EDUCAÇÃO FÍSICA DO PROFESSOR WILLIAM PEREIRA

Este blog é a continuação de um anterior criado pelo Professor William( http://wilpersilva.blogspot.com/) que contém em seus arquivos uma infinidades de conteúdos que podem ser aproveitados para pesquisa e esta disponível na internet, como também outro Blog o 80 AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA (http://educacaofisica80aulas.blogspot.com/ ) que são conteúdos aplicados pelo Professor no seu cotidiano escolar.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Notícias da Educação Física

Notícias da Educação Física


Um velho problema: avaliação em Educação Física

Posted: 04 Dec 2012 08:38 AM PST



Muitos professores de Educação Física têm em suas mãos uma enorme dificuldade: criar um sistema de avaliação único. Mas acontece que essa disciplina é completamente diferente das demais, em que é possível mensurar o conhecimento do aluno por meio de avaliações teóricas (a famosa prova). Na Educação Física, o conhecimento é construído pela apropriação de técnicas corporais e pela criação de movimentos, o que dificulta muito a avaliação por parte do professor.

Algumas décadas atrás, predominava, na Educação Física, um modelo tecnicista no qual a avaliação era feita de acordo com critérios de rendimento, principalmente o esportivo. Como crítica a esse modelo, dizia-se que os alunos que já tinham uma disposição para a prática esportiva eram muito bem conceituados, mesmo participando pouco da aula ou quando não se interessavam por ela. Além disso, os estudantes com mais dificuldades para executar os movimentos técnicos dos esportes, por mais esforçados que fossem, tinham sempre um baixo desempenho avaliativo. Esse argumento incontestável serviu para que o critério "rendimento técnico" fosse abandonado; e a avaliação, repensada.


Depois do modelo tecnicista, nunca houve um consenso quanto à avaliação. Alguns professores exigem trabalhos teóricos em que são cobrados, na maioria dos casos, progressões pedagógicas, sistemas técnico-táticos e, principalmente, a história das modalidades esportivas. Mas esse tipo de avaliação é falho porque, com a série de recursos disponíveis na Internet, os alunos podem facilmente produzir um trabalho sem sequer ler o conteúdo que foi solicitado. Além disso, esse método leva ao mesmo erro do modelo tecnicista: centrar as aulas de Educação Física — que têm um amplo repertório de atividades ao seu dispor — em um único conteúdo: os esportes.

Outros professores simplesmente se apropriaram do modelo usado pelas demais disciplinas e aplicam uma prova ao término do bimestre. Esse padrão também não é o mais adequado em virtude da desvinculação entre teoria e prática. No caso da Educação Física, nenhuma prática pode ser destituída de uma teoria explicativa, pois, caso contrário, a aula simplesmente se transforma em um recreio prolongado. Por mais lúdica que seja a prática de Educação Física, ela sempre deve ter seus objetivos, mesmo que sejam imperceptíveis aos alunos e a quem observa a aula. E, se a prática não pode ser desvinculada de uma teoria, tampouco a teoria pode ser destituída da prática. Portanto, as provas, de maneira alguma, cumprem a função de verificar se um conteúdo prático (ligado ao movimento) foi assimilado pelo educando.

Outra forma de avaliação bastante comum e que também vem sendo questionada é aquela que usa como critério único o comparecimento do estudante e sua participação nas aulas. O problema é que, ao aluno, é permitido faltar até a 25% das aulas e, dessa forma, esse tipo de avaliação fere uma lei do MEC. Além disso, o professor pode facilmente se confundir, considerando o aluno extrovertido como participativo e o estudante tímido como menos esforçado.

Alguns teóricos da área sugerem alternativas inovadoras, como extinguir a avaliação formal (realizada pelo professor), trocando-a por uma auto-avaliação. No entanto, os profissionais que atuam nas escolas afirmam que essa idéia é utópica, já que o aluno está habituado ao sistema de avaliação prova/trabalho, não tendo, portanto, maturidade suficiente para fazer uma auto-análise coerente. Outros estudiosos concebem como modelo ideal medir o desenvolvimento geral do estudante. Nesse sistema, o potencial motor do aluno seria medido no início do ano letivo e, bimestralmente, avaliado novamente. Entretanto, além de ter critérios bastante subjetivos, o elevado número de educandos e o pequeno número de aulas semanais inviabilizam que o professor consiga acompanhar a evolução dos seus alunos individualmente.

