Newsletter da Saúde |
- Manter regularidade nos exercícios físicos é fundamental para a boa saúde
- Fumantes têm o dobro de risco de sofrer derrames
- Exercícios em excesso podem danificar o coração, dizem especialistas
- Deficiência de vitamina D piora quadro de asma em crianças
- Como prevenir os sintomas da asma no verão
- Abordagem fisioterapêutica na paralisia facial periférica
- Paralisia facial após técnica anestésica mandibular
- Lesões crônicas de tendões flexores na mão — Reconstrução em dois estágios
Manter regularidade nos exercícios físicos é fundamental para a boa saúde Posted: 08 Dec 2011 08:46 PM PST Getty Images A atividade sempre foi uma característica do ser humano desde os primórdios da pré-história. Durante boa parte de seu tempo ele passou caminhando, mudando de lugar para viver e se alimentando da caça. Portanto, incluir a atividade física no dia a dia é fundamental para manter a saúde em ordem. O sedentarismo - um mal dos tempos modernos - pode causar não só problemas físicos como também dificuldades mentais e psicológicas. Um estudo da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, acompanhou dois grupos de idosos que sofriam de bronquite e enfisema pulmonar. Todos seguiram um programa de reabilitação durante dez semanas. Nesse tempo, eles praticaram atividades físicas. O treino era constituído de exercícios em casa, acompanhados por um personal trainer. O outro grupo manteve-se sem se exercitar, tratando do problema apenas com medicamentos. O resultado final da pesquisa constatou que as pessoas do grupo que foram submetidas aos exercícios, tiveram uma melhora significativa não somente na saúde, como também na memória, concentração e raciocínio. |
Fumantes têm o dobro de risco de sofrer derrames Posted: 08 Dec 2011 08:43 PM PST Um estudo canadense comprovou que os fumantes têm o dobro de chances de sofrer um derrame em comparação com os não fumantes. Ainda segundo o estudo, quando o fumante abandona o cigarro, esse índice diminui e o risco de ele sofrer um AVC se compara ao de uma pessoa que nunca fumou. Ao deixar o vício, se o ex-fumante seguir uma alimentação equilibrada e fazer atividades físicas, o risco de ele sofrer um acidente vascular cerebral cai significativamente, concluiu o estudo. Os especialistas analisaram 982 pacientes que sofreram derrame ao longo de dois anos. Eles descobriram que a idade média das vítimas de derrame que fumavam era de 58 anos. Esses fumantes eram nove anos mais jovens do que a idade média dos não-fumantes que também sofreram derrame. Os estudiosos alertam que fumar causa arteriosclerose acúmulo de placas de gordura nos vasos sanguíneos- e aumenta o risco de coágulos. Os fumantes têm o dobro de riso de sofrer um derrame causado por um vaso sanguíneo rompido- AVC hemorrágico- do que as pessoas que não fazem uso do cigarro. |
Exercícios em excesso podem danificar o coração, dizem especialistas Posted: 08 Dec 2011 08:41 PM PST A prática excessiva de exercícios pode danificar o coração, indica um pequeno estudo feito por especialistas australianos. Exames de ressonância magnética de 40 atletas que se preparavam para participar de eventos esportivos extremos, como triatlos ou competições de ciclismo em montanha, revelaram que a maioria apresentava distensões no músculo cardíaco. A maior parte se recuperou completamente depois de uma semana, mas cinco dos atletas, que vinham treinando há mais tempo, apresentaram cicatrizes - possivelmente um indício de danos permanentes. A equipe da Universidade de Melbourne disse à revista científica European Heart Journal que as alterações encontradas poderiam, no futuro, provocar problemas cardíacos como a arritmia. Mas eles enfatizaram que não se deve concluir, com base nesse estudo, que esportes extremos sejam ruins para a saúde. Para a maioria dos atletas, uma