EDUCAÇÃO FÍSICA DO PROFESSOR WILLIAM PEREIRA

Este blog é a continuação de um anterior criado pelo Professor William( http://wilpersilva.blogspot.com/) que contém em seus arquivos uma infinidades de conteúdos que podem ser aproveitados para pesquisa e esta disponível na internet, como também outro Blog o 80 AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA (http://educacaofisica80aulas.blogspot.com/ ) que são conteúdos aplicados pelo Professor no seu cotidiano escolar.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Notícias da Educação Física

Notícias da Educação Física


Entenda as diferenças entre os treinos feminino e masculino

Posted: 18 Jan 2013 07:05 AM PST


 As mulheres têm a estrutura óssea mais leve e um percentual de gordura maior. Com a mesma altura são mais leves e possuem menos força. Porém não é por isso que as mulheres devem treinar menos peso que os homens. A principal diferença entre os treinos femininos e masculinos é a intensidade. O trabalho de aumento da massa muscular exige um programa de treino mais intenso com poucas repetições e muita carga. Esse é um objetivo unânime entre os homens, mas não para as mulheres. Mulheres têm objetivos e necessidades diferentes e buscam uma redução de gordura localizada, condicionamento físico e definição muscular. A mulher tem 30% menos massa muscular que o homem.

Há diferença entre a reação do corpo do homem e da mulher à atividade física?

A reação depende do nível de condicionamento. Se realizar um exercício aeróbio a 70% da frequência cardíaca máxima ou um exercício muscular a 70% da força máxima, os sintomas serão os mesmos para ambos os sexos. 

No universo feminino, existe um momento onde a reação ao exercício pode ser diferente. Na fase folicular (início da menstruação), a mulher tem alterações hormonais que a deixa com mais força. Na fase lútea, que dura aproximadamente 13 dias, e termina com o início de sangramento menstrual, a força diminui. Hoje é comum desenvolver o planejamento das atividades considerando as fases do ciclo menstrual, fazendo com que o treinamento de força seja variado. 

O ganho de massa muscular

 Com relação á prática de musculação, os benefícios são definição muscular, emagrecimento, melhora da postura, fim das dores musculares e aumento da massa muscular. Detalhe: o corpo marombado é quase uma utopia para as mulheres - elas não têm condições hormonais para isso. O que determina o aumento da massa muscular é a forma como foi planejada, intensidades e atividades fora da academia.

"O corpo marombado é quase uma utopia para as mulheres - elas não têm condições hormonais para isso."

 Mesmo com essas diferenças, algumas mulheres aumentam a massa muscular com facilidade. O ideal é acompanhar a evolução com uma análise de composição corporal onde observaremos o aumento da massa muscular. Um acompanhamento a cada três meses já é o suficiente.

 Para desenvolver um trabalho combinado de modalidades com eficiência, os treinos devem ser moderados e a soma das atividades não pode ultrapassar duas horas. Se você corre dez quilômetros na esteira, por exemplo, e depois ainda faz um treino pesado de musculação, podem haver prejuízos nos resultados. A escolha do que fazer primeiro poderá ajudar.

Para quem tem como foco emagrecer, o trabalho aeróbio deve ser o primeiro. Para quem quer aumentar a massa magra, o trabalho muscular deve ser a prioridade. Ainda temos o caso de mulheres que precisam emagrecer e ganhar resistência muscular ao mesmo tempo. Para essas, o formato de circuito - em que são mesclados trabalho cardíaco e muscular - é a melhor opção.

Malhar os braços

 A musculatura superior contribui para a manutenção da postura, ajuda a prevenir dores e lesões articulares e traz benefícios estéticos. Os principais músculos a serem trabalhados são: peitoral (fly e crucifixo); Dorsal (remada sentada e puxador pulley na frente); bíceps (rosca direta e rosca martelo); tríceps (testa e pulley) e ombros (elevação frontal e lateral). A mulher deve trabalhar todos os músculos superiores, mas claro que não será na mesma proporção dos membros inferiores.