Mas, então, qual é o modelo ideal para se fazer a avaliação em Educação Física? Infelizmente, não existe uma fórmula pronta. Muitos dos modelos citados — e criticados — anteriormente podem ser usados, contanto que não como padrão único e tampouco sem passar por uma reflexão prévia. Por exemplo: os trabalhos escolares são úteis, mas não aqueles que permitem que o aluno simplesmente "recorte e cole" da Internet, e, sim, os que podem reforçar a articulação entre teoria e prática, levando o estudante a refletir sobre seu cotidiano nas aulas de Educação Física e a forma como concebe o próprio corpo. Em vez de solicitar um trabalho enorme tratando do histórico da modalidade, das séries de progressões pedagógicas e das regras dos esportes — que muitas vezes sequer é lido na íntegra pelo professor —, sugere-se que sejam cobrados textos curtos (na forma de redação), mas com um alto teor de crítica e reflexão, explorando as problemáticas surgidas durante as aulas ou mesmo no dia-a-dia do aluno (como, por exemplo, o uso de anabolizantes). As avaliações teóricas podem seguir a mesma linha: por meio de questões dissertativas, pode-se exigir que o estudante reflita sobre a importância do movimento na sua vida. E, se muitas vezes é inviável acompanhar o desenvolvimento individual dos alunos, pode-se acompanhar o desenvolvimento geral, ou seja, da turma, até mesmo reforçando o senso de colaboração, já que uma parcela da nota será coletiva.

De qualquer forma, o mais importante é não negligenciar a importância da avaliação, pois é através dela que o educando tem um controle do seu desenvolvimento e, assim, sabe quanto ainda pode evoluir com relação aos movimentos e ao domínio e consciência do corpo — quebrando os paradigmas de beleza pregados pela mídia e que envolvem, muitas vezes, sofrimento e privações.

O doping genético no esporte de alto rendimento: possíveis metodologias para sua detenção

Posted: 04 Dec 2012 04:55 AM PST

No esporte de alta competição, é necessário um controle do treinamento e seguimento sistemático do atleta, sobre seu estado de saúde e condição física. De forma gradual, com vistas a alcançar melhores resultados nos eventos esportivos, os esportistas e seus treinadores foram introduzindo, primeiro de forma empírica e posteriormente desde o ponto de vista científico e técnico, conhecimentos relacionados à teoria e metodologia do treinamento esportivo necessário para cada disciplina esportiva para obter os melhores desempenhos no esporte de alto rendimento. Estes sistemas de treinamentos a seu controle estão associados à medicina e outras Ciências Aplicadas ao Esporte. Constantemente nascem novas propostas nesta direção para tratar de enriquecer as já existentes, para melhorar as marcas ou alcançar os triunfos (PANCORVO, 2007). Neste sentido, a procura pelo alto desempenho é uma constante dentro do esporte de alta competição e para tanto muitos atletas e treinadores acabam utilizando drogas e métodos ilícitos que são denominados de doping, os quais podem ter efeitos adversos (ARTIOLI; HIRATA; LANCHA JÚNIOR, 2007). O doping está definido pela presença de substâncias proibidas (drogas ou fármacos que incrementam o rendimento de um atleta) e de seus metabólitos ou marcadores em uma amostra (Sangue ou Urina) de um atleta, além de métodos ilícitos (WORLD ANTI DOPING AGENCY, 2010). Entre as práticas proibidas pela Agencia Mundial de Anti Doping (WADA), encontra-se o doping genético.

