08:19 AM PDT

  A Educação Física (EF) é uma ciência que nas últimas décadas vem se estruturando, conseguindo se configurar como uma importante área de estudos e pesquisa. E uma de suas subáreas que cada vez mais vem ganhando destaque, nos últimos vinte anos, é a de atividade física (AF) e promoção da saúde, principalmente pela enorme quantidade de trabalhos que vem sendo publicado no meio científico. (PITANGA, 2002).

    As novas evidências, vem comprovando cada vez mais, a importância e contribuição da atividade física para a melhoria da qualidade de vida de uma população. Isso se confirma, através de relações entre sedentarismo, como fator de risco, e estilo de vida ativo, como fator de proteção a doenças hipocinéticas e crônico-degenerativas, que é atualmente grande fonte de preocupação mundial no que se refere à Saúde Pública. (ACSM, 2003).

    Com relação à origem desses agravos, precisamos nos atentar, que um dos principais fatores de risco é um estilo de vida sedentário e estressante que são características do modo de produção capitalista. Neste sistema econômico, que se consolidou no século XIX, os interesses de uma minoria dominante correspondem às suas necessidades de acumular riquezas, gerar mais renda, ampliar o consumo, o patrimônio e garantir o poder para manter a posição privilegiada que ocupa na sociedade e a qualidade de vida construída a custa da "exploração" da classe trabalhadora. (SOARES et al, 1992). Desde então, o homem trabalhador, para garantir a sua sobrevivência, passou a transformar o seu tempo de vida em tempo de trabalho, sofrendo, assim, um grande desgaste que na maioria das vezes lhe impossibilita usufruir de alguns bens humanos como o lazer, a educação e a atividade física.

    Percebemos que todo o conhecimento produzido acerca da atividade física e saúde, poucas vezes é colocado e aplicado a serviço da sociedade, o que pode ser constatado através de um trabalho apresentado por acadêmicos de Educação Física da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) durante o 8º Congresso de Pesquisa e Extensão (CONPEX) em 2004, no qual retratou que 57% dos profissionais de EF de Jequié - BA atuam em academias e Clínicas particulares (OLIVEIRA et al, 2004), contrastando com os profissionais de outras áreas a exemplo da Medicina, Enfermagem e Fisioterapia, cujo campo maior de atuação é a Saúde Pública.

    Acreditamos que talvez esse fato perpasse por vários motivos, dentre eles: a) O desconhecimento da comunidade sobre a importância do trabalho deste profissional, o que acaba influenciando na falta de interesse da população em cobrar das autoridades públicas a sua atuação no sistema de saúde; e b) Os ranços históricos desta área do conhecimento, que até pouco tempo, não priorizava a atuação na Saúde Pública.

    Dessa forma, percebemos que somente uma minoria que tem condições de usufruir de tais serviços, pagando uma academia, um personal trainer, ou às vezes, fazendo parte de clubes e associações sociorecreativas/desportivas, tem a "possibilidade" de ter um acompanhamento e orientação do professor de EF, enquanto a parte majoritária passa a ter acesso muito limitado ao seu conhecimento, se restringindo apenas às informações transmitidas através da mídia, que em sua grande parte são equivocadas, já que, quase sempre visam objetivos estéticos, que estão diretamente relacionados com o consumo e a comercialização de produtos, inclusive o corpo.

    Diante deste contexto, apresentamos como um possível local para intervenção do professor de EF o programa de saúde da família (PSF), que surge como uma das alternativas de (re)orientação do modelo de atenção à saúde, e é entendido como resultante do estabelecimento de vínculos e a criação de laços de compromisso e co-responsabilidade entre os poderes políticos, os profissionais de saúde e a comunidade. O PSF caracteriza-se como uma estratégia que possibilita a integração e promove a organização das atividades de atenção à saúde, em uma determinada área de abrangência, na tentativa de propiciar o enfrentamento e resolução dos problemas identificados. (BRASIL, 1997). Propõe-se a trabalhar com o princípio da vigilância à saúde, apresentando uma característica de intervenção inter e multidisciplinar.

    O objetivo deste trabalho é iniciar algumas discussões acerca da inserção do professor de Educação Física no PSF.