Gaste tempo na academia

 Com relação ao tempo passado na academia, as mulheres querem ter mais resultados sem sofrer tanto. Administram mal seu tempo conversando demais e se arrumando muito para treinar. Muitas mulheres têm mais tarefas do que o homem e isso faz com que não fiquem o tempo necessário na academia. Por isso devemos lembrá-las que o resultado só virá como fruto do trabalho - um mês treinando certinho pode valer bem mais que três meses de treinos mal feitos.

Para conseguir a barriga chapada

 Muitas mulheres procuram ajuda profissional ficar com a barriga chapada. Isso vai depender de dois fatores: pouca gordura na região e musculatura abdominal desenvolvida. A sugestão para secar a barriga é realizar exercícios abdominais variados que trabalhem a musculatura infra, reto e supra-abdominal, além dos oblíquos. No próprio colchonete é possível fazer mais de 30 tipos de abdominais - realize dois exercícios para cada uma das divisões já citadas. A intensidade pode ser ampliada com aumento de carga usando o peso do próprio corpo, aumento de ângulo ou anilhas, do volume de repetições, e diminuindo o tempo de descanso entre as séries.


Emagreça, mas não só para o verão!

Posted: 18 Jan 2013 06:25 AM PST


Quer emagrecer? Então faça por merecer!


Coma direito e treine adequadamente. Infelizmente essa é uma verdade para a maioria da população mundial.


Entenda uma coisa: Excetuando-se os casos de distúrbios hormonais e psicológicos, sem esforço progressivo e constante, você não perderá os quilinhos extras!  Um corpo saudável e bonito deve ser buscado o ano todo, não apenas no período o qual sua exposição é maior.


Quem já não se fez as seguintes perguntas:  "Mas por que fulano(a) come tudo o que quer e não engorda? Por que eu como certinho e mesmo assim não consigo emagrecer?"

A resposta é simples: Genética! Cada um tem uma resposta diferente para os mesmos alimentos, o que torna ineficaz qualquer comparação sua com outra pessoa.


Pois bem, mas você, caro leitor, deve estar se perguntando: O que devo fazer para eliminar os quilinhos extras?


  1. Para emagrecer, a primeira atitude a ser tomada é mudar a mentalidade. Pense de forma saudável e aja como tal.

  2. Procure um médico, faça um check up e peça um teste de esforço o qual vai predizer qual a freqüência alvo de exercício. Fuja da fórmula "220 menos a idade";

  3. Exercite-se de forma constante, segura e adequada ao seu objetivo;

  4. Não seja enganado por dietas extremamente severas e/ou milagrosas. A oxidação de gordura acontece de forma gradual e discreta. Seja persistente e paciente com seus resultados;

  5. Procure um nutricionista. Coma corretamente e não ultrapasse 3 horas sem se alimentar;

  6. Trace metas graduais e possíveis. Além de mais seguro, ao alcançar cada etapa, estará ainda mais motivado a prosseguir.


A obesidade hoje em dia é tratada como uma pandemia. Deve ser tratada de uma forma contundente por toda sociedade para que se possa evitar as complicações inerentes às doenças crônico degenerativas(diabetes, cardiopatias, hipertensão, etc.).


Engordar significa que, de uma forma crônica, a ingestão está ultrapassando o gasto calórico. Desta forma, são necessárias intervenções profissionais (Médico - Nutricionista - Educador Físico), que traçarão em conjunto uma estratégia segura a longo prazo. Se você é um adulto jovem, cuidado! O período dos 25 aos 44 anos representa um enorme perigo para o surgimento da adiposidade excessiva, razão pela qual a atenção deve ser redobrada. (Katch, Katck e McArdle, 2008).