    Para a WADA, 2003 o doping genético é definido como a preparação laboratorial de células humanas que permitem reações endógenas que ajudam a um melhor desempenho físico. O doping genético caracteriza-se pelo uso não terapêutico de células, genes e elementos gênicos, ou a modulação da expressão gênica, que tenham a capacidade de aumentar o desempenho esportivo (WORLD ANTI DOPING AGENCY, 2010). Tal prática é realizada por meio de manipulação gênica, que pode ser definida como um conjunto de técnicas que permitem a inserção e expressão de um gene terapêutico em células-alvo que apresentam algum tipo de desordem de origem genética (não necessariamente hereditária), possibilitando a correção dos produtos gênicos inadequados que causam doenças (HUARD ET AL, 2003).

    Nesse sentido, os atletas poderiam beneficiar-se das técnicas de transferência de genes como qualquer outra pessoa cujo quadro clínico imponha tal necessidade (FELIPP, 2007). Além disso, a grande dificuldade de detecção desta prática dopante estimularia sua utilização em larga escala no meio esportivo (FILIPP, 2007). Entretanto, metodologias analíticas estão sendo desenvolvida a fim de detectar alterações nos genomas de atletas e seus respectivos produtos de biotransformação (ARGÜELLES; ZAMBORA, 2007; THEVIS ET AL, 2010).

    A existência do doping genético preocupa em grande medida aos pesquisadores da Agencia Mundial de Anti- Dopagem devido a sua difícil detecção, o qual constitui um motivo importante para que investigadores analisem metodologias eficientes para a detecção desta ação ilícita dentro da prática do esporte de alto desempenho.

Importância do disenho da carga de treino no esporte de alto rendimento

    A carga de treino é a suma das atividades físicas ou mentais que faz o atleta em relação ao volumem e a intensidade durante uma seção do treinamento e sua reposta biológica, o qual leva ao atleta, em diversos momentos, à adaptação, fatiga, forma esportiva, estabilização e perda da forma esportiva (PANCORVO, 2008; CORDOVA, 1995).

    Para o controle e modificação das cargas são necessários diferentes testes de campo e laboratórios (BELLO, 2001; MUNAY, 1997).

    Para Fuster (2000) è muito importante a relação entre volumem e intensidade das cargas e a relação de ambas com a recuperação; estas se adéquam, dependendo das características das mesmas para cada etapa do treinamento e das condições do atleta. O volumem é a atividade total que realiza o atleta expressada em tempo (duração), quantidade de exercícios, distância recorrida, etc., realizado de diversas maneiras. Representa principalmente a quantidade de trabalho desempenhado (BELLO, 2001; MUNAY, 1997). A intensidade é a característica da velocidade, potencia ritmo, grau de dificuldade, etc., com que é realizado o volume. Reflete, principalmente, qualidade do treinamento (PANCORVO, 2008).

    Deve-se respeitar o princípio progressivo e ondulante das cargas de treinamento.

    A carga de treinamento tem duas manifestações:

a.     Carga física – é a atividade realizada pelo sujeito, é a carga externa, ou seja, a que é planejada ao esportista ou a uma pessoa com fines de saúde.

b.     Carga biológica – é a reposta biológica que tem o sujeito ante a carga física, manifesta-se em seu sistema orgânico desde o ponto de vista cardiorrespiratório, neuroinmuno, endócrino-metabolico, etc. A reposta pode ser leve, moderada e intensa dependendo das condições físicas do atleta e de outros fatores que também podem influenciar como a idade e estado de saúde.

    No esporte de competição se controla e se conhece a intensidade do trabalho em cada esportista mediante diferentes informações: velocidade do trabalho realizado (m/s, km/h), intensidade do gesto esportivo, % de intensidade no desenvolvimento da força muscular, reposta biológica como: o consumo de oxigênio relativo (VO2Máx/kg) ou METs, % freqüência cardíaca máxima. (FCMáx) ácido lático formado, elevação da urea e creatinquinasa, assim como outras variáveis endocrinometabólicas acumulativas como presencia de cortisol, testosterona, amoníaco, ferritina, etc. (PANCORVO, 2008).

    Os atletas treinados deverão trabalhar como mínimo aos 70% de sua capacidade máxima para manter o nível de rendimento. Para aumentar-lo, têm que se realizarem esforços superiores aos 70% (BELLO, 2001; MUNAY, 1997).