A Educação Física e sua relação histórica com a saúde e a qualidade de vida

    Para que possamos entender como a Educação Física (EF) surgiu, é preciso compreender o contexto histórico e a razão pela qual ela se instituiu.

    Segundo Soares et al. (1992, p.50), "[...] podemos afirmar que ela surge de necessidades sociais concretas que, identificadas em diferentes momentos históricos, dão origem a diferentes entendimentos do que dela conhecemos". No entanto, para desenvolvermos um melhor entendimento, faz-se necessário que retornemos a raiz.

    Na Grécia antiga, a Atividade Física (AF) conseguiu uma grande representatividade através da ginástica, que era praticada somente por homens livres. Na sua essência, essa atividade tinha como principal objetivo o culto ao corpo, que se relacionava ao pleno estado de contemplação e veneração na busca de uma aproximação, pelo menos física, dos deuses. Também visava a moral e a estética. (BARBOSA, 2001). Mais tarde, ela ganhou fins bélicos e passou a ser utilizada também no treinamento dos gladiadores. (PITANGA, 2002).

    Logo após a revolução de 1789, que deu origem a uma grande mudança no sistema político e econômico, destituindo a nobreza e o clero do poder, inviabilizando assim, a relação servo-senhor feudal e afirmando a burguesia enquanto classe dominante, surgiu uma outra relação de dominação, dessa vez burguesia-proletariado. Com a afirmação dessa sociedade capitalista em fins do século XVIII e início do século XIX, surge à necessidade de se constituir um novo homem, mais forte, ágil e resistente, capaz de responder a essa nova sociedade. (SOARES et al, 1992; BARBOSA, 2001).

    Dessa forma, segundo Soares et. al. (1992, p.51):

O trabalho físico, então, na Europa dos anos oitocentos, passa a merecer atenção das autoridades estatais, e liga-se ao tema dos cuidados físicos com o corpo [...] - os quais incluíam a formação de hábitos como: tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos - que se faziam presentes, também, os exercícios físicos, vistos exclusivamente como fator higiênico.

    Com esse papel, nasce na Europa no final do século XVIII e início do século XIX, em âmbito escolar, a EF. Ela surgiu através da sistematização de jogos, ginástica, dança e equitação em exercícios físicos, sendo que as primeiras formas estruturais partiram da ginástica e foram denominados métodos ginásticos. Autores como o sueco Ling, o francês Amoros e o alemão Spiess tiveram o mérito de aliar ao desenvolvimento da EF na escola um espaço de respeito e privilégio.

    No desenvolvimento do conteúdo da EF escolar, o médico tinha papel destacado, orientando a função dessa disciplina na escola. As aulas eram ministradas por instrutores físicos do Exército, que aplicavam nestas instituições os rígidos métodos militares de disciplina e hierarquização, cujo projeto visava à construção do homem disciplinado, obediente, submisso e respeitador da ordem social. (SOARES et al, 1992).

    No Brasil, a EF higienista predominou até 1930. Segundo Guiraldelli Jr. (1994, p.18), esta concepção acreditava ser capaz de "redimir o povo de 'seu pecado mortal, que é a ignorância', e que o leva as condições de deteriorização da saúde". Na verdade, o que existe na Educação Física higienista é uma pseudopreocupação com a saúde da população, já que a lógica é tornar o homem "saudável" através do exercício, para depois sugar toda a sua energia na produção.

    Nas quatro primeiras décadas do século XX, foi marcante no Brasil a influência dos métodos ginásticos e da instituição militar, principalmente no período de 1930 a 1945. (BARBOSA, 2001). É importante ressaltar, que os profissionais que atuavam na EF eram instrutores das instituições militares, pois nesta época não havia escolas de formação de professores dessa área do conhecimento, sendo a primeira criada em 1939. (BRASIL, 1939 apud SOARES et al, 1992). No final da década de 40, com o término da II Guerra Mundial e inspirada no ideal liberal da Escola Nova, surgiu a tendência definida por Guiraldelli Jr. (1994) como Pedagogicista, que defendia um caráter educacional mais efetivo, com ênfase na pedagogia. A partir dos anos 70, influenciada pelo sucesso de algumas equipes nacionais no exterior, a EF volta-se quase que exclusivamente para o interesse esportivo, cujo pressuposto básico era formar equipes desportivas competitivas.