combinação de treinamento sensato e recuperação adequada deve trazer melhorias na função do músculo cardíaco, os pesquisadores disseram. A equipe disse que são necessários mais estudos. Treinamento extremo O diretor médico da Maratona de Londres, Sanjay Sharma, disse que os resultados convidam à reflexão, mas concordou que é preciso fazer mais pesquisas. - Minha opinião é de que exercícios extremos provavelmente causam danos ao coração em alguns atletas. Não acredito que o corpo humano seja desenhado para (suportar) exercícios durante até 11 horas por dia, então danos ao coração não são implausíveis. Shama disse, no entanto, que era cedo para dizer se a prática de esportes radicais causa danos a longo prazo. Doireann Maddock, representante da British Heart Foundation, disse que as pessoas não devem deixar de fazer exercícios com base no novo estudo. - É importante lembrar que os benefícios da atividade física para a saúde estão bem estabelecidos. Os atletas altamente treinados envolvidos nesse estudo estavam competindo em eventos de longa distância e treinavam mais de dez horas por semana. - Mais pesquisas de longo prazo serão necessárias para determinar se os exercícios extremos podem causar danos ao ventrículo direito em alguns dos atletas. Formato alterado Como parte do estudo, os cientistas avaliaram os atletas duas semanas antes das competições, imediatamente após os eventos e cerca de uma semana depois. Logo após a competição, os corações dos atletas tinham o formato alterado. O ventrículo direito do órgão - uma das quatro câmaras do coração envolvidas em bombear o sangue pelo corpo - parecia dilatado e não funcionava tão bem como nas semanas que antecederam a competição. Níveis de uma substância química chamada BNP (Peptídeo Natriurético tipo B), que é fabricada pelo coração em resposta a distensões extremas, haviam aumentado. Uma semana mais tarde, os corações dos atletas haviam voltado à condição em que estavam antes da competição. Nos cinco atletas que vinham treinando e competindo há mais tempo, os exames revelaram indícios de cicatrizes no tecido cardíaco. Além disso, a função do ventrículo direito nesses atletas continuava diminuída em comparação com os resultados anteriores ao evento. |
Deficiência de vitamina D piora quadro de asma em crianças Posted: 08 Dec 2011 08:36 PM PST Um estudo publicado no periódico American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, da American Thoracic Society, revelou que crianças com asma persistente grave - que não respondem a tratamentos à base de corticóide - podem ter o funcionamento dos pulmões mais pobre em comparação a crianças com asma moderada devido a baixos níveis de vitamina D no sangue. A pesquisa contou com a participação de 86 crianças, sendo 36 com asma persistente grave, 26 com asma moderada e 24 não asmáticas. Em seguida, os níveis de vitamina D presentes no organismo de cada uma foram comparados às suas respectivas capacidades pulmonares. Foram colhidas também, amostras de tecidos das vias aéreas do grupo com asma grave para avaliar as mudanças estruturais de seus músculos. Os resultados mostraram que crianças com asma persistente grave apresentaram função pulmonar mais pobre e níveis de vitamina D mais baixos no sangue. A massa de tecido muscular nas vias aéreas também era maior nesse grupo. Segundo os pesquisadores, a análise sugere que níveis mais baixos do nutriente contribuem para o aumento da massa muscular lisa das vias aéreas, o que pode tornar a respiração mais difícil. Eles acreditam que, se mais aprofundada, a descoberta poderá fornecer evidências importantes para novos tratamentos da doença. Aprimore o consumo de vitamina D com sete alimentos Além de ajudar no combate à hipertensão, no controle de peso e na prevenção da osteoporose, a vitamina D ainda tem importante papel no funcionamento