EDUCAÇÃO FÍSICA DO PROFESSOR WILLIAM PEREIRA

Este blog é a continuação de um anterior criado pelo Professor William( http://wilpersilva.blogspot.com/) que contém em seus arquivos uma infinidades de conteúdos que podem ser aproveitados para pesquisa e esta disponível na internet, como também outro Blog o 80 AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA (http://educacaofisica80aulas.blogspot.com/ ) que são conteúdos aplicados pelo Professor no seu cotidiano escolar.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Notícias da Educação Física

Notícias da Educação Física


Artigo: Avaliação de um programa de treinamento físico por quatro meses para crianças asmáticas

Posted: 31 Aug 2012 04:10 AM PDT

Pacientes com doença respiratória crônica tendem a mostrar menor tolerância ao exercício físico devido à dificuldade respiratória, restrição própria às atividades, ou falta de atividades físicas. As crianças asmáticas adquirem um estilo de vida sedentário e inclinado a condicionamento físico aeróbio inferior ao de crianças não asmáticas. Além do mais, essas crianças freqüentemente têm problemas em suas relações sociais, com atitudes negativas para com o exercício. Esses fatores combinam-se com experiências sem sucesso em atividades físicas e outras circunstâncias psicológicas.(1-2)

Ao longo dos anos, estudos envolvendo a aplicação de exercícios físicos em crianças asmáticas para complementar o tratamento farmacológico vêm demonstrando seus efeitos, tais como: melhora da performance aeróbia, diminuição do lactato sanguíneo ao esforço e diminuição da ventilação minuto (durante esforço), aumento na captação máxima de oxigênio, redução do número de crises, e redução do uso da medicação de alívio e antiinflamatória.(3-5) Desse modo, diferentes programas de treinamento físico têm sido avaliados, enfocando-se parâmetros como a duração do programa, freqüência, intensidade e modalidade do exercício (modalidades menos asmagênicas, por exemplo). Se, por um lado, esses efeitos dos exercícios físicos nas crianças asmáticas são conhecidos e demonstrados na literatura através da prática de esportes específicos, por outro, há poucos relatos sobre os efeitos do treinamento físico global, incluindo a diversidade de exercícios em solo e água. Há também poucos dados sobre a freqüência e duração das sessões de treinamento ideais para a criança asmática. Observa-se grande variabilidade entre os estudos e falta de estudos dirigidos a esses parâmetros. A maioria dos autores emprega três ou mais sessões de 50 minutos por semana.

Com base nesses dados, justificou-se a realização deste estudo, a fim de se conhecer os efeitos de um programa inédito na literatura, mais conveniente para essa faixa etária e compatível com nossas condições socioeconômicas. Esse programa constituiu-se de treinamento físico global realizado em solo e água, com atividades lúdicas e recreativas, duas vezes por semana, associado ao tratamento medicamentoso para asma. Portanto, nossos objetivos foram avaliar a distância percorrida em nove minutos e a freqüência cardíaca de repouso (avaliação de condicionamento físico) e a força dos músculos abdominais e respiratórios (avaliação de força muscular), antes e depois de quatro meses de participação num programa de exercícios físicos com as características mencionadas acima.

 

MÉTODOS

Crianças de treze escolas da rede pública da cidade de Ribeirão Preto (SP), com idade entre oito e onze anos, preencheram o questionário do International Study of Asthma and Allergy in Childhood (ISAAC), que identifica asma para estudos de prevalência.(6,7) As crianças com respostas compatíveis com asma (escore 4) foram convidadas a submeter-se a espirometria e avaliação médica. Após a confirmação do diagnóstico, crianças com asma moderada, definida conforme o Guidelines for the diagnosis and management of asthma,(8) foram convidadas a participar de um programa de exercícios físicos por quatro meses, com a finalidade de complementar o tratamento medicamentoso. As dez últimas crianças selecionadas para o estudo foram alocadas para o grupo controle e, depois de terminados os estudos, participaram de um programa de treinamento semelhante. Dois grupos foram formados: grupo exercício, com 23 crianças que receberam medicação, acompanhamento médico, educação em asma e praticaram exercícios físicos; e grupo controle, com dez crianças que receberam medicação, acompanhamento médico e educação em asma. Para completar os critérios de seleção, as crianças tinham que ter capacidade de compreender e executar os procedimentos envolvidos no protocolo, bem como de realizar exercícios físicos. Foram excluídas crianças com doença pulmonar além de asma, doença não pulmonar grave, infecção respiratória aguda nas últimas seis semanas (suspeita ou documentada), corticoterapia sistêmica e prematuridade ou problemas respiratórios no primeiro mês de vida.