    Dessa forma, o que podemos perceber nesse breve passeio histórico, é que a AF relacionada à saúde, com o interesse de contribuir para uma melhor qualidade de vida dos indivíduos, não era um objeto de estudo privilegiado pela EF.

    Na verdade este interesse só começou a acontecer a partir de 1945, quando ocorreu um aumento significativo de doenças como úlceras pépticas, câncer de pulmão e doença arterial coronariana, ou seja, quando se iniciou a era das doenças crônico-degenerativas. Os estudos de caso-controle conseguiram demonstrar que a gênese destas doenças está ligada a uma rede multicausal, da qual faz parte o estilo de vida, o meio ambiente e os aspectos sociais, onde o sedentarismo aparece como um dos fatores determinante de agravos à saúde. (PITANGA, 2002).


Organização e função do Programa de Saúde da Família

    Segundo Franco e Merhy (2000, p.2), o PSF foi concebido pelo Ministério da Saúde (MS) em 1994, com o objetivo de proceder

A reorganização da prática assistencial em novas bases e critérios, em substituição ao modelo tradicional de assistência, orientado para a cura de doenças e no hospital. A atenção está centrada na família, entendida e percebida a partir do seu ambiente físico e social o que vem possibilitando as equipes de saúde da família uma compreensão ampliada do processo saúde/doença e da necessidade de intervenções que vão além de práticas curativas.

    Portanto, o que percebemos é que o PSF se dispõe a trabalhar com o princípio da vigilância a saúde, apresentando uma característica de intervenção inter e multidisciplinar. Também se mostra como uma estratégia que busca tornar possível a integração e promover a organização de atividades em uma certa área de abrangência, visando oportunizar o enfrentamento e a conseqüente resolução dos problemas identificados.

    As principais metas do PSF apontadas pelo MS são: a) Prestar, na Unidade de Saúde da Família (USF) e no domicílio, assistência integral, contínua, com resolubilidade e boa qualidade às necessidades de saúde da população adscrita; b) Intervir sobre os fatores de risco aos quais a população está exposta; c) Eleger a família e o seu espaço social como núcleo básico de abordagem no atendimento à saúde; d) Humanizar as práticas de saúde através do estabelecimento de um vínculo entre os profissionais de saúde e a população; e) Proporcionar o estabelecimento de parcerias através do desenvolvimento de ações intersetoriais; f) Contribuir para a democratização do conhecimento do processo saúde/doença, da organização dos serviços e da produção social da saúde; g) Fazer com que a saúde seja reconhecida como um direito de cidadania e, portanto, expressão da qualidade de vida; h) Estimular a organização da comunidade para o efetivo exercício do controle social. (BRASIL, 1997).

    O MS acredita que "por seus princípios, o PSF é, nos últimos anos, a mais importante mudança estrutural já realizada na Saúde Pública no Brasil". (BRASIL, 2000, p.317). O Ministério ainda alerta, que o modelo de atenção preconizado pelo PSF, já foi implantado em outros países como o Canadá, Reino Unido e Cuba, resolvendo mais de 85% dos agravos encontrados. Além disso, o programa possibilita uma forte interação entre o MS, estados, municípios e comunidades.

    Entretanto, autores como Franco e Merhy (2000), acreditam que o PSF tem sua essência circunscrita, prioritariamente, ao campo da vigilância à saúde. Seu trabalho é centrado no território de acordo as concepções desenvolvidas pela Organização Pan-Americana de Saúde, ou seja, nos cuidados a serem oferecidos para ações no ambiente, não dando o merecido valor ao conjunto de práticas clínicas individuais para os casos em que os processos mórbidos já se instalaram. Estes autores chamam atenção que, dessa forma, o PSF desarticula sua capacidade substutiva (transformadora), reduzindo o trabalho vivo em ato, saúde, normas e regulamentos definidos conforme o ideal de vigilância à saúde. Assim, por não atuar também na direção da clínica, dando-lhe real valor com propostas ousadas a exemplo da "clínica ampliada", termina agindo na linha auxiliar do modelo médico hegemônico. É como se o PSF estivesse delimitando os terrenos de competência entre a Equipe de Saúde da Família (ESF) e a corporação médica, com o PSF cuidando da saúde coletiva e a corporação médica da saúde individual.