adequado da tireoide e na secreção de insulina pelo pâncreas. Por isso, além de aproveitar a luz solar, uma das principais fontes do nutriente, invista nos seguintes alimentos: Sardinha e atum em lata: prática, a sardinha e o atum enlatado são uma das principais fontes de vitamina D vindas da alimentação, contando com, 4,8 mcg e 6,7 mcg a cada 100g, respectivamente. Para aproveitar esses benefícios de forma saborosa você pode utilizá-la no preparo de tortas, saladas, farofas e sanduíches. Fígado de boi: embora essa parte do boi não seja apreciada por alguns, é fonte de vitamina D, apresentando 0,8 mcg a cada bife de, aproximadamente, 68g. De preferência, consuma o bife grelhado ou cozido, já que frito agregará mais gorduras. Ovos: esse alimento é rico em vitamina D, contando com 1,1 mcg a cada unidade grande. Para aproveitar ao máximo os nutrientes, consuma o alimento fresco - o famoso ovo caipira -, porque a galinha produtora deste ovo não ingere hormônios, mantendo os nutrientes de seus ovos. Mas sem frituras: prefira ovos mexidos ou cozidos. Manteiga: melhor amiga do pãozinho, a manteiga é uma das opções para aprimorar seu consumo de vitamina D diária. 100g de manteiga tem 1,5 mcg. Mas, atenção: o tão querido pão na chapa não é o modo de preparo mais saudável, já que, quando aquecidas, as gorduras ficam saturadas. O processo de aquecimento também compromete as vitaminas. Por isso, prefira consumi-lo fresco, junto a um pão integral, já que as fibras melhoram a absorção de nutrientes. Iogurte: Além de ser uma delícia, o iogurte dá aquela forcinha na ingestão de vitamina D diária - a versão desnatada conta com 0,1 mcg a cada 100g. Lembre-se de que ele vai muito bem com frutas, em molhos de salada ou em vitaminas com grãos integrais (como gergelim e aveia). O preparo de bolos e tortas com iogurte, alerta ela, deve ser evitado, já que o valor calórico do bolo é maior do que de outros preparos, como os já citados. |
Como prevenir os sintomas da asma no verão Posted: 08 Dec 2011 08:35 PM PST Isso porque, segundo o pneumologista pediátrico e professor adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Bernardo Kiertsman, a variação climática é responsável pelo revezamento entre o ar frio e quente, que gera o estreitamento dos brônquios dificultando a entrada e saída de ar dos pulmões. A reação do organismo, nestes casos, traz à tona sintomas como tosse, falta de ar, chiado e aperto no peito. Em situações de muito calor, o funcionamento do aparelho respiratório muda e fica desidratado por causa da baixa umidade do ar. Para evitar as crises de asma, Kiertsman recomenda uma maior ingestão de líquidos e a realização de exercícios fora dos horários de pico do sol (das 10h às 17h, considerando o horário de verão). Tratamento O tratamento da asma geralmente segue três diretrizes: controle da doença, higiene do ambiente e tratamento farmacológico de manutenção e tratamento da crise. Entre os medicamentos mais indicados estão os broncodilatadores de ação imediata. Recomendados para o tratamento da crise aguda de asma, eles podem ser utilizados na forma inalatória sob a forma de spray ("bombinhas") ou via nebulização. Em casos mais severos, é necessária a utilização de antiinflamatórios por via oral ou endovenosa, por um curto período. |