Outro fator importante para o acúmulo excessivo de gordura é o sedentarismo. Estratégias simples como trocar o elevador pelas escadas, caminhadas e ir ao trabalho de bicicleta podem melhorar e muito sua condição atual. Para que ocorra uma maior oxidação de lípides, deve-se trabalhar em torno de 65 a 70% da frequência cardíaca máxima (Edwards S., 2001). Essa estimativa é feita pelo educador físico, e é predita à partir do teste de esforço ou teste ergométrico, que registra a atividade elétrica do coração durante o esforço físico. Permite ainda avaliar como se porta a pressão arterial no esforço, os sintomas percebidos pelo paciente e sua aptidão física atual.


Não tenha um corpo bonito e saudável apenas no verão. Mude seus hábitos para sempre! Sua saúde agradece!


Fontes: Diretrizes do American College of Sports Medicine; Fisiologia do Exercício, Katch, Katck e McArdle (2008); O Livro do Monitor de Freqüência Cardíaca, Edwards. S. (2001).


Prof. Esp. Gustavo Zorzi – CREF 051157 G-SP.


Acessem meu site www.gustavozorzi.com.br ou Twitter (@gzorzi) e dêem sugestões para o próximo texto.


Gustavo Zorzi é Educador físico, Pós Graduado em:

Fisiologia do Exercício (UGF),

Musculação e Condicionamento Físico (UNIFMU) e em

Biomecânica da Atividade Física e Saúde (UGF).

Atua como Personal Trainer e Professor faixa-preta 1º grau de Jiu-Jitsu.

Educação Física na Educação Infantil:uma Análise a Partir da Concepção de Infância

Posted: 18 Jan 2013 02:51 AM PST


1 Introdução

O debate sobre a inserção do profissional em Educação Física na Educação Infantil vem ganhando destaque desde a promulgação das novas Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB n° 9394/96), que estabelece a Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica, direito da criança de zero a seis anos e dever do Estado. Especificamente no §3° do art. 26, a nova LDB concebe a Educação Física como componente curricular obrigatório da Educação Básica. Desde então, a Educação Física na Educação Infantil tem sido alvo sistemático de estudos no campo da Educação e da Educação Física. Os quais refletem sobre os diversos fatores relacionados à Educação Infantil, em busca de uma Pedagogia da Infância que abrange sua totalidade.

Esses estudos culminaram, dentre outras coisas, na (re)inserção da Educação Física em algumas instituições destinadas para o público infantil, como os Centros Municipais de Educação Infantil - CMEI -, localizados no município de Vitória-ES, nos quais houve, em 2004, a implantação do "projeto piloto", que possibilitou a atuação de professores de Educação Física e Artes, e posteriormente, em 2005/2, o concurso público para professor dinamizador da Educação Infantil, podendo ser este formado em Educação Física ou artes.

Considerando recente a inserção do profissional de Educação Física na Educação Infantil, torna-se fundamental que esse compreenda a infância e sua concepção, no intuito de pensar sua prática pedagógica, considerando a criança como ponto de partida.

Sendo assim, este estudo, busca fazer uma (re)leitura das diferentes concepções de infância tecidas ao longo da história, a fim de compreender como a infância deve ser concebida no processo educativo e como o professor de Educação Física pode construir sua prática pedagógica baseando-se nessa concepção de infância.

Em busca de pistas e indícios, optamos, como perspectiva teórico-metodológica, a pesquisa bibliográfica, pautada nas obras de Áries (1978), Rizzini (1997), Dalhberg G., Moss P. e Pence A. (2003), Ostetto (2000), Sayão (2002), Ayoub (2001), dentre outras.

São objetivos desse estudo:

Compreender as diferentes concepções de infância tecidas ao longo do tempo;

Identificar e compreender como hoje percebemos a natureza infantil, e/ou como deveríamos perceber;

(Re) pensar a práxis pedagógica do professor de Educação Física considerando a concepção de infância.