    As críticas dos autores supracitados indicam que o programa exagera onde está o problema do atual modelo tradicional de assistência, contudo não o decifra e acaba sendo abafado pelo modelo médicocentrado, operando centralmente na produção de procedimentos e não na produção do cuidado e da cura.

    Com relação à implementação do modelo, as diretrizes a serem seguidas devem ser operacionalizadas de acordo com as características regionais, municipais e locais.

    No entanto, toda USF deve trabalhar com uma área de sua responsabilidade. Pode ser composta por uma ou mais equipes, a depender do número de famílias a ela vinculada. O MS recomenda que uma equipe seja responsável por um território onde residam de 600 a 1000 famílias, com o limite máximo de 4500 habitantes. Cada equipe mínima deve ser composta por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 5 a 6 agentes comunitários de saúde. Outros profissionais, a exemplo do professor de EF, podem ser inseridos de acordo com as demandas e características locais.

    A principal atribuição dos profissionais da ESF é facilitar e estimular a população a exercer o seu direito de participação em todos os encaminhamentos e fiscalização das políticas públicas de saúde, para que através da participação popular haja adequação das ações de saúde às necessidades da população. (BRASIL, 1997).


Possíveis contribuições do professor de Educação Física para o PSF e a realidade de Jequié

    Como podemos perceber, a relação da atividade física (AF) com a saúde até alguns anos atrás, não era objeto de estudo em destaque pela EF, no que diz respeito à questão epidemiológica, visando contribuir com a qualidade de vida da população.

    No entanto, atualmente a AF e saúde vem se constituindo em uma das mais importantes áreas de estudo e pesquisa. Isso se evidencia pela enorme quantidade de ensaios experimentais que vem sendo publicados na literatura, cujos interesses são verificar os efeitos benéficos da AF sob variáveis fisiológicas, metabólicas, morfológicas e psicológicas. (PINTO et al, 2003; FARINATTI et al, 2005; KHAWALI et al, 2003; PORTO et al, 2002; TAMAYO et al, 2001).

    Vários estudos analíticos, com base em trabalhos epidemiológicos prospectivos e pesquisas de base laboratorial, quantificaram os muitos benefícios de um estilo de vida fisicamente ativo, são eles: diminuição nos fatores de riscos para doença arterial coronariana, diabetes e hipertensão; menor incidência de osteoporose e alguns tipos de câncer; gordura corporal total reduzida; pressão arterial reduzida em repouso; mortalidade e morbidez reduzidas; menor ansiedade e depressão; sensações de bem-estar aprimoradas; e melhor desempenho nas atividades laborativas, recreativas e desportivas. (CIOLAC & GUIMARÃES, 2004; PITANGA, 2002; ACSM, 2003). Um estudo de caso-controle, realizado por Silva et al no Brasil, demonstrou que a prevalência de infarto agudo do miocárdio foi significativamente maior nos indivíduos que não cultivavam o hábito de realizar AF no passado. (SILVA et al, 1998).

    Para melhor explicitarmos as possíveis contribuições e relevância do professor de Educação Física no PSF, acreditamos que seja necessário caracterizar o programa e apontar alguns dados do município de Jequié - BA em relação ao quadro de morbimortalidade.

    De acordo com o DATASUS, doenças endócrinas nutricionais e metabólicas, doenças do aparelho circulatório e respiratório, juntas foram responsáveis por 25,9% de todas as internações hospitalares no ano de 2003; sendo que as cardiovasculares juntamente com as respiratórias corresponderam a 41,97% de todas as internações na população com mais de 50 anos. (DATASUS, 2003).

    No que se refere à mortalidade, somente as doenças cardiovasculares e as respiratórias foram responsáveis por 40,2% de todos os óbitos no município neste mesmo ano, sendo que na população imediatamente acima dos 50 anos, estas corresponderam a 51,77%. (DATASUS, 2003).