    Ao tempo que programamos os treinamentos, devemos de ter em consideração as distintas fases de descanso ótimo, assim como a intensidade das distintas cargas (PANCORVO, 2008).

    Todo o anterior mostra que para manter a saúde do atleta é necessário uma planificação científica do treino que conduza a obter os melhores desempenhos esportivos, sem necessidade de utilização do doping que pode trazer efeitos colaterais maléficos no seu abuso excessivo.

Efeitos colaterais maléficos previsíveis do abuso de drogas no esporte

    O desenvolvimento de fármacos envolve a avaliação de seus efeitos colaterais e, quando possível, as conseqüências de interações medicamentosas. É óbvio que o que é relatado resulta das pesquisas efetuadas, que são programadas baseadas na experiência dos pesquisadores. Assim, mesmo os efeitos colaterais estabelecidos não representam a totalidade do risco envolvido no consumo do fármaco em questão (RADLER, 2001; DE ROSE, 2008; FREYTAG, 2002). Neste sentido, são apresentados alguns riscos no abuso conhecidos do uso de drogas comumente empregadas na dopagem esportivas (RADLER, 2001; DE ROSE, 2008; FREYTAG, 2002). Entre os efeitos colaterais fisiológicos no abuso de analgésicos narcóticos encontra-se a depressão respiratória, dependência física e mental grave; como efeitos colaterais mecânicos são mencionados a destruição de musculatura e articulações devido à ausência de dor durante a realização de atividades que exigem elevadas repetições intensas. Estes analgésicos são utilizados pelo atleta com o objetivo de elevar o desempenho esportivo e aliviar ás dores moderadas e intensas. Em relação ao abuso de utilização de estimulante é consumido pelo atleta para elevar o desempenho esportivo, aumentar a estimulação mental e redução da fatiga; entre os efeitos colaterais desta sustância ilícita estão: aumento da pressão arterial, dor de cabeça, arritmia, ansiedade e tremores. Também outras drogas utilizadas excessivamente como o abuso de betabloqueadores são utilizadas para elevar o desempenho esportivo, diminuir a taquicardia e tremor nas mãos por estresse, desaceleração dos batimentos cardíacos; entretanto pode exercer efeitos colaterais como broncoespasmo em asmáticos (RADLER, 2001; ROSE, 2008; FREYTAG, 2002).

    A dopagem, além de ser um fato eticamente condenável, representa risco para quem a utiliza, pois a escolha da prática dopante é feita de acordo com o que o atleta, que hipoteticamente, acredita que poderá favorecer o seu rendimento em um determinado esporte. Por tal motivo, a Agencia Mundial Antidoping (WADA) organiza uma lista com as classes de substâncias e métodos que apresentam como característica, pelo menos dois dos três seguintes critérios: Possibilidade de aumento no desempenho, risco à saúde e violação do espírito esportivo (OGA; CAMARGO; BATISTUSSO, 2008; DE ROSE, 2008).

    Esta lista inclui agentes anabólicos, hormônios e outras substâncias relacionadas, agonista Beta-2 adrenérgico, agentes com atividades antiestrogênica, diuréticos e outros agentes mascarantes, estimulantes, narcóticos, canabinóides e glicocorticóides (WORLD ANTI DOPING AGENCY, 2010). De acordo com a WADA, o controle antidoping deve ocorrer durante o período das competições e entre os eventos esportivos. O controle antidoping entre as competições pode ser feita a qualquer momento (no treinamento, na casa do atleta ou próximo a competição) e consiste na identificação e quantificação de agentes anabólicos e com atividade antiestrogênica, beta-2 – agonista, diuréticos e agentes mascarantes (DE ROSE, 2008; WORLD ANTI DOPING AGENCY, 2009). Em relação às metodologias analíticas empregadas no controle antidoping estabelecidas pela WADA, são divididas em 3 etapas: coleta da amostra, screening e confirmação do resultado (PEREIRA ET AL, 2008; WORLD ANTI DOPING AGENCY, 2009).