Este estudo faz-se relevante, visto que, para professores que começam a atuar com a Educação Infantil, compreender a natureza infantil torna-se fundamental para, respeitá-la e atuar de acordo com os anseios e as questões particulares das crianças. Além de relevante professores que agora entram na Educação Infantil, o estudo pode também promover uma (re)leitura das concepções de infância daqueles que há muito já atuam nesse âmbito de ensino, o que é interessante para a contínua construção de uma Educação Infantil de qualidade, que pense na Escola a partir da criança.

2 A infância e suas diferentes concepções

"[...] infância é a concepção ou representação que os adultos fazem sobre o período inicial da vida, ou como o próprio período vivido pelo sujeito real que vive essa fase, a criança". (KUHLMANN JR 2004, p.15).

Ao longo da história, a infância foi concebida sob diferentes concepções, e em cada momento histórico eram essas concepções que definiam os nomes e o trabalho das instituições que atendiam o público infantil, bem como a prática pedagógica dos professores na/da educação infantil.

Uma primeira concepção que ganha destaque na história, remonta a idéia de uma natureza infantil corrompida, na qual a criança já nasce naturalmente voltada para o pecado, como destaca Cunningham apud Rizzini (1997, p. 157)

"[...] da mesma forma que um gato deseja ratos, que uma raposa anseia por galinhas e um lobo à ovelhas, assim também os bebês humanos possuem uma inclinação em seus corações para o adultério, fornificação, desejos impuros, luxúria, adoração a falsos deuses, crença em mágica, hostilidade, discórdia, paixão, raiva, disputa, dissenção, faccionismo, ódio, homicídio, embriaguez, gula, e mais".

Esta é uma visão da Pedagogia Tradicional e é daí que vem os castigos, as punições, e a invenção de outras metodologias para educar, moralizar e disciplinar essa criança naturalmente corrompida.

Essa concepção remonta, ainda "ao dogma cristão do pecado original, segundo o qual o indivíduo é naturalmente portador de más inclinações ao nascer, para explicar o enraizamento da noção de necessidade de salvação da alma, particularmente sob a influência dos reformadores protestantes" (RIZZINI, p. 156-157, 1997). Até então a infância não era considerada como etapa com características próprias, mas sim um período de transição para a vida adulta, onde as crianças eram consideradas adultos em miniatura, como descreve Ariès ao observar a obra de um artista do séc. XI, na qual impressionava-se com a deformação dos corpos das crianças, num sentido que pareceu bem distante do nosso sentimento e de nossa visão:

"o tema é a cena do evangelho em que Jesus pede que se deixe vir a ele as criancinhas sendo o texto latino claro: parvulli. Ora, o miniaturista agrupou em torno de Jesus oito verdadeiros homens, sem nenhuma das características da infância: eles foram simplesmente reproduzidos em escala menor. Apenas seu tamanho os distingue dos adultos" (p. 50-51, 1986).

A fim de superar essa concepção, e os paradigmas da Pedagogia Tradicional, surge a Pedagogia Nova, que caracteriza a criança como um ser inocente, puro, ingênuo, "a chamada criança de Rosseau, refletindo a sua representação de infância como a fase inocente da vida de uma pessoa." (DALHBERG G., MOSS P. E PENCE A., 2003, p.66). Destaca-se ainda que esta imagem gera nos adultos um desejo de protegê-las do mundo violento, corrupto, perigoso que as cerca.

Dalhberg G., Moss P. e Pence A. (2003), assim como Rosseau, afirmam que a criança não é naturalmente corrompida, mas é a sociedade que a faz assim: "[...] a capacidade de auto-regulação e o inato da criança vão buscar a Virtude, a Verdade e a Beleza; é a sociedade que corrompe a bondade com a qual todas as crianças nascem" (p.66). Desse modo, pensa-se em educar a criança longe da sociedade, fora do contexto social, tratando a criança como um ser a-moral, a-social e a-histórico, que é "mais natural do que social", fenômeno abstraído e descontextualizado, definido por meio de noções abstratas de maturidade ou por meio de estágios de desenvolvimento.