    Diante do quadro exposto e dos possíveis benefícios que a AF pode proporcionar a saúde individual ou coletiva, acreditamos que intervenções dos professores de Educação Física em conjunto com outros profissionais de saúde no PSF podem causar um grande impacto na Saúde Pública de Jequié, uma vez que programas de orientação e prescrição de AF junto às famílias acompanhadas pela ESF poderiam interferir nos fatores de risco das doenças crônicas, previnindo-as e diminuindo suas complicações, prolongando a vida com mais qualidade; contribuindo possivelmente com a redução da prevalência dessas doenças e, conseqüentemente, na diminuição significativa no índice de morbimortalidade do município.


Considerações finais

    Uma vez que a Estratégia de Saúde da Família tem, dentre suas diretrizes, a intersetorialidade e multidisciplinaridade visando à promoção, proteção e recuperação da saúde, constata-se que o professor de Educação Física (EF) atende ao perfil para composição desta equipe.

    Uma vez inserido na Equipe de Saúde da Família (ESF), o professor de EF será capaz de desenvolver ações que sejam compatíveis com as metas desta estratégia. Poderá atuar avaliando o estado funcional e morfológico dos sujeitos acompanhados, estratificando e diagnosticando fatores de risco à saúde; prescrevendo, orientando e acompanhando atividades físicas, tanto para as pessoas ditas "saudáveis", objetivando a prevenção e a promoção da saúde, como para grupos portadores de doenças e agravos, utilizando-a como tratamento não farmacológico, e intervindo nos fatores de risco; socializando junto à comunidade a importância da atividade física com base em conhecimentos científicos e desmistificando as concepções equivocadas acerca de sua prática.

    Este trabalho teve como objetivo iniciar algumas discussões acerca da temática abordada, porém percebemos que há ainda carência quanto aos estudos relacionados a esta questão na literatura, o que acaba por sugerir que novos trabalhos e pesquisas sejam realizados com o intuito de ampliar esta discussão.


Referências bibliográficas

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  • BAHIA. Secretaria Municipal de Saúde de Jequié. SIAB. Jequié: 2004 a.

  • _______ . Secretaria Municipal de Saúde de Jequié. Relatório de Gestão. Jequié: 2004b.

  • BARBOSA, Cláudio L. de Alvarenga. Educação Física Escolar: as representações sociais. Rio de Janeiro: Shape, 2001.

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Saúde da Família. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 1, n. 34, p. 316-9, 2000.

  • _______. Saúde da Família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília: Ministério da Saúde, 1997.

  • CIOLAC, Emmanuel Gomes; GUIMARÂES, Guilherme Veiga. Exercício físico e síndrome metabólica. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 10, n. 4, p. 319-324, jul/ago. 2004.

  • DATASUS. Caderno de informações de saúde: Informações gerais. Ministério da Saúde: Secretaria Executiva, 2003.Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/cadernosmap.htm Acesso em: 20 abr. 2005.

  • FARINATTI, Paulo de Tarso Veras et al. Programa domiciliar de exercícios: efeitos de curto prazo sobre a aptidão física e pressão arterial de indivíduos hipertensos. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 84, n. 6, p. 473-479, jun. 2005.

  • FRANCO, Túlio; MERHY, Emerson. PSF: contradições e novos desafios. São Paulo: Conferencia Nacional de Saúde On-Line, 2000. Disponível em: http://www.datasus.gov.br/cns/temas/tribuna/PsfTito.htm. Acesso em: 23 dez. 2000.

  • GUIRALDELLI Jr., Paulo. Educação Física Progressista. São Paulo: Loyola, 1994.

  • KHAWALI, Cristina; ANDRIOLO, Adagmar; FERREIRA, Sandra Roberta G. Benefícios da atividade física no perfil lipídico de pacientes com diabetes tipo 1. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 47, n. 1, p. 49-54, fev. 2003.

  • OLIVEIRA, Carlos Eduardo F. Pirôpo de et al. Identificando campos de atuação do profissional de Educação Física no município de Jequié - BA: Análises introdutórias. In: CONGRESSO DE PESQUISA E EXTENSÃO (CONPEX), 8., 2004, Itapetinga. Anais. Itapetinga: UESB, 2004.

