EDUCAÇÃO FÍSICA DO PROFESSOR WILLIAM PEREIRA

Este blog é a continuação de um anterior criado pelo Professor William( http://wilpersilva.blogspot.com/) que contém em seus arquivos uma infinidades de conteúdos que podem ser aproveitados para pesquisa e esta disponível na internet, como também outro Blog o 80 AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA (http://educacaofisica80aulas.blogspot.com/ ) que são conteúdos aplicados pelo Professor no seu cotidiano escolar.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Notícias da Educação Física

Notícias da Educação Física


Condicionamento físico para cardiopatas - o que é seguro fazer?

Posted: 21 Jan 2013 07:21 AM PST

        Há muito se estuda os benefícios do exercício físico regular para indivíduos saudáveis. Existem relatos mostrando que desde a Grécia antiga os filósofos-médicos buscavam entender como o exercício melhorava a saúde das pessoas. Herodicus e Hipócrates, o pai da medicina, estabeleceram diversos compêndios de saúde e higiene. Já, a partir da Renascença, o número de estudiosos e de artigos que buscam entender o movimento humano cresceu tornando-se vasto nos dias atuais.

        Os estudos que relacionam cardiologia e exercício físico começaram a se desenvolver somente no século XVIII quando o médico inglês William Heberden relatou os efeitos do exercício físico em um homem que sofria de angina, ou seja, "dor no peito" em decorrência da má irrigação de parte do coração. Contudo, da segunda metade do século XIX até a segunda metade do século XX o número de estudos foi pequeno. Ou seja, a pesquisa aplicada ao exercício físico e a cardiologia é historicamente recente.

        Porém, devido à tecnologia e ao avanço do conhecimento biológico tem se disponibilizado informações suficientes para o desenvolvimento de um programa de condicionamento físico que seja efetivo e eficaz para esta população.

        Hoje já podemos afirmar que um programa de condicionamento físico promove os seguintes efeitos benéficos:

        -     Melhora da capacidade cardiorespiratória;

        -     Aumento na quantidade de vasos sanguíneos nos músculos ativos;

        -     Diminuição da freqüência cardíaca e da pressão arterial em repouso;

        -     Diminuição da freqüência cardíaca e da pressão arterial em exercício de baixa intensidade;

        -     Aumento nos níveis do bom colesterol (HDL) e diminuição de triglicerídeos;

        -     Diminuição da gordura corporal total;

        -     Diminuição da gordura intra-abdominal (a mais nociva para o coração);

        -     Melhora dos índices de glicose no sangue (glicemia), entre outros.

        Além destes benefícios, o exercício também atua como fator preventivo para eventos cardiovasculares. Existe uma excelente associação entre níveis mais elevados de atividade física e menores riscos de morte por doença cardiovascular e por coronariopatia.

        Se pensarmos exclusivamente em indivíduos que foram acometidos por algum problema cardíaco um programa de condicionamento físico promoverá os mesmos benefícios citados acima, além dos benefícios específicos para cada condição patológica.

        A grande arte neste processo está na prescrição do exercício para este grupo de indivíduos. Primeiramente, o trabalho com esta população deve ser feito por uma equipe multidisciplinar (médicos, educadores físicos, fisioterapeutas, nutricionistas e etc.). Segundo, um bom exame clínico deve ser realizado para sabermos exatamente qual a condição que o nosso aluno(a) apresenta antes de iniciarmos a prática do exercício. Terceiro, determinar qual a fase de reabilitação o aluno está. Com as informações clínicas devemos pensar em quatro aspectos para a boa prescrição e execução do exercício físico:

        1.     Tipo de exercício: o exercício a ser realizado durante a sessão de treinamento. Recomendam-se exercícios cíclicos (caminhada, ciclismo, remo, corrida, natação, entre outros) que envolvam grandes grupamentos musculares. Todavia, não se esqueça de um bom trabalho de alongamento e de fortalecimento muscular com pesos (assunto do próximo artigo).