Apesar de ainda não considerar a criança como ser que se constrói e constrói história, já, nesse momento a criança vai deixando de ser um adulto em miniatura, ocorrendo o que Ariès apud Rizzini "denominou de 'descoberta da infância' - o momento a partir do qual a criança passou a ser representada de forma diferenciada do adulto" (p. 158, 1997).

A terceira concepção de infância, atenta-se ao fato de que se escondermos as crianças de um mundo real, do que elas já fazem parte, para um mundo ideal, o qual elas não vivenciaram, apenas iremos nos iludir e não as levaremos a sério e nem as respeitaremos. Sendo assim, esta concepção percebe a criança como um co-construtor de conhecimento, identidade e cultura. Essa construção possui um viés de interpretação pautada em não as considerarem seres isolados e egocêntricos, não depreciando seus sentimentos. Aqui a criança é vista como um ser histórico, rica em potencial, poderosa, competente, e mais que tudo, conectada aos adultos e às outras crianças, como afirma Loris Malaguzzi apud Dahlberg, Moss e Pence (2003).

Esses autores apontam ainda outras características deste novo paradigma, que incluem o reconhecimento de que:

"a infância é uma concepção social, elaborada para e pelas crianças, em conjunto ativamente negociado de relações sociais.

a infância, como construção social, é sempre contextualizada em relação ao tempo, ao local e à cultura, variando segundo a classe, o gênero e outras condições socioeconômicas, (...).

as crianças são atores sociais, participando da construção e determinando suas próprias vidas, mas também a vida daqueles que as cercam e das sociedades em que vivem, (...)" (p. 71).

Sendo assim, esta concepção, diferente da anterior, defende que a criança deve ser educada junto à sociedade, por ser o contato com esta, com a cultura, com a história que irá definir a própria identidade da criança.

3 A educação física e sua relação com a concepção de infância que considera a criança como um ser moral, social e histórico
Entendido a infância como categoria social provida de potencialidades, a criança como sendo sujeito de condições de ser humano e de relações pessoais, contrapondo às concepções que consideram-na como sujeito passivo e vista a infância como etapa/período preparatório para a vida adulta, é, sobretudo necessário construir o espaço, tempo e linguagem adequada para a demanda educacional do ensino infantil. Nota-se a importância desses pressupostos tanto em relação ao aspecto espaço/ambiente¹, quanto ao papel do profissional inserido no processo de intervenção pedagógica da Educação Infantil.

De acordo com Ostetto (2000), tal preocupação pode ser relacionada ao fato de que, mais e mais, a educação infantil ganha estatuto de direito, colocando-se como etapa inicial da educação básica, respeitando os preceitos educacionais. Contudo, a construção de uma educação de qualidade, não depende exclusivamente de leis e direitos, mas também, e fundamentalmente, de políticas, ações governamentais e de principalmente formação qualificada do profissional para atuar nesse universo (AYOUB, 2001).

Para Sayão (2002), diversos profissionais podem atuar em instituições de Educação Infantil, desde que assumam a idéia de formação solidária. Afirma ainda que:

"A brincadeira, as interações e as linguagens são formas privilegiadas de manifestação e elaboração das culturas infantis. È necessário que todos que atuam com as crianças pequenas incorporem essas formas de manifestação e programem atividades de forma a ampliar esses referenciais com as crianças [...] a troca constante de saberes deve prevalecer sobre as atitudes corporativas que colocam a disputa pelo campo de trabalho acima das necessidades e interesse das crianças" (p. 59).

Pensando os diversos fatores relacionados ao ensino infantil, em busca de uma Pedagogia da Infância que abrange toda sua totalidade, em especial a própria linguagem da criança, e do ser humano em geral, Santos e Nunes (2006) apontam o movimento como importante dimensão do desenvolvimento e da cultura. Destacando o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - RCNEI, elaborado sob os auspícios do Ministério da Educação e posto em circulação no início do ano letivo de 1998, como justificativa dessa preposição:

"O movimento humano é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. As maneiras de andar, correr, arremessar, saltar, resultam das interações sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos significados têm sido construídos em função das diferentes necessidades, interesses e possibilidades corporais humanas presentes nas diferentes culturas em diversas épocas da história. Esses movimentos incorporam-se aos comportamentos dos homens, constituindo-se assim numa cultura corporal" (RCNEI, 1998, p.15).