  • PINTO, Vivian Liane Mattos; MEIRELLES, Luisa Ribeiro de; FARINATTI, Paulo de Tarso Veras. Influência de programas não-formais de exercícios (doméstico e comunitário) sobre a aptidão física, pressão arterial e variáveis bioquímicas em pacientes hipertensos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 9, n. 5, p. 267-274, set/out. 2003.

  • PITANGA, Francisco José Gondim. Epidemiologia, atividade física e saúde. Revista Brasileira Ciência e Movimento, Brasília, v. 10, n. 3, p. 49-54, jul. 2002.

  • PORTO, Marcus C. Vaz et al. Perfil do obeso classe III do ambulatório de obesidade de um hospital universitário de salvador, Bahia. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabolismo, v. 46, n. 6, p. 668-673, dez. 2002.

  • SILVA, Marco Aurélio Dias da Silva; SOUSA, Amanda G. M. R.; SCHARGODSKY, Hernan. Fatores de risco para infarto do miocárdio no Brasil: Estudo FRICAS. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 71, n. 5, p. 667-675, 1998.

  • SOARES, Carmem Lúcia et al. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. - (Coleção magistério. 2º grau. Série formação do professor).

  • TAMAYO, Álvaro et. al. A influência da atividade física regular sobre o autoconceito. Estudos de Psicologia, Natal, v. 6, n. 2, p. 157-165, jul/dez. 2001.


Cientistas “rejuvenescem” músculos velhos

Posted: 03 Oct 2012 07:59 AM PDT


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As décadas passam, os cabelos ficam brancos ou caem e os músculos já não têm o mesmo vigor da juventude.

Enquanto tinturas e tratamentos contra a calvície podem ajudar a esconder a idade, quando se trata de manter a força muscular a situação é mais complicada: mesmo com exercícios regulares, os músculos perdem a força conforme a pessoa envelhece.

Para entender o que está por trás desse enfraquecimento, um grupo de pesquisadores analisou as células musculares de ratos velhos e, além de descobrir a raiz do problema, encontraram uma solução – ao menos quando se trata desses animais.

"Estepe" muscular

Dentro dos músculos há "reservatórios" de células-tronco, ativadas por exercícios ou ferimentos para reverter os danos. Quando é necessário, elas se dividem e se transformam em novas fibras musculares. Ao final, algumas se multiplicam para manter o "reservatório" e permitir que o músculo se recupere mais vezes.

Ao analisar as células musculares das cobaias mais velhas, os pesquisadores perceberam que restavam poucas células-tronco, o que explicaria por que os músculos vão perdendo a capacidade de se regenerar com o passar do tempo. Contudo, restava a dúvida: por que as células-tronco ficavam escassas?
A equipe encontrou nas amostras níveis elevados da proteína FGF2, que estimula a divisão das células-tronco e é, portanto, essencial para o processo de regeneração muscular. Durante as análises, porém, os pesquisadores perceberam que a proteína estimulava as células-tronco mesmo quando não era necessário, literalmente desperdiçando as "reservas".

Depois de descobrir o problema, os pesquisadores encontraram uma forma de inibir parcialmente a ação da FGF2: injetando uma substância química diretamente nos músculos das cobaias. Com isso, evitaram o desperdício das células-tronco.

"Ainda estamos distantes de prevenir ou reverter o dano muscular em humanos mais velhos, mas esse estudo revelou pela primeira vez um processo que pode ser responsável pelo desgaste muscular relacionado ao envelhecimento, o que é muito promissor", destaca o pesquisador Albert Basson, do King's College London (Inglaterra). Algum dia, é possível que sejamos capazes de "rejuvenescer" músculos. "Se pudermos fazer isso, será possível dar às pessoas a chance de viver com mais mobilidade e independência conforme elas envelhecem".

O próximo passo da equipe é analisar se o mesmo mecanismo descoberto nas cobaias está por trás do desgaste muscular em seres humanos.