    Neste sentido, o controle do doping pode ser efetuado em amostra de urina, sangue ou ambos. Durante a coleta é verificado algum tipo de manipulação física ou química da amostra biológica (urina ou sangue). A amostra biológica passa por um screening que é realizado através de imunoensaio, eletroforese de focalização isoelétrica (eritropoetina sintética), cromatografia líquida (LC) e cromatografia gasosa (GC). Nos casos positivos, é refeito a mesma determinação para algumas substâncias como a eritropoetina recombinante humana (rEPO) e os ensaios cromatográficos são realizados novamente com auxílio de um espectrômetro de massa tandem (MSn). No caso de esteróides endógenos, os exames são realizados através de GC acoplado a um espectrômetro de massa de razão isotópica (GC-IRMS) (PEREIRA et al., 2008; WORLD ANTI DOPING AGENCY, 2009a).

    Recentemente, a WADA implementou o passaporte biológico, o primeiro método indireto que realiza uma série de coletas sanguíneas para verificação de alterações significativas em parâmetros desta amostra com o objetivo do monitoramento longitudinal em atletas de alto nível e que vem a somar-se aos tradicionais métodos diretos (WORLD ANTI DOPING AGENCY, 2009). Em relação aos métodos proibidos pela WADA são enquadrados da seguinte maneira: transportadores de oxigênio, manipulações químicas e físicas e dopagem genética (WORLD ANTI DOPING AGENCY, 2010).

Doping genético

    O doping genético é considerado o uso não terapêutico de células, genes e elementos gênicos que venha a aumentar o desempenho físico do atleta por meio da terapia gênica (WORLD ANTI DOPING AGENCY, 2010). A implicação das novas intervenções genéticas tem fascinado não só os pesquisadores, médicos e geneticistas, mas também treinadores e atletas que visam o aprimoramento do desempenho atlético de parâmetros biológicos, tais como força, potência e fornecimento de oxigênio, além do tratamento e reabilitação de lesões, para criar uma vantagem sobre os outros competidores (HUARD et al., 2003; HAISMA; DEHON, 2006; AZZAZY, 2010).

    Usando princípios básicos da terapia gênica, o doping genético injeta genes diretamente no corpo do atleta utilizando métodos in vivo ou ex vivo (AZZAZY; MANSOUR; CHRISTENSON, 2005). No método in vivo, a entrega do gene pode ser feita por métodos físicos, químicos ou biológicos, sendo este último o mais utilizado. Neste caso, utilizam-se vírus (retrovírus, adenovírus, vírus adeno-associados, lentivírus) como vetores que são modificados biologicamente para promover a inserção do gene artificial em células de um determinado órgão ou tecido-alvo (AZZAZY; MANSOUR; CHRISTENSON, 2005; SINN; SAUTER; MCCRAY JUNIOR, 2005). A técnica de doping genético ex vivo envolve a transferência, primeiramente, de genes para células em meio de cultura e reintrodução para o tecido alvo do atleta. Uma vez implantada no atleta, essas células aumentam a expressão de hormônios e outras substâncias bioquímicas que aumentam o seu desempenho físico (SINN; SAUTER; MCCRAY JUNIOR, 2005).

    Os possíveis alvos primários do doping genético em humanos são: a eritropoietina (EPO), enzima conversora de angiotensina 1, hormônio do crescimento humano (hGH), fator de crescimento 1 semelhante a insulina (IGF-1), inibidor de genes da miostatina, folistatina, receptor ativado por proliferador peroxissomal (PPARs), fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), endorfinas e encefalinas, leptina, fosfoenolpiruvato carboxiquinase (PEPCK) e actinina alfa-3 (ACTN3) (UNAL; UNAL, 2004; GATZIDOU; GATZIDOU; THEOCHARIS, 2009; AZZAZY, 2010). Diante da diversidade de genes, diferentes técnicas analíticas têm sido sugeridas para a determinação de doping genético.