        2.     Freqüência semanal: no início do processo é preconizado duas a três sessões semanais, podendo, com o passar do tempo e com a melhora da condição geral do aluno(a), aumentar esta freqüência para até cinco ou seis vezes.

        3.     Duração da sessão: a sessão padrão dura 60 minutos, subdividida em aquecimento (10 min), principal (20 a 30 mim), fortalecimento (10 mim a 15 mim) e final (5 mim). O tempo da fase principal é modificado de acordo com a condição clínica do aluno podendo durar mais de 30 minutos.

        4.     Intensidade da atividade: a intensidade pode ser determinada por pelo menos duas metodologias. A primeira e mais recomendável, é a realização de um teste ergoespirométrico onde é possível avaliar de modo preciso qual a freqüência cardíaca máxima e mínima para o treinamento. A desvantagem deste método é o custo deste procedimento. O segundo método é por meio da fórmula de freqüência cardíaca de reserva de Karvonen:

 

FC treinamento = [(FCmáxima - FCrepouso) x % de intensidade] + FCrepouso

 

        Trabalha-se inicialmente entre 50% e 70% da freqüência cardíaca de reserva para a execução dos exercícios aeróbios (cíclicos). Entretanto, deve-se levar em consideração possíveis queixas de angina, alterações de freqüência cardíaca e alterações de pressão. Um aparelho de monitoramento da freqüência cardíaca é muito útil durante a prática da atividade física para um melhor monitoramento da intensidade.

        Vejam alguns benefícios da prática do exercício físico em patologias específicas:

               Isquemia miocárdica: melhora da angina em repouso; melhora da capacidade funcional; aumento da capacidade do coração bombear sangue; melhora da perfusão do miocárdio.

               Insuficiência cardíaca: ajuda a reverter disfunções nos vasos sangüíneos; aumento do consumo de oxigênio; melhora a produção de energia no músculo; melhora a função respiratória; melhora a musculatura respiratória.

        Finalizando, posso afirmar que a prática regular de exercício físico (condicionamento físico) deve ser estimulada, não só na população saudável, mas principalmente em populações que possuem um problema cardiovascular. Busque sempre a orientação médica e de um profissional de educação física competente. Não perca mais tempo, comece hoje a sua rotina de exercícios físicos. Boa prática!

Prof. Daví F. M. Cáceres
Educador Físico /Personal Trainer (Cref: 041916-G/SP)
Especialista em Condicionamento Físico e Reabilitação Cardíaca - InCor HCFMUSP
davifmc@osite.com.br
Autor: Prof. Daví F. M. Cáceres
E-mail: davifmc@osite.com.br

Fatores motivacionais de jovens atletas de vôlei

Posted: 21 Jan 2013 06:35 AM PST


INTRODUÇÃO

O esporte moderno, com sua organização estrutural, investimentos milionários e publicidade globalizada, alcançou uma dimensão extraordinária, fazendo-se presente na vida de milhões de pessoas em todas as regiões do planeta. O apelo à prática da atividade desportiva encontra especial ressonância entre as camadas mais jovens das populações, seja pela sua crucial importância nos processos de educação e de desenvolvimento físico, psicológico e social infantil e juvenil, seja pelo intensivo direcionamento da mídia, face à expressão da parcela de mercado que tais faixas de idade representam.

Weiberg e Gould (2001) estimam em aproximadamente 25 milhões o número de crianças praticantes de pelo menos uma atividade desportiva. Há de se considerar, nesse quadro, que a prática de esportes, em suas diferentes modalidades, exige de crianças e adolescentes, para a permanência no processo de preparação e competição desportiva, um elevado nível de desenvolvimento de suas funções, qualidades e estados psíquicos (BENCK; CASAL, 2006).