As crianças selecionadas foram encaminhadas às avaliações iniciais e ao programa de exercício físico, que foram realizados na Seção de Pneumologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e no Centro de Educação Física, Esportes e Recreação de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Antes dos exercícios físicos, as crianças do grupo exercício submeteram-se a uma avaliação composta por medida das pressões respiratórias estáticas máximas: pressão inspiratória máxima, medida a partir da capacidade residual funcional, e pressão expiratória máxima, medida a partir da capacidade pulmonar total, teste da corrida em nove minutos, avaliação dos músculos abdominais utilizando a contagem do número de flexões abdominais realizadas em um minuto, teste do broncoespasmo induzido pelo exercício (BIE) e medida da freqüência cardíaca (FC) de repouso. O grupo controle foi submetido à mesma avaliação. No final do programa ou acompanhamento, todas as medidas foram repetidas, exceto o teste do BIE. A prescrição para asma foi mantida constante durante todo o estudo com corticosteróide inalatório (400 mcg de budesonida/dia) e medicação de alívio (200 mcg de salbutamol), se necessário, e houve acompanhamento médico de pediatras especializados em pneumologia.

A duração de cada sessão de exercícios foi de 90 minutos. Os exercícios aplicados tinham a seguinte seqüência: aquecimento leve de todos os membros; alongamento através de posicionamentos corporais, iniciando pelo pescoço, membros superiores e inferiores, com início suave e posterior sustentação da posição por 20 a 30 segundos; caminhada, com enfoque na compreensão dos movimentos corporais básicos do andar, ajudando assim a próxima etapa, a corrida; corrida, para cujo desenvolvimento correto era orientado o posicionamento corporal geral, com tempo inicial de 5 minutos, passando para 7, 9, 11 e 13 minutos no final do programa; e exercícios posturais globais e fortalecimento muscular geral, realizados em colchão, solo ou espaldar. Após esses exercícios em solo, a criança era encaminhada para a piscina onde o aprendizado da natação era dividido em unidades capazes de atender às necessidades básicas das crianças, com o seguinte roteiro: adaptação ao meio líquido, respiração com imersão completa e progressivamente mais prolongada, flutuação, propulsão e mergulho elementar. O programa de exercícios físicos teve duração de quatro meses (novembro a fevereiro) e freqüência de duas vezes por semana (terças e quintas-feiras), somando um total de 32 sessões. Foi considerado requisito, para continuar no estudo, a freqüência mínima de 80% e não se permitiu mais que quatro faltas seguidas.

Após receberem informações sobre os objetivos do estudo, procedimentos envolvidos e riscos, os pais assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (processo número 4097/2001).

Após a confirmação da distribuição normal dos parâmetros estudados pelo método Kolmogorov e Smirnov, foi feita a comparação entre pré e pós-treinamento, empregando-se o teste t pareado bicaudal de Student. As alterações obtidas num grupo foram comparadas com as do outro grupo pelo teste t não pareado bicaudal. Foi considerado significante o valor de p menor que 0,05.

 

RESULTADOS

As características gerais dos grupos exercício e controle foram semelhantes e estão demonstradas na Tabela 1, em que se vêem as médias das variáveis espirométricas, antropométricas e do BIE. Comparando-se os grupos controle e exercício nesta avaliação inicial, nota-se que não houve diferença significativa entre eles (p > 0,05 para todas as variáveis). A comparação da distribuição etária entre os grupos também demonstrou equilíbrio (p > 0,05). Ao se avaliar o BIE no grupo exercício, verifica-se que 74% das crianças apresentaram queda do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) maior que 10%. No grupo controle, a freqüência de BIE também foi alta: 60%. Durante o período de quatro meses, nenhum paciente teve crise de asma.

 

 

As médias das variáveis antropométricas e espirométricas nas avaliações iniciais e finais do grupo controle são mostradas na Tabela 2. Ao compararmos as médias do VEF1 (L) e VEF1 (%) nas avaliações iniciais e finais, notamos que não houve diferença significativa entre elas (p = 1 e p = 0,1). As médias das variáveis antropométricas e espirométricas nas avaliações iniciais e finais do grupo exercício são mostradas na Tabela 3. Também neste grupo não houve diferença significativa no VEF1 (L) ou VEF1 (%) (p = 0,1).

 

 

 

 

Quanto aos parâmetros utilizados para avaliar o condicionamento físico aeróbio e número de flexões abdominais, o grupo controle não apresentou diferenças significativas na comparação entre as avaliações iniciais e finais: distância percorrida em nove minutos (p = 0,580), FC de repouso (p = 0,62), flexões dos músculos abdominais (p = 0,644), pressão inspiratória máxima (p = 0,098) e pressão expiratória máxima (p = 0,222) (Tabela 4). As crianças do grupo exercício tiveram aumentos significativos quando comparadas as avaliações iniciais e finais dos parâmetros: distância percorrida em nove minutos (p < 0,0001), FC de repouso (p < 0,0001), flexões dos músculos abdominais (p < 0,0001), pressão inspiratória máxima (p < 0,0001) e pressão expiratória máxima (p < 0,0001) (Tabela 5).