Possíveis metodologias para a detecção do doping genético

    A WADA iniciou uma série de pesquisas visando estar preparada para o mundo do doping genético (MCCRORY, 2003; PINCOCK, 2005). Os pesquisadores sugerem vários testes biológico-laboratoriais que podem expor fraudes genéticas (MCCRORY, 2003; PINCOCK, 2005; AZZAZY; MANSOUR; CHRISTENSON,2005). Quando o perigo do doping genético foi reconhecido pela primeira vez, órgãos de controle de doping, cientistas e autoridades desportivas estavam preocupados com a dificuldade ou até mesmo incapacidade de sua detecção (FRIEDMANN; KOSS, 2001).

    A base para essa opinião era que tanto o transgene quanto a proteína expressa seria indistinguível de seus homólogos endógenos (BAOUTINA et al., 2008). Neste sentido, Filipp (2007) discutiu a possibilidade de indivíduos que apresentam mutações benéficas em determinados genes alvos podem demonstrar vantagens naturais sobre os demais competidores, porém um exame antidoping baseado em uma análise genética poderia resultar em falso-positivo para o atleta com alguma mutação. Neste sentido, as estratégias analíticas para detecção do doping genético poderiam ser realizadas através da detecção direta e/ou indireta da manipulação gênica (AZZAZY; MANSOUR, 2007; PALMER et al., 2004).

    As estratégias adequadas que poderiam ser utilizadas para a detecção do doping genético seria a análise direta do transgene, da proteína transgênica e/ou do vetor utilizado para a introdução do transgene (AZZAZY; MANSOUR, 2007; BAUOTINA et al., 2008). Sugere-se a utilização de técnicas moleculares como a reação da transcriptase reversa, seguida da reação em cadeia da polimerase (RT-PCR) para o estudo de RNA, caso o problema seja a seleção da região do genoma para estudo. Os RNAs específicos codificam ou estão envolvidos na tradução de diferentes proteínas, sendo que por vezes, uma mesma proteína é traduzida por diferentes RNAs (WANG et al., 2003).

    Na terapia gênica, transferência e subseqüente expressão do transgene são monitoradas pela detecção do produto do transgene ou por um componente do vetor. O transgene normalmente substitui um gene defeituoso, portanto há pouca expressão endógena dessa proteína. No doping genético, o transgene não visa substituir o gene defeituoso, e sim as proteínas recombinantes que são produzidas pelas próprias células dos atletas através do gene introduzido, tornando-as quase idênticas aos seus homólogos endógenos. Logo a detecção das proteínas transgênicas torna-se confiável na medida em que ocorrem mudanças nos níveis de expressão da proteína ou modificações pós-translacionais (PTM) quando o transgene é expresso ectopicamente (LASNE et al., 2002; BAOUTINA et al., 2008; AZZAZY, 2010).