A prática da atividade desportiva é, essencialmente, dirigida para a aplicação do sentido e da intensidade dos esforços com vistas ao alcance de metas específicas. Essa ação decorre de um motivo, um impulso, uma intenção, que leva o indivíduo a agir de determinada forma (MAGILL, 1984). Davidoff (2001) refere-se a motivo ou motivação como um estado interno que resulta de uma necessidade que ativa ou desperta um comportamento usualmente dirigido ao cumprimento da necessidade ativante.

Motivação é um termo que alcança qualquer comportamento que se dirija a um objetivo; inicia-se com um motivo e provoca uma ação focada para a realização de metas específicas. Para Samulski (2002), o estudo da motivação tenta compreender porque um indivíduo, num certo tempo, escolhe uma forma de comportamento e a realiza com determinada intensidade e persistência, uma vez que a motivação para a prática desportiva depende da interação entre a personalidade (expectativas, interesses, motivos, necessidades) e fatores do meio ambiente, como facilidade, tarefas atraentes, desafios e influências sociais. A motivação, nesse sentido, é o resultado de um somatório de fatores pessoais e ambientais, em um processo intencional e interior ao indivíduo. A interação dos fatores forma uma decisão que impulsiona o indivíduo a alcançar a necessidade ativante, podendo não ser motivado de forma semelhante em outras situações (KNIJNIK; GREGUOL; SANTOS, 2001). É devido ao nível de motivação para determinada meta que os indivíduos escolhem uma tarefa específica, executando-a com maior empenho do que se estivessem fazendo tarefa distinta (SAMULSKI, 2002).

Conhecer os motivos que impulsionam as crianças e adolescentes à prática de uma modalidade de desporto pode vir a aperfeiçoar as atividades a serem desenvolvidas durante o treinamento, levando-as a melhorarem o seu desempenho e, com isso, sentirem-se mais motivadas. A motivação por sua vez pode gerar melhora de desempenho, num círculo virtuoso absolutamente desejável. Mourouço (2007) descreve que a motivação é responsável pela direção, intensidade e persistência dos indivíduos numa determinada modalidade esportiva e manisfesta-se como principal fonte de êxito esportivo, devendo ser mantida permanentemente. O estudo sobre como os fatores motivacionais impulsionam crianças e adolescentes a se envolverem na prática de esportes pode ser ferramenta de grande utilidade para a elaboração de treinos estratégicos, auxiliando o processo de ensino-aprendizagem. Para Berleze, Vieira e Krebs (2002) que o conhecimento sobre elementos motivadores ajuda em planejamentos mais direcionados ao interesse do praticante, aumentando a probabilidade de permanência na prática da atividade desportiva. Alvarez (2006), ao estudar o abandono do esporte por jovens atletas, acrescenta ainda que as atividades fora do esporte também são importante no planejamento da carreira esportiva desses meninos e meninas.

Em face da relevância do tema, este estudo tem o objetivo de identificar quanto os fatores motivacionais influenciam crianças e adolescentes a permanecerem praticando o voleibol de alto nível. Pretende-se, ainda, estabelecer comparações entre as categorias e sexo para verificar eventuais particularidades que possam influenciar na motivação dos jovens atletas.

 

MATERIAIS E MÉTODOS

A amostra deste estudo é composta por 96 atletas (46 meninas e 50 meninos) de um clube de grande porte, localizado na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, que costuma revelar atletas para as seleções estaduais e brasileiras. Esta agremiação participa em todas as categorias de base dos campeonatos promovidos pela Federação de Vôlei do Rio de Janeiro, além de participar de torneios nacionais entre clubes.

Como critério para inclusão no estudo, todos os voluntários deveriam ser vinculados obrigatoriamente à Federação de Vôlei do Rio de Janeiro, pertencendo, em 2009, ao clube onde os dados foram coletados.

Com o intuito de estudar as diferenças motivacionais entre os atletas segundo o sexo e a categoria (mirim, infantil, infanto ou juvenil), a amostra foi dividida em 8 grupos, conforme é demonstrado na Tabela 1.