De acordo com Ayoub (2001), a criança é sinônimo de movimento; movimentando-se ela descobre o mundo a sua volta, brincando ela se descobre e descobre o outro. Nesse sentido, a contribuição da educação física na educação infantil,

"[...] para ser relevante e justificada, precisa auxiliar na leitura do mundo, por parte das crianças com as quais trabalha, partindo do pressuposto da construção de si mesmo, no decorrer desse processo de" alfabetização"[..] podendo configura-se ainda, como um espaço em que a criança brinque com a linguagem corporal, com o corpo, com o movimento, alfabetizando-se nessa linguagem. Entrando em contato com diferentes manifestações de cultura corporal entendida como as diferentes práticas corporais elaboradas pelos seres humanos ao longo da história, cujos significados foram sendo tecidos nos diversos contextos sócio-culturais, sobretudo aquelas relacionados aos jogos, brincadeiras, ginásticas, danças, atividades circenses, sempre tendo em vista a dimensão lúdica como elemento essencial para a ação educativa na infância" (p.57).

Ao pesquisar e fazer uma (re)leitura das diferentes concepções de infância tecidas ao longo da história, percebemos que as evoluções/mudanças de uma para a outra culminaram em uma concepção que considera a criança como um ser social, cultural e histórico, que se constrói e constrói história. Com isso, as crianças passam a ter lugar reconhecido e independente na sociedade, com seus próprios direitos como seres humanos individuais, membros da sociedade e consideradas um grupo social. A individualização dessas dá lugar à consideração sociológica de que fazendo parte de grupo, sua vida é afetada por fatores socioeconômicos, culturais e históricos.

Percebendo a infância sob esse viés interpretativo, concluímos que são as diferentes vivências, experiências, contatos culturais proporcionados às crianças, que irão definir suas subjetividades e interpretações do mundo. E o professor de Educação Física inserindo-se na educação de crianças de zero a seis anos, precisa compreender isso para realizar uma prática pedagógica que auxilie as crianças na leitura do mundo, permitindo que estas brinquem com a cultura corporal, entrando em contato com diferentes manifestações culturas corporais que foram elaboradas e construídas ao longo da nossa história.

É compreendendo a criança como um ser moral, social e histórico, que emerge como co-construtor, desde o início da vida, do conhecimento, da cultura, da sua própria identidade, e proporcionando variadas vivências culturais corporais, que o professor de Educação Física estará contribuindo para (re)pensarmos uma Educação Infantil de qualidade, que elabore uma prática pedagógica a partir da criança, auxiliando na construção das subjetividades, das interpretações, e da própria identidade dessas crianças.

Obs. Os autores, o acadêmico Rogério de Abreu Dias (rogerio15dias@gmail.com) estuda no Centro Universitário Vila Velha e a acadêmica Luana Luzia Lóss de Freitas (luanaluzia@gmail.com) na UFES

5 Referências

  • Ariés, P., A. Descoberta da infância. In: _______. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: 1978. p. 50-68.
  • Ayoub, E. Reflexões sobre a Educação Física na Educação física. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, n. 4, p. 53-60, 2001.
  • Brasil. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/L9394.htm>. Acesso em: 14 set. 2006.
  • Dalhberg G., Moss P. E Pence A. Qualidade na Educação da Primeira Infância. Porto Alegre: Artmed, 2003.

Anabolizantes: a busca por um corpo perfeito pode custar caro à saúde

Posted: 18 Jan 2013 01:32 AM PST




A busca pelo corpo perfeito, torneado por músculos definidos e sem gordura. Em um país conhecido mundialmente pela beleza, o sonho de um ideal estético pode estar sendo construído a preços altos, em um caminho marcado pelo consumo prolongado de anabolizantes e complicações inimagináveis para jovens adeptos da malhação, que vão de câncer de fígado a suspeitas de tumores de testículos.