    Para a detecção do doping genético por meio da análise de proteínas alvos utilizando técnicas químicas padrões, mudanças nas concentrações de proteína ou isoformas precisariam ser evidentes em tecidos ou fluidos corporais de fácil acesso. Os estudos de terapia gênica em animais e humanos têm demonstrado que a expressão do transgene é geralmente confinada ao local/tecido onde é realizada a injeção/inserção do transgene. O tecido muscular é o principal alvo para essa prática, portanto para acompanhar a concentração da proteína, uma biopsia muscular seria exigida para revelar possíveis veículos virais ou alteração de genes (MCCRORY, 2003; PINCOCK, 2005), o que torna praticamente inviável no cenário atual do esporte (BAOUTINA et al., 2008). As proteínas constituintes de hormônios como EPO e hGH quando secretadas, podem ocasionar algum "vazamento" para a circulação e possivelmente para a urina. Dessa forma, as proteínas transgênicas funcionais poderiam gerar alguma informação para sua detecção em caso de doping (BAOUTINA et al., 2008). Neste sentido, o conhecimento das técnicas moleculares é capaz de diferenciar um genoma normal em relação a um alterado. O desenvolvimento dos testes moleculares pode ser resumido nos seguintes passos: extração de moléculas de DNA ou RNA no sangue ou tecido objeto de estudo; amplificação mediante reação em cadeia da polimerase (PCR) ou transcrição reversa (RT); estudos das seqüências de interesses; marcadores, biosensores, entre um vasto leque de técnicas moleculares existentes (ARGÜELLES; ZAMBORA, 2007). Uma possível metodologia para indicar o uso de doping genético é a análise de RNA e outras possíveis proteínas marcadoras por meio de métodos cromatográficos acoplados a espectrômetros de massa em soro ou plasma com a utilização de técnicas proteômicas (HAISMA; DE HON, 2006). Além disso, a eritropoietina (EPO), produzida in vivo para transferência gênica, difere de sua contraparte fisiológica (LASNE et al., 2004). As diferenças isoelétricas entre as isoformas de EPO foram detectadas no soro de macacos antes e depois de injeção intramuscular do vetor vírus adeno-associado contendo homólogo de ácido desoxirribonucléico complementar (cDNA) para EPO. Embora as características estruturais responsáveis por esse comportamento isoelétrico distinto não tenham sido elucidadas, a expressão ectópica da proteína transgênica no tecido muscular, pode resultar em modificações pós-translacionais (PTM) diferentes ao da EPO endógena. Esta descoberta abriu perspectivas importantes para o controle antidoping envolvendo transferências de genes (LASNE et al., 2004). Uma metodologia adotada para a análise de genes é a técnica de microarrays, capaz de medir quantitativamente a expressão de milhares de genes em diferentes tecidos em apenas um ensaio (ROSA; ROCHA; FURLAN, 2007). Neste sentido, este método poderia ser aplicado no doping genético, pois esta metodologia poderia detectar a expressão de genes extras ou alterados, resultantes do doping genético. No entanto, os experimentos com microarrays ainda são consideravelmente caros e trabalhosos. Além disso, tais experimentos envolvem uma série de procedimentos laboratoriais, desde a extração de RNA, transcrição reversa e marcação fluorescente, até a hibridização final, os quais invariavelmente introduzem diferentes níveis de variação adicional aos dados. Desta maneira, a condução de ensaios com microarrays requer cuidadoso delineamento experimental e análise estatística dos dados (ROSA; ROCHA; FURLAN, 2007). Em conseqüência destes fatores, a logística de um laboratório de exames antidoping não seria capaz de atender a demanda de exames em grandes competições, o que atualmente impossibilita a realização desta técnica na rotina de laboratorial.

Detecção do vetor

    As abordagens para detecção de vetores virais pode ser dirigida através da detecção de partículas virais, proteínas virais ou ácidos nucléicos incorporados. Entretanto, a análise direta do vetor depende de vários fatores como o vírus utilizado, o local onde ocorreu a transferência gênica e o método para detecção do agente (BAOUTINA et al., 2008). A reação da polimerase em cadeia (PCR) é predominante neste tipo de análise. Esses vetores, o tipo de amostra e suas metodologias de detecção estão apresentados na tabela 1.

Tabela 1. Vetores virais, rota de entrega, amostra e métodos de detecção

    A detecção direta de agentes utilizados no doping genético, com bases nas tecnologias atuais, pode apresentar alguns desafios e/ou certas limitações. As principais desvantagens deste tipo de detecção é a região do genoma a ser estudada devido à existência de diferentes genes que codificam proteínas musculares; as proteínas relacionadas com funções respiratórias ou energéticas; as proteínas relacionadas a neurotransmissores cerebrais ou hormônios. Todas elas, de maneira particular ou em conjunto, podem incrementar o rendimento de um atleta. Nem sempre haverá mudanças no genoma com a expressão de um gene, mas sim no fragmento de DNA transcrito como RNA mensageiro, e, portanto, em proteínas funcionais (ARGÜELLES; ZAMBORA, 2007).

    Uma estratégia alternativa é a utilização de métodos indiretos, com base na medição dos efeitos do doping genéticos nas células, tecidos ou em todo o organismo (BAOUTINA et al., 2008). No caso de doping genético por EPO, a detecção de alterações secundárias hematológicas e bioquímicas, tais como, aumento na hemoglobina, na contagem de reticulócitos e hematócrito, pode sugerir o doping (RIVERA et al., 2005). Além disso, Varlet-Marie e colaboradores (2004) demonstraram mudanças no metabolismo do ferro e do RNA mensageiro utilizando a reação da polimerase em cadeia (PCR) em tempo real.