Abordagem fisioterapêutica na paralisia facial periférica Posted: 08 Dec 2011 08:27 PM PST A paralisia de Bell é a mais frequente das paralisias faciais e pode ser definida como uma paralisia do tipo neurônio motor inferior, portanto periférica (HUNGRIA, 2000, p. 420). Os termos paralisia facial idiopática ou de paralisia de Bell são utilizados na literatura para caracterizar aqueles pacientes com quadro agudo de paralisia facial com caraterística periféricas e sem um diagnóstico etiológico definido (LAZARINI, MITRE & SZAJUBOK, 2002, 395). O nervo facial é considerado um nervo misto, embora essencialmente motor: cerda de 7.000 neurofibrilar de função motora e 3.000 de caráter sensorial (HUNGRIA, 2000, p. 408). Em virtude de sua peculiar situação de enclausuramento em canal ósseo, num trajeto de 30-35 mm, desde o fundo do meato acústico interno até o forâmen estilomastóideo, o nervo facial está sujeito a processos infecciosos ou compressivos, de variada natureza, que podem interromper seu influxo nervoso, acarretando bloqueio total (HUNGRIA, 2000, p. 411). A teoria patogênica mais aceita sobre a paralisia de Bell é de distúrbio vascular da artéria estilomastóidea, que se processaria consoante ao seguinte esquema: espasmo arteriolar – isquemia do nervo – lesão dos capilares – edema – compressão – estase linfática e venosa – anóxia – círculo vicioso (HUNGRIA, 2000, p. 420). Têm sido comprovadas titulagens sangüíneas elevadas para anticorpos específicos antivirais do herpes simples, da varicela- Zoster, do Epstein-Barr e do citomegalovírus em pacientes com paralisia de Bell (HUNGRIA, 2000, p. 421). Parece haver, portanto, duas modalidades de paralisia de Bell: a neuropatia vascular edematosa e a de neurite intersticial a vírus (HUNGRIA, 2000, p. 421). Jongkess citado por Hungria (2000, p.420) dá grande valor a causas psicossomáticas. Diante de uma paralisia facial periférica, o diagnóstico clínico de paralisia de Bell é feito por exclusão de outras possíveis causas (LAZARINI, MITRE & SZAJUBOK, 2002, p. 396) como mostra a figura 1na p. 08. Nos últimos anos, observa-se um aumento importante do número de casos traumáticos, principalmente em decorrência de acidentes de transito e ferimentos por arma de fogo causas (LAZARINI, MITRE & SZAJUBOK, 2002, 396). A dor de ouvido ou em torno dele freqüentemente precede a paralisia de Bell e uma história de corrente de ar no lado da face pode ser significativa. A paralisia de Bell também pode ser acompanhado de edema da parótida (Síndroma de Melkersson), (BULL, 1997, p. 91). A assimetria facial, com repuxamaento dos traços fisionômicos para o lado são, apagmento dos sulcos e rugas do lado doente, chama a atenção de imediato alem de que na hemiface enferma , o piscamento não acompanha o da outra hemiface e o olho não se fecha tanto, a asa do nariz aproxima-se do septo nasal estreitando a narina, que não se dilata durante as inspirações; a comissura bucal desvia-se para baixo. O sinal de Bell é representado pelo desvio do globo ocular para cima e para fora, sincinesia fisiológica, de hábito inaparente durante oclusão palpebral normal, mas que se torna visível quando esta não se faz (HUNGRIA, 2000, p. 414). A paralisia facial bilateral é uma raridade interessante. É a assimetria facial da paralisia facial que chama atenção e torna o diagnóstico óbvio; a paralisia facial bilateral pode não ser tão prontamente diagnosticada (BULL, 1997, p. 91). A paralisia simultânea bilateral é um dado de exclusão para o diagnóstico de paralisia de Bell (LAZARINI, MITRE & SZAJUBOK, 2002, p.399). O diagnóstico topográfico refere-se à localização da lesão ao longo do trajeto do nervo facial, sendo que o reflexo do músculo estapédico indica se a lesão está acima ou abaixo do nervo estapédico (LAZARINI, MITRE & SZAJUBOK, 2002, p.405). No teste de Schirmer se houver redução do lacrimejamento indica que a lesão foi proximal ao gânglio geniculado, se a gustação estiver comprometida a lesão é proximal a corda do tímpano (BULL, 1997, p. 92). A Eletromiografia só pode ser realizada após a segunda semana do início da paralisia (HUNGRIA, 2000, p. 417). A tomografia computadorizada e a ressonância magnética tornou mais objetiva a identificação do local da lesão estapédico (LAZARINI, MITRE & SZAJUBOK, 2002, p.405). O prognóstico para a paralisia de Bell é relativamente bom, pois em cerca de 85% dos