*Matéria retirada do site HypeScience 


A saúde do profissional de Educação Física

Posted: 03 Oct 2012 07:40 AM PDT


Dentre os cursos de Educação Física no Brasil são muitos os que apresentam disciplinas em sua grade curricular que visam estabelecer e promover a saúde dos praticantes de atividade física. No entanto, muito do que o graduando aprende sobre intensidade, duração e freqüência de exercício aplica-se única e exclusivamente aos seus alunos pois em decorrência de sua prática profissional estes próprios limites não são respeitados, ou seja, o aluno faz o prescrito pelo professor mas ele mesmo ultrapassa as dosagens adequadas quando de sua atividade profissional É fato que toda profissão tem em sua prática implicações decorrentes da especificidade de cada uma delas. Na Educação Física não poderia ser diferente pois esta é marcada por uma diversidade de atividades que exigem um envolvimento, tanto físico como mental, resultando por vezes no comprometimento da integridade física. Enquanto o aluno realiza uma aula a fim de melhorar sua qualidade de vida e saúde, o professor chega a executá-la, por exemplo, por oito vezes ou mais durante o dia. Em um pensamento simplista, poderíamos dizer que o profissional da Educação Física então, é mais saudável que todos
(como muitos acreditam), mas esta não é a verdade.

Vale dizer, que os excessos realizados têm levado a problemas que comprometem não só a saúde, bem como, geram incapacidades permanentes de atuação deste profissional. Sobre os aspectos supracitados, cabe mencionar que em função de trabalharmos ao ar livre, temos enfrentado problemas da exposição solar, que ainda,
associada à atividade física, pode ocasionar a desidratação, queimaduras e câncer de pele.

Em termos amplos, a desidratação é gerada pelo aumento da temperatura corporal e traz como resposta fisiológica a sudorese (suor). Quando não existe um equilíbrio entre a perda de líquidos e a reposição, o indivíduo pode apresentar exaustão e choque térmico, complicações renais e, o mais comum, câimbra. Portanto um nível adequado de hidratações só é mantido em pessoas fisicamente ativas se beberem líquido suficientes antes, durante e após a atividade física e calor. Ainda, em casos de câimbras recomenda-se como medida de primeiros socorros o alongamento e aplicação de calor na região afetada.

Já as queimaduras da pele podem comprometer a epiderme e derme (1º e 2º graus respectivamente) e se dão principalmente pelo tempo de exposição ao sol. As pessoas de pele claras por sua vez têm maior predisposição a este tipo de agravo e os protetores solares são indicados para a minimização do quadro, mas vale dizer que a exposição ao sol deve ser evitada ao máximo (em horas, dias e anos), podendo ser utilizado como recurso de prevenção um guarda-sol de lona grossa e um suporte de sustentação.

Este equipamento pode ser utilizado na beira da quadra, piscinas, campos de futebol e outros lugares pertinentes, pois muitos horários de aula não respeitam o horário indicado para o sol: 6 às 10h e 16 às 18h.  Em caso de queimaduras leves, recomenda-se como medida primária à aplicação de compressas de água gelada a fim de aliviar a dor e o desconforto. Outro quadro agravante do sol é a instalação do câncer de pele visto que o número de casos vem aumentando a cada ano no Brasil. Segundo especialistas, é um dos cânceres de evolução mais rápida pois sua metástase se dá pelo sistema linfático. Já para este caso específico o protetor solar não tem eficácia, onde a solução é consultar periodicamente um dermatologista para análise das manchas e sardas da pele.

Os ambientes fechados também são causadores de problemas entre os profissionais da Educação Física. As atividades de natação, ginástica e musculação se encontram entre estes problemas que acabam por comprometer as funções destes profissionais ao demonstrar, realizar e corrigir exercícios e atividades gerais. As aulas realizadas em piscinas fechadas têm trazido aos seus professores, pelo contato constante com o cloro e outros produtos químicos utilizados na manutenção e limpeza da piscina,
afecções na pele como alergias, escamações pelo efeito do aquecimento da água juntamente com o cloro, também tem desencadeado problemas respiratórios como a falta de ar, asma, rinite e bronquite. Os olhos, em função da exposição constante neste ambiente nocivo, apresentam vermelhidão, irritação e já temos até relatos de comprometimento da visão. Se possível, como prevenção, os locais de prática de natação deveriam ser mais ventilados, o uso constante pelo professor de óculos de proteção (o óculos de natação já é suficiente) durante as aulas e ainda, o profissional deveria intercalar mais suas aulas a fim de minimizar o tempo de exposição a todos estes agentes químicos.