    Contudo, as implicações legais para o atleta com resultado positivo para qualquer forma de doping sugerem que, sempre que possível, um método direto que identifique inequivocamente a prática ou agente dopante, que tem por base medir mudanças em células, tecidos ou em todo o corpo (BAOUTINA et al., 2008).

    Alternativamente, métodos indiretos de detecção poderiam detectar mudanças mensuráveis induzidas pelo gene dopante. Por exemplo, tem sido demonstrado que após a inserção e/ou expressão da respectiva proteína recombinante, pode ocorrer uma resposta imune específica (GAO et al., 2004; PALMER et al., 2004). Além disso, mudanças na transcrição, proteínas e metabólitos padrões após a introdução do transgene pode levar a marcadores substitutos, capazes de serem detectados por diferentes abordagens analíticas (AZZAZY; MANSOUR, 2007; BAOUTINA et al., 2008). Entre outros efeitos biológicos do doping genético, respostas imunológicas frente ao veículo de entrega do gene podem ser avaliadas. Além disso, mudanças no nível de expressão de outras proteínas ou ruptura bioquímica celular em resposta a uma proteína transgênica também pode ser avaliada (BESSIS; GARCIA COZAR; BOISSIER, 2004; BAOUTINA et al., 2008).

Resposta imune humoral de vetores de terapia gênica

    A administração de vetores virais pode induzir também resposta imune humoral. Ambos os fatores virais relatados, tais como o tipo de vetor, sorotipo, dose e via de administração e fatores relacionados ao hospedeiro, tais como a genética afetam a extensão da resposta imune humoral ao vetor (BAOUTINA et al., 2008). Em seres humanos, a administração de vetor adenovírus ou vírus adeno-associado (AAV) gerou aumento de anticorpos séricos após injeções intramuscular (MANNO et al., 2003), intratumoral (DUMMER et al., 2000; FREYTAG et al., 2002), intradermal (HARVEY et al., 1999) ou intra-arterial (artéria hepática) (MANNO et al., 2006) apesar de a maioria dos pacientes testados já apresentarem anticorpos pré-existentes ao capsídeo viral ao encontro natural com esses vírus (CHIRMULE et al., 1999).

    A resposta imune humoral a infecção pelo vírus herpes simples é bem caracterizada (KOELLE; COREY, 2003). Há um aumento de anticorpos anti-HSV, apesar de que 50-80% dos seres humanos já possuam esses anticorpos com resultado natural de infecção (WAKIMOTO et al., 2003). Os vetores retrovirais

Treinamento funcional requer avaliação funcional

Posted: 04 Dec 2012 04:39 AM PST


Quando um aluno entra em uma academia, antes de começar o programa de treinamento é comum ele passar por uma avaliação física que normalmente inclui realizar testes de força e flexibilidade, mensurar o percentual de gordura e fazer um teste sub máximo de VO2.  Mas ai vem à questão: Será que esse tipo de avaliação pode dar suporte para uma prescrição segura e eficiênte de treinamento funcional? Muitas vezes os testes, citados acima, não servem nem para uma prescrição de treinamento tradicional. Portanto, para o treinamento funcional, com certeza não é o mais indicado.

Para o treinamento funcional a avaliação precisa ser funcional. E o FMS se encaixa nesta necessidade. Podemos dizer que o FMS é um protocolo de avaliação física que tem enfoque em padrões de movimentos funcionais.  

Os testes são:
-O deep squat ou agachamento profundo
-O hurdle step ou passo sobre barreira
-In line lunge  ou avanço em linha
-Soulder mobility ou mobilidade do ombro
-Active Straight Leg Raise ou elevação ativa da perna extendida
-Trunk stability push up ou flexão de cotovelos com estabilidade do tronco
-Rotary stability ou estabilidade rotacional

Através dessa avaliação, podemos detectar pontos onde a musculatura está enfraquecida, desequilibrios musculares e desvios posturais. Estes aspectos são importantes pois muitas lesões ocorrem por um destes fatores ou até mesmo a somas deles.

Fonte

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