casos regride sem deixar seqüelas, uma vez que se trata de simples bloqueio fisiológico ou neuropraxia (HUNGRIA, 2000, p. 420). O aparecimento da paralisia facial pós-trauma, quando surge dias após o trauma significa que é conseqüente a compressão por derrame sangüíneo ou edema e a recuperação espontânea é regra. A paralisia que se instala logo após o trauma decorre de lesão maior cuja a magnitude não é possível avaliar. (HUNGRIA, 2000, p. 428). O paciente pode permanecer com algum grau de déficit motor facial, que poderá comprometer seu sorriso, sua expressão de alegria ou tristeza, sua fala e até mesmo sua mastigação, alem das sincinesias e de seqüelas como falta de lacrimejamento e a dificuldade no fechamento palpebral (LAZARINI, MITRE & SZAJUBOK, 2002, 410). Vea o restante do Caso Clínico aqui |
Paralisia facial após técnica anestésica mandibular Posted: 08 Dec 2011 08:24 PM PST A Paralisia do Nervo Facial (PNF) pode ocorrer por diferentes motivos, como traumatismo, compressão, processos infecciosos ou inflamatórios, distúrbios metabólicos e iatrogenias. O nervo facial, dentre os nervos cranianos, é o mais acometido, sendo a ocorrência de lesões durante o tratamento dentário bastante rara e incomum. Poucos autores descrevem casos de PNF decorrente do tratamento odontológico1-5. Gray (1978) cita 3 casos de paralisia facial causada por injeção de anestésico durante bloqueio mandibular, com total recuperação dos pacientes após 7 horas. A recuperação dos movimentos normais pode demorar algumas horas, com o paciente estando apto a realizar suas atividades normais em um breve período de tempo6. No presente artigo, os autores apresentam um caso de paralisia hemi-facial, provocada pela compressão do nervo facial após a realização da técnica anestésica para bloqueio dos nervos lingual, alveolar inferior e bucal, em que a ruptura de pequenos vasos pode ter ocasionado a formação de um hematoma.
RELATO DE CASO Paciente de 63 anos foi encaminhada à Clínica de Cirurgia Bucal para extração do primeiro molar inferior esquerdo. A paciente não apresentava nenhuma alteração sistêmica nem fazia uso de nenhum tipo de medicação. Após planejamento do caso, antissepsia e montagem dos campos estéreis e da mesa cirúrgica, o procedimento foi iniciado, objetivando o bloqueio regional dos nervos lingual, alveolar inferior e bucal do lado esquerdo, para completa dessensibilização da região e extração dentária. Alguns minutos após o início da infiltração do agente anestésico (Mepivacaína 2% com Epinefrina 1:100.000), a paciente relatou que sua face do lado esquerdo apresentava-se "dormente, com peso anormal, dificuldade de fechar o olho do lado esquerdo e diminuição discreta da salivação". Foi observado, então, que a paciente apresentava naquele momento paralisia hemi-facial, com exposição da esclera durante a tentativa de fechamento da pálpebra esquerda, restrição nos movimentos dos músculos faciais, que incluía, além do incompleto fechamento palpebral, perda da movimentação dos lábios superior e inferior e da região supraorbitária esquerda. (Figuras 1a,b,c,d)
Os sinais observados e os sintomas descritos pela paciente nos fizeram concluir que todas as ramificações do nervo facial encontravam-se paralisadas, possivelmente pela compressão do nervo facial após a formação de um hematoma que se formou após a ruptura de vasos que estão em íntimo contato com o epineuro. A paciente foi orientada a permanecer calma, o procedimento cirúrgico foi suspenso, e todas as orientações relativas ao tratamento e acompanhamento foram transmitidas à paciente que, após 3 horas, já apresentava os movimentos faciais recuperados e sem queixas (Figuras. 2a,b,c,d). Nenhuma medicação ou tratamento específico foi recomendado à paciente, com o procedimento cirúrgico sendo realizado após duas semanas, sem intercorrências.