As atividades de ginástica, todas elas, trazem complicações músculo esqueléticas por uma simples questão: a sobrecarga nas estruturas corporais. O número exagerado de repetições por dia tem levado às lesões conhecidas como overuse (síndrome do uso excessivo) e estas são de evolução crônica, ou seja, permanentes. Já as lesões agudas surgem principalmente pelo stress e falta de atenção na realização ou demonstração de um exercício e necessitam, na grande maioria, de imobilizações e afastamento das atividades. Estruturas como joelho, tornozelo e coluna têm sido lesionadas  com maior freqüência e quase sempre o profissional não realiza o tratamento adequado por não ter possibilidade de interromper suas atividades. Muitos realizam tratamentos caseiros  e inadequados o que prejudicam ainda mais estas estruturas. A conduta adequada seria inicialmente a aplicação do RICE (repouso,  gelo, compressão e elevação) como medida imediata e depois a procura de um médico ortopedista para um diagnóstico preciso e correto para finalmente adotar sessões de fisioterapia.

As atividades de musculação além de apresentarem lesões músculo esqueléticas também sofrem com os acidentes provenientes dos equipamentos das salas, sejam eles em condições ou não de uso. Lesões do plano tegumentar como cortes, abrasões, avulsões, perfurações e contusões são freqüentes pelo manuseio dos equipamentos. Pesos que caem, cabos que desfiam, roldanas que pinçam, equipamentos velhos e sem manutenção são alguns dos acidentes que acontecem a estes profissionais. A arrumação, ordem da sala como manutenção dos equipamentos, devem ser uma rotina diária e prévia às aulas de musculação. Seu local de trabalho deve ser vistoriado todos os dias para detecção e solução dos possíveis problemas, ou seja, trabalhar as medidas de prevenção como modelo de redução e até mesmo a suspensão das lesões entre os professores e conseqüentemente alunos. Finalmente, vale dizer que não contemplamos todos os problemas existentes, procuramos enfatizar os mais freqüentes a
fim de gerar uma maior conscientização dos profissionais quanto aos cuidados de suas atividades e atenção a suas realidades, para que possam tornar sua prática profissional mais eficaz e efetiva sem comprometimento de sua estrutura física e qualidade de trabalho.

Autora:
Prof. Drª Flávia Maria Serra Ghirotto (000214-G/SP)
Professora da Disciplina de Primeiros Socorros, Professora da Pós-Graduação UGF, Pós-Doutoranda do LABJOR/UNICAMP


Atividade física melhora autoestima e desempenho escolar, diz estudo

Posted: 02 Oct 2012 12:38 PM PDT


Um estudo feito com adolescentes obesos no Canadá mostrou que, mesmo quando não leva à perda de peso, a atividade física pode melhorar a autoestima, as habilidades sociais e até o desempenho escolar dos garotos.

Os adolescentes que participaram da pesquisa fizeram exercícios duas vezes por semana, ao longo de dois meses e meio. A atividade era de leve a moderada, sempre supervisionada pelos especialistas, e os participantes podiam parar se quisessem.

Os exercícios foram feitos na bicicleta ergométrica – os participantes puderam escolher a trilha sonora – e em videogames interativos – a escolha do jogo também ficava a cargo do adolescente. A música e os jogos foram usados como forma de distração.

Antes e depois do programa de dez semanas, os adolescentes fizeram uma autoavaliação sobre seu desempenho na escola, na vida social e nos esportes, além de dar uma definição sobre sua imagem corporal e sua autoestima.

Os participantes perceberam uma melhora nesses aspectos psicológicos, embora a atividade não tenha provocado grandes mudanças no físico dos adolescentes.

"Estamos falando de benefícios psicológicos derivados de uma melhora na preparação física, resultado de uma quantidade modesta de exercícios – sem mudança no peso nem na gordura corporal", afirmou Gary Goldfield, do Hospital Infantil do Leste de Ontário, autor do estudo.

"Se você conseguir aumentar sua atividade física e melhorar sua forma ainda que minimamente, vai te ajudar a melhorar sua saúde mental", concluiu. O estudo foi publicado pelo "Journal of Pediatric Psycology".




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