 

 

Cabe destacar que ao comparar os atletas segundo a categoria, está sendo comparada também a faixa etária, já que o ano de nascimento é o que determina a qual categoria esses atletas pertencem (Quadro 1).

 

 

A coleta de dados foi realizada através de um questionário, onde havia campos específicos para que os participantes informassem sua categoria e seu sexo. Os dados relativos aos fatores motivacionais foram coletados através da Escala de Motivos para a Prática Esportiva (EMPE), versão traduzida e validada para o Brasil por Barroso (2007) do Participation Motivation Questionnaire (PMQ) de Gill, Gross e Huddleston (1993). Este questionário é composto por 33 perguntas, que devidamente agrupadas identificam sete fatores de motivação para a prática esportiva: Status, Condicionamento Físico, Liberação de Energia, Contexto, Aperfeiçoamento Técnico, Afiliação e Saúde. Os voluntários atribuem um valor de zero a 10 (escala Likert de 11 pontos) para cada pergunta de acordo com o quanto este fator o motiva a continuar praticando o vôlei de quadra competitivo.

A análise exploratória dos dados se deu através do calculo da Mediana, Média, Desvio Padrão, Valor Mínimo e Valor Máximo, das sete categorias de motivação. Os testes utilizados foram não-paramétricos devido às características das variáveis do estudo.

O teste U de Mann-Whitney foi utilizado para comparação dos fatores motivacionais segundo sexo, uma vez que os participantes do estudo foram divididos em dois grupos. Para a comparação destes fatores segundo a categoria foi utilizado o teste de Krustal-Wallis, pelo fato dos participantes estarem divididos em mais de dois grupos (mirim, infantil, infanto e juvenil).

As análises estatísticas foram realizadas no software SPSS 13.0. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05).

Os procedimentos empregados na pesquisa estão de acordo com os critérios éticos estabelecidos nos termos da Resolução 196/96 e 251/97 do Conselho Nacional de Saúde.

 

RESULTADOS

Os fatores que, segundo a média, mais motivaram os atletas foram, pela ordem: Aperfeiçoamento Técnico (9,25±1,42), Saúde (8,67±2,27), Afiliação (8,0±1,82), Condicionamento Físico (7,67±1,43), Status (7,86±1,90), Liberação de Energia (7,17±2,04) e Contexto (7,00±2,27), conforme pode ser observado na Tabela 2.

 

 

Ao comparar meninos e meninas foi constatado que, conforme é mostrado na Tabela 3, há diferença estatística significativa entre os grupos para os fatores motivacionais Condicionamento Físico, Liberação de Energia, Aperfeiçoamento Técnico, Afiliação e Contexto. Os fatores Saúde e Status foram os únicos itens que motivam da mesma forma os atletas, independentemente do sexo.

 

 

Ao comprar os sete fatores motivacionais em relação à categoria foi observado que seis destes fatores (Status, Condicionamento Físico, Liberação de Energia, Aperfeiçoamento Técnico, Saúde e Contexto) motivam da mesma forma os atletas independentemente da categoria a que pertencem. Apenas o fator Afiliação apresentou diferença estatística significativa entre as categorias mirim X infanto e mirim X juvenil (Tabela 4).

 

 

Foi possível ainda constatar que independentemente da categoria ou gênero, o fator motivacional Aperfeiçoamento Técnico foi considerado o mais importante em todos os casos (Tabelas 3 e 4).

A Tabela 5 revela que, levando em consideração apenas atletas do sexo feminino, também não há diferença estatística significativa ao comparar os sete fatores motivacionais segundo a categoria.

 

 

Ao comparar somente atletas do sexo masculino segundo a categoria (Tabela 6), apenas no item condicionamento físico existe diferença estatística significativa entre as categorias, observada entre mirim X infantil, infantil X infanto, infantil X juvenil.