DISCUSSÃO Na literatura, são encontradas diferentes etiologias para a PNF, como: injeção de anestésicos locais, extração dentária, processos infecciosos, osteotomias, cirurgias pré-protéticas, excisão de tumores e cistos, cirurgia da articulação têmporo-mandibular e tratamento das fraturas faciais e de pacientes fissurados3-5. É demonstrado, neste artigo, um caso de injeção do agente anestésico diretamente no nervo facial, o que pode ter provocado a ruptura de vasos, levando à formação de um hematoma, que, posteriormente, causou a compressão do nervo, resultando no quadro de paralisia facial. O nervo facial percorre o interior da glândula parótida e se ramifica, inervando a região temporal, supraorbitára, zigomática, bucal, maxilar, mandibular e cervical. Isso explica o início rápido dos sinais e sintomas relatados pela paciente e as regiões afetadas. Ling (1985)2 apresenta um caso de paralisia periférica do nervo facial após anestesia bucal em que foi utilizada a triamcinolona em altas doses no início e gradual redução em sua dosagem com o passar do tempo, obtendo resultados satisfatórios. Talzi; Soichot; Perrin (2003)5 demonstram não haver necessidade do uso de aciclovir no tratamento das paralisias faciais causadas por agentes anestésicos. Vasconcelos et al. (2006)7 também não recomendam o uso de medicação nesses casos, apenas nas situações de paralisia facial de Bell, em que a causa é desconhecida. As paralisias encontradas após bloqueio das estruturas nervosas apresentam recuperação após algumas horas da técnica anestésica, não necessitando, do nosso ponto de vista, fazer uso de qualquer medicação. Este trabalho demonstra a importância do conhecimento anatômico da região oro-facial e das técnicas anestésicas utilizadas para os procedimentos cirúrgicos da cavidade bucal. O conhecimento das complicações inerentes aos procedimentos odontológicos é de suma importância, para que o profissional possa identificar possíveis problemas e seja capaz de explicar ao paciente o tratamento e suas consequências.
REFERÊNCIAS 1. Gray RLM. Peripheral facial nerve paralysis of dental origin. Br J Oral Surg. 1978; 16:143-50. [ Links ] 2. Ling KC. Peripheral facial nerve paralysis after local dental anesthesia. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1985; 60:23-4. [ Links ] 3. Burke RH, Adams JL. Immediate cranial nerve paralysis during removal of a mandibular third molar. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1987; 63:172-4. [ Links ] 4. Shuaib A, Lee MA. Recurrent peripheral facial nerve palsy after dental procedures. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1990; 70:738-40. [ Links ] 5. Tazi M, Soichot P, Perrin D. Facial palsy following dental extraction: report of 2 cases. J Oral Maxillofac Surg. 2003; 61:840-4. [ Links ] 6. Bersen PLJA. Peripheral facial nerve paralysis after local upper dental anaesthesia. Eur Neurol. 1993; 33:90. [ Links ] 7. Vasconcelos BCE, Bessa-Nogueira RV, Maurette PE, Carneiro SCSA. Facial nerve paralysis after impacted lower third molar surgery: A literature review and case report. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2006; 11:175-8. [ Links ]
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Lesões crônicas de tendões flexores na mão — Reconstrução em dois estágios Posted: 08 Dec 2011 03:13 AM PST O tratamento das lesões crônicas dos tendões flexores da mão, ainda hoje, é um desafio pela grande freqüência de aderência do tendão usado como enxerto. O conceito atual de tratamento deste tipo de lesão é a reconstrução em dois estágios. O primeiro, onde se coloca um material sintético no trajeto do tendão objetivando a formação de um neo-túnel que possa receber o enxerto biológico que será utilizado em um segundo tempo da reconstrução. A utilização de implantes iniciou-se em 1936(13), em clássica experiência com tubos de celulóides, na qual observou-se a formação de uma pseudobainha, composta por células adaptadas em aceitar uma estrutura de deslizamento, no caso a estrutura de tendão. Esta técnica não obteve o sucesso esperado, pois sendo o material muito rígido, impedia a mobilização passiva das articulações, resultando em rigidez do dedo. Somente em 1963(2) é que se iniciou a utilização de espaçadores mais flexíveis, de material tipo silicone Outras propostas de tratamento em dois estágios incluíam a utilização de enxerto de tendão, como o vascularizado, do flexor superficial do mesmo dedo, conforme trabalho em1969(14), que apesar de bastante interessante, desconsiderava a utilização do implante no primeiro tempo. Somente em 1971 foi que aprimoraram e detalharam a técnica de reconstrução tendínea em 2 estágios da forma como hoje conhecemos, incluindo relatos clínicos de alguns bons resultados(10). A citação(1) reflete bem a importância do tema analisado "Os tendões flexores fazem parte de um conjunto anátomo-fisiológico muito complexo da mão. São os principais elementos atuantes nos movimentos de preensão; preensão forte e vigorosa do operário que empunha a sua marreta, preensão delicada e sutil do desenhista que traça as linhas corretas de um perfil de um rosto ou de um hábil cirurgião que maneja o seu bisturi em movimentos rápidos e precisos. Se para o operário a invalidez de uma de suas mãos significa a perda de sua capacidade para o trabalho, para os outros representa toda uma gama de dificuldades a começar pelo seu relacionamento do dia a dia." Apesar de haver quase um consenso no que se refere à forma de reconstrução das lesões crônicas dos tendões flexores, observamos uma diversidade muito grande em relação aos resultados obtidos, muitas vezes, pouco animadores, o que nos motivou a realização deste trabalho relatando nossa experiência. Baseado em nossos resultados propomos uma discussão sobre os eventuais fatores que contribuem para obtenção de um resultado mais satisfatório.