Assim, conforme observa o oncologista Dr. Fernando Cotait Maluf, do Hospital São José, a aparência de um corpo saudável pode esconder por trás uma pessoa doente. Um quadro preocupante que tem crescido entre os jovens brasileiros.

— O uso prolongado de anabolizantes propicia doenças cardíacas, respiratórias, psiquiátricas e pode levar a um aumentar as chances de tumores no fígado principalmente. Há suspeitas ainda de que o uso de anabolizantes e hormônios de crescimento, como o GH, influi em tumores no testículo, na próstata, assim como nas mamas e no ovário.

Segundo o especialista, tumores no fígado não aconteciam em pessoas tão jovens — na faixa dos 20 ou 30 anos — no passado. Antes relacionados a vírus de hepatite b e c, e ao uso de álcool, hoje os chamados tumores hepáticos estão aparecendo em pacientes sem histórico disso e que fazem uso dessas substâncias.

O risco é alto. Segundo o nutrólogo Dr. Milton Mizomuto, quase metade dos suplementos para quem malha são "contaminados" com algum anabolizante.

— Isso acontece, principalmente, com os suplementos importados. Com os nacionais, pelo menos nesse aspecto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é rigorosa.

Além de aumentar as chances de tumor de fígado e na parte genital, o uso de anabolizantes pode ter uma repercussão desastrosa no sistema cardiovascular. Segundo o Dr. Maluf, diversos "artigos falam em maior chance de infarto do miocárdio, alterações da coagulação levando a tromboses de veias das pernas e embolia pulmonar, além de alteração dos níveis de colesterol e triglicérides". Em um quadro ainda pior, uso abusivo de anabolizantes pode levar a um quadro de psicose e comportamento agressivo.

Os anabolizantes são hormônios masculinos sintéticos que absorvem proteínas e retêm líquido, provocando inchaço dos músculos. O uso pode acarretar ainda uma diminuição na produção de esperma, impotência sexual, aumento do volume da mama e até mesmo diminuição dos testículos, lembra o Dr. Maluf.

— Os anabolizantes são usados para corrigir uma deficiência hormonal e não para melhorar artificialmente a performance de quem faz academia. Eu, por exemplo, prescrevo anabolizantes para pacientes com câncer que estão perdendo músculos ou peso. Mas eu sou a "ponta do iceberg", já que a maioria é prescrita de modo não legal.

Segurança

Mas até que ponto, então, os anabolizantes podem ser usados? Segundo o Dr. Mizumoto, não há níveis seguros para o uso dessas substâncias. Ele lembra que os anabolizantes foram originalmente prescritos para idosos que perdem massa muscular e pacientes com queimaduras gravíssimas, e não para quem quer ficar "sarado".

Assim, quem busca um desempenho adequado e um corpo "perfeito" deve procurar um treinamento adequado progressivo e dietas nutricionais de acordo com o seu biótipo e necessidades. Nenhum tipo de hormonioterapia deve acompanhar, a não ser para pacientes que apresentam deficiência desses. O ideal, explica o Dr. Mizumoto, é buscar um nutrólogo que entenda de medicina do esporte e condicionamento físico, para que possa avaliar as necessidades do paciente.

Além de aumentar os riscos de insuficiência renal e tumores, alerta o nutrólogo, o uso prolongado de anabolizantes cria um círculo vicioso, já que a pessoa que o toma pode ver seus músculos atrofiarem se parar.

Um quadro preocupante que não parece estar com os dias contados, observa o Dr. Maluf.

— Acredito que seja uma tendência mundial, mas mais forte no Brasil que é muito comprometido com a beleza. Basta pensar em cirurgias plásticas para ver que o Brasil tem o maior volume do mundo.


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