 

 

Ao comparar apenas atletas da categoria mirim segundo o gênero o fator afiliação apresentou diferença estatística, revelando ser as meninas mais motivadas por este fator que os meninos (Tabela 7).

 

 

Em relação aos atletas da categoria infantil, em todos os fatores, as meninas são mais motivadas quando comparadas aos meninos (Tabela 8).

 

 

Comparando atletas da categoria infanto segundo o sexo, as atletas se mostraram mais motivadas em relação ao fator Afiliação do que os atletas (Tabela 9).

 

 

Todos os fatores motivam da mesma forma os atletas da categoria juvenil, independentemente de serem do gênero masculino ou feminino (Tabela 10).

 

 

DISCUSSÃO

Os sete fatores motivacionais propostos por Barroso (2007), dependendo da média obtida pelas respostas das perguntas que compõem um mesmo fator motivacional, podem ser classificados em nada importante (0 a 0,99), pouco importante (1 a 3,99), importante (4 a 6,99), muito importante (7 a 9,99) e totalmente importante (10). Os participantes do estudo atribuíram o conceito "muito importante" para todos os fatores motivacionais (Tabela 2). Este resultado indica que os atletas pesquisados eram altamente motivados para a prática do vôlei de quadra competitivo. Lizieiro (2008), estudando adolescentes federados da modalidade futebol, na cidade de Campo Grande/MS, constatou que seus participantes também atribuiram conceito "muito importante" para todos estes fatores.

O fator considerado de maior motivação entre os atletas, independentemente da categoria ou gênero, foi aperfeiçoamento técnico, de acordo com as Tabelas 2, 3 e 4. Este resultado tem ligação com o fato de todos os participantes da pesquisa estarem envolvidos com o esporte na perspectiva de competição/rendimento. Esse resultado corrobora com os achados de Gaya e Cardoso (1998), que ao pesquisar os fatores motivacionais de crianças e adolescentes em clubes esportivos encontraram os motivos relacionados à competência desportiva os mais importantes nestes locais de prática. Estudos de Paim (2001) e de Gürbüz et al. (2007) ao analisarem especificamente fatores motivacionais em adolescentes praticantes de futebol também verificaram competência desportiva como fator determinante para a prática desse esporte. O estudo de Barroso (2007) com atletas universitários das modalidades de basquete, futsal, handebol e voleibol, também corrobora com esse entendimento, apresentando o aperfeiçoamento técnico como fator de maior motivação.

Em contrapartida, estudos de Paim e Pereira (2004) e Interdonato et al. (2008) determinaram ser saúde o principal fator motivacional. Esses autores afirmam que a difusão da prática de atividades físicas como agente propiciador de saúde, influenciando a melhora da qualidade de vida, contribui para os índices motivacionais encontrados neste fator. No presente estudo, este item foi o segundo na ordem de importância entre os sete fatores analisados, mostrando também ter grande relevância para os atletas. Rosolen (2006), ao estudar atletas universitárias de futsal feminino, encontrou a seguinte ordem de motivação para os fatores motivacionais: jogar em equipe; diversão; aprimoramento das habilidades; obter forma física; liberar energia; status; situacionais/outros e, finalmente, fazer amigos. É relevante ressaltar que, diferentemente do presente estudo, em que o aperfeiçoamento técnico é o mais motivante, o fator análogo aprimoramento das habilidades só foi identificado como o terceiro fator motivacional.

Na comparação dos fatores motivacionais dos participantes segundo gênero, detectou-se haver diferença estatística significativa em todos os fatores analisados, exceto nos itens Saúde e Status. É de grande valia ressaltar que em todos os itens em que há diferença entre os grupos, as atletas se sentem mais motivadas por esses fatores do que os atletas (Tabela 3). Entretanto, os resultados apresentados por Belmonte (2002) mostram uma tendência dos meninos a valorizarem mais as questões referentes ao fator "aspirações esportivas" do que as meninas.