CASUÍSTICA A casuística consta de trinta e seis dedos em vinte e quatro pacientes operados no período compreendido de 1994 a 1997, onde vinte pacientes eram do sexo masculino, e quatro do sexo feminino. A idade variou de 6 a 47 anos com média de 20 anos. O dedo mais acometido foi o 2º quirodáctilo (44%); e a zona mais lesada, segundo classificação Verdan(19), foi a do tipo II em 22 casos (88%). O intervalo decorrido entre a lesão e o 1º estágio cirúrgico variou de 1½ meses a vinte meses com média de 3 meses. O sumário geral da casuística está apresentado na (tabela 1), onde se notam número de ordem, iniciais dos pacientes, idade, sexo, tipo de lesão ocorrida, localização das lesões com suas respectivas zonas e o intervalo de tempo entre a lesão e o 1º estágio cirúrgico.
Todos os pacientes foram avaliados pré-operatoriamente e classificados segundo a classificação(6) que considera o grau de extensão da lesão e estabelece também o seu prognóstico. (Tabela 2).
MÉTODO Técnica operatória A técnica consiste em um 1º estágio onde se faz implante de espaçador de silicone por todo o trajeto do tendão flexor até a base da falange distal dos dedos. Alguns procedimentos cirúrgicos, complementares e necessários como: capsulotomias ou reparações das lesões associadas, como por exemplo o nervo digital, também são realizados neste estágio. Abordamos a lesão através de incisão volar em Zigue Zague(8) (Fig. 1).
A colocação do espaçador de silicone nos dedos acometidos vai desde a inserção do flexor profundo dos dedos na falange distal, até a região do terço distal do antebraço (Fig. 2).
Distalmente, sempre suturamos o espaçador ao coto do tendão flexor remanescente na falange distal, porém proximalmente o deixamos livre. O espaçador é sempre passado pelas polias remanescentes (Figs. 3 , 4 ).
Ainda neste 1º estágio, quando necessário, reconstruímos as polias A 2 e A 4 para se evitar o efeito em "arco de corda". Para tanto usamos, dois tipos de tecidos, ou uma porção do tendão do flexor superficial do próprio dedo acometido ou uma fita do retináculo extensor de aproximadamente 0,5cm de largura ao nível do punho. Quanto à reconstrução, usamos duas técnicas: a tipo I (11) que foi utilizada em 7 casos, onde realizamos a sutura da fita nas bordas fibrosas da antiga bainha e a tipo II (2,12) em 11 casos, onde abraçamos e rodeamos toda a falange óssea por baixo dos extensores na falange proximal e por cima na falange média (Figs. 5 e 6).
No pós operatório, iniciamos já no terceiro dia a mobilização passiva das articulações metacarpo e interfalangianas. 2º Estágio Após um período mínimo de 04 (quatro) meses, durante o qual forma-se uma película ao redor do silicone, criando-se um neotúnel, efetuamos a segunda fase da tenoplastia. Nessa intervenção, abordamos com mínimas incisões, as localizações das extremidades proximal e distal do espaçador de silicone já instalado, e substituímos este espaçador pelo enxerto de tendão. (Figs. 7,8).
As fontes de enxerto utilizadas foram: palmar longo ipsilateral, palmar longo contralateral, plantar delgado e extensor curto dos dedos do pé. (Figs. 9,10).