Os resultados da comparação dos fatores motivacionais segundo categoria demonstraram que atletas mirins, infantis, infantos ou juvenis se motivam da mesma forma. A única exceção foi no item afiliação, em que atletas mirins se motivam mais que os da categoria infanto ou juvenil. O item afiliação engloba questões relacionadas a estar com amigos/ pertencer a uma equipe. Gallahue e Ozmun (2003) afirmam que a necessidade de pertencer a um grupo é muito forte na adolescência, podendo ser um dos fatores primordiais para que jovens se envolvam com o esporte. Sendo a mirim a primeira categoria, aquela em que as crianças se conhecem e passam a formar um grupo, esse sentimento de pertencer a uma equipe parece ser mais significativo para motivar os atletas mirins que os das categorias infanto e juvenil.

Conforme foi constatado anteriormente, a categoria tem pouca influência em como os sete fatores motivacionais analisados influenciam os participantes. Ao comparar somente atletas do gênero feminino segundo categoria (Tabela 5) não houve diferença estatística significativa em nenhum fator. Entre atletas do sexo masculino (Tabela 6) houve diferença somente quando comparada a categoria infantil com as outras: mirim, infanto e juvenil. Destaca-se que apenas a categoria infantil masculino apresentou valor mais baixo atribuído a esse item, demonstrando ser uma peculiaridade desta categoria o fator condicionamento físico não ser tão motivante quanto é para as demais categorias.

Ainda é importante ressaltar que ao comparar os fatores segundo o gênero, levando em consideração somente a categoria mirim (Tabela 7) e a categoria infanto (Tabela 9), as meninas são diferentes dos meninos apenas no item afiliação, sugerindo que nessas categorias, estar entre amigos/pertencer a um grupo motiva mais as meninas do que os meninos a continuarem a praticar o vôlei competitivo.

Ao comparar os resultados da categoria infantil segundo o gênero (Tabela 8), constata-se que as meninas são mais motivadas em todos os fatores que os meninos. Já na categoria juvenil (Tabela 10) esses fatores influenciam da mesma forma os atletas, independentemente do sexo.

 

CONCLUSÃO

O estudo demonstrou que os atletas pesquisados estavam altamente motivados para a prática do vôlei de quadra competitivo, tendo em vista que foi atribuída classificação muito importante a todos os fatores motivacionais analisados.

Aperfeiçoamento técnico foi indicado pelos atletas como o fator de maior motivação, independentemente de sexo ou categoria.

Houve diferença estatística significativa em todos os fatores analisados, exceto nos itens Saúde e Status, ao comparar os fatores motivacionais segundo gênero. Em todos os itens em que há diferença entre os grupos, as atletas se sentem mais motivadas por esses fatores do que os atletas.

Ao comparar os fatores motivacionais segundo categoria, verificou-se que não há diferenças estatísticas significativas. A única exceção foi no item afiliação, em que atletas mirins se motivam mais que os das categorias infanto e juvenil.

Recomenda-se que estudos futuros ampliem o público pesquisado para possibilitar novos estudos estatísticos que investiguem: 1) a possibilidade de haver diferenças entre os sexos, sugerindo maior motivação das jovens atletas quando comparadas aos jovens atletas e 2) a possibilidade da categoria à qual o atleta pertence ter pouca influência na intensidade em que os sete fatores analisados os motivam.

 

REFERÊNCIAS

ALVAREZ, E. et al. Dropout reasons in young Spanish athletes: relationship to gender, type of sport and level of competition. Journal of Sport Behaviour, Mobile, v. 29, p. 255-270, 2006.         [ Links ]

BARROSO, M. Validação do Participation Motivation Questionnaire adaptado para determinar motivos de prática esportiva de adultos jovens brasileiros. 2007. 130f. Dissertação (Mestrado em Ciência do Movimento Humano) - Ce

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