A passagem do enxerto foi feita sempre de distal para proximal, fazendo com que este habite o neo-túnel formado. (Fig. 11).
Distalmente suturamos o enxerto no coto do tendão flexor profundo remanescente que está inserido na falange distal. Para reforço desta sutura, realizamos a técnica do "Pull Out" (14). A sutura proximal do enxerto foi feita no próprio tendão flexor profundo, ou superficial do dedo acometido. Em alguns casos de lesão, utilizamos como força motora, o tendão superficial do dedo vizinho sendo geralmente o do 4º dedo. Todas as suturas foram realizadas pela técnica Pulvertaft(15). A tensão desta sutura manteve o dedo em um grau de flexão maior que os outros dedos na posição de repouso, quando a sutura era feita no próprio tendão lesado. (Fig.12).
No pós operatório mantivemos o punho em extensão neutra, articulações metacarpofalangianas em 80º e interfalangianas em 0º. Iniciamos a mobilidade passiva no quinto dia pós operatório e ativa sem resistência no 18º dia. Os pacientes utilizaram órteses por um período total de seis semanas. O sumário geral do método está apresentado na (Tabela 3), onde se notam número de ordem, iniciais do paciente, tipo de polia reconstruída, tipo de reconstrução de polia, as fontes de enxerto utilizadas e o tipo de tendão utilizado como motor na sutura proximal ao enxerto.
RESULTADO Na avaliação pós operatória usou-se a método de WHITE(21), o qual baseia-se nos seguintes parâmetros: perda de extensão, somatória da flexão das articulações interfalangianas e metacarpofalangianas e de distância Polpa-Palma, conforme se vê (Tabela 4 e nas figuras: 13, 14 e 15).
Os nossos resultados estão na (tabela 5), que segue os critérios de avaliação propostos por WHITE.
Analisando-se os resultados vemos que 5,5% foram considerados excelentes (2 dedos), 61,1% bons (22 dedos), 16,6% com resultados regulares (6 dedos) e 16,7% com maus resultados (6 dedos).
COMPLICAÇÕES Dez pacientes tiveram as seguintes complicações em 17 dedos: Aderência ao nível da sutura proximal em 3 dedos (8,3%) Pacientes números: 01 - 2º QDE, 03 - 4º QDE, 06 - 5º QDE e na distal em 6 dedos (16,6%) 6 - 4º QDE, 7- 2º QDD, 10 - 4º QDD, 15 - 3º QDD, 13 - 2º QDE, 21 - 2º QDD. Infecção em 2 dedos (5,5%) Pacientes números: 21- 2º QDD, 1- 4º QDE, migração do espaçador de silicone em 1 dedo (2,7%) Paciente número 17 - 4º QDD. Afrouxamento do tendão em 4 dedos (11,1%) pacientes números 10 - 3º QDD, 18 - 3º QDD, 2 - 3º QDE, 2 - 4º QDE. e arco de corda em 1 dedo (2,7%) Paciente número: 19 - 4º QDD. Não se constatou em nenhum caso ruptura do enxerto de tendão ou sinovite. Para as aderências tendinosas foram realizados tenólises em segundo tempo em todos os pacientes. Os casos de infecção foram tratados com antibioticoterapia e reoperados em segundo tempo. No paciente em que houve a migração do espaçador, este foi reposicionado e seguida; posteriormente a técnica normal de cirurgia, para os casos visíveis de afrouxamento do tendão foi feito retesamento e para o caso do "arco de corda" foi feito a reconstrução da polia pela técnica do tipo II.
DISCUSSÃO Quando deparamos com uma lesão dos tendões flexores a nível da mão, é de suma importância sua divisão em: aguda ou crônica. Se por um lado as lesões agudas, quando tratadas, tem um prognóstico melhor, não podemos dizer o mesmo das lesões crônicas em que se faz necessário, uma reconstrução mais complexa e portanto sujeita a uma margem maior de resultados insatisfatórios. Pela classificação de Boyes(6), dentre as crônicas, as piores quanto ao prognóstico são as de grau maior do que 3. A maioria dos casos por nós tratados são lesões crônicas assim classificadas, portanto, os piores casos. |
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