 

DISCUSSÃO

Em nosso trabalho, foram aplicadas duas das avaliações que compõem o teste da American Alliance of Health, Physical Education, Recreation and Dance: medida da distância percorrida em nove minutos e avaliação do número de flexões abdominais em um minuto.(9-10) Os resultados mostram que, em decorrência dos exercícios físicos, as crianças aumentaram a distância percorrida e aumentaram o número de flexões abdominais, indicando aumento do condicionamento físico e da força muscular abdominal, índices essenciais para crianças asmáticas. Ao compararmos as avaliações iniciais e finais do grupo controle, não se observa diferença significativa na distância percorrida em nove minutos e nem na avaliação dos músculos abdominais.

A FC é outro parâmetro simples e que fornece importantes informações sobre as condições cardiovasculares. A FC de repouso pode diminuir com treinamento de resistência.(11) No presente estudo, avaliamos a FC de repouso em ambos os grupos antes e após o seguimento ou treinamento físico. Observamos que o grupo controle não teve redução deste parâmetro quando comparado com sua avaliação inicial. No grupo exercício, houve redução significativa da FC de repouso quando comparada com a avaliação inicial, o que sugere adaptação cardiovascular ao exercício.

Outros estudos vêm demostrando os benefícios do treinamento físico para a criança asmática, embora, os programas aplicados enfoquem uma atividade específica. Foi realizado um estudo envolvendo 42 crianças com asma moderada na cidade de São Paulo (SP), as quais foram submetidas a espirometria, teste do broncoespasmo induzido pelo exercício, e teste cardiopulmonar pré e pós-treinamento. Estas crianças treinaram em um ciclo-ergômetro três vezes por semana por dois meses. A melhora aeróbia com o treinamento foi inversamente relacionada ao nível de condicionamento pré-treino e era independente da doença.(12) Outros autores estudaram oito crianças com asma leve e moderada e submeteram-nas a um programa de natação diária por seis semanas. Foram detectadas mudanças significativas na capacidade aeróbia e lactato sangüíneo; o BIE, em comparação com o grupo controle, não foi significativamente diferente. Assim, conclui-se que nessas seis semanas de treinamento o efeito foi apenas na capacidade aeróbia, mas não na hiperreatividade brônquica.(13)

Ao se avaliar o BIE no grupo exercício, verifica-se que 74% das crianças apresentaram queda do VEF1 maior que 10%. No grupo controle, a freqüência de BIE também foi alta: 60%. Estudos sobre freqüência de BIE demonstram que 40% a 90% das crianças asmáticas apresentam reação brônquica ao exercício.(14-15) Em nosso estudo, o BIE foi mensurado para se confirmar a similaridade de ambos os grupos e para segurança dos pacientes durante as sessões de treinamento. Pacientes sabidamente portadores de BIE submeteram-se aos mesmos exercícios, porém com aquecimento físico e observação mais criteriosos.

Em diversos estudos envolvendo programas de exercícios físicos para crianças asmáticas, tem sido observada uma variação da duração e freqüência das sessões, bem como do período de tempo no qual os programas são aplicados. Assim, há registros de melhora dos parâmetros que avaliam condicionamento físico, com freqüência mínima de duas e máxima de seis vezes por semana; com relação à duração e ao período de aplicação do programa de treinamento, a literatura relata ser de dez minutos a duas horas e de quatro semanas a dois anos, respectivamente.(16-17) Um autor brasileiro, estudando os efeitos de um programa de tratamento com e sem treinamento físico por doze meses, duas vezes por semana, encontrou melhora na adaptação cardiovascular ao exercício e aumento na distância percorrida em nove minutos no grupo com treinamento.(18) A escolha da realização de duas sessões por semana levou em consideração o objetivo de propiciar maior adesão às sessões, tendo presente o fato de que as crianças dependem de um acompanhante, e maior número de sessões poderia acarretar ausências. O tempo de duração das sessões de 90 minutos foi escolhido com o objetivo de se aumentar a intensidade progressivamente nos diferentes tipos de exercícios, diversificar os exercícios na mesma sessão (alongamento, aeróbios, respiratórios, posturais, recreativos e iniciação à natação) e promover maiores benefícios preventivos e terapêuticos.

No nosso trabalho não foi encontrada melhora do VEF1. Um estudo que teve por objetivo investigar se um programa de atividade física para crianças asmáticas poderia modificar a função pulmonar não detectou alteração significativa da capacidade vital forçada, VEF1 ou fluxo expiratório forçado entre 25% e 75% da capacidade vital forçada, cujos resultados indicaram apenas uma tendência de melhora.(19) Outro grupo de pesquisadores, seguindo meninos asmáticos que participaram de um programa de exercícios físicos durante dois anos, relataram que eles não apresentaram aumento dos volumes pulmonares.(20)

A qualidade de vida é um parâmetro passível de melhora pelos programas de exercícios, inclusive refletindo a melhora da asma, bem como do uso de medicação, que também pode diminuir em decorrência do treinamento.(21) Em nosso estudo, estes parâmetros não foram avaliados e a distribuição das crianças entre os grupos foi realizada sem a interferência ou escolha dos investigadores, mas não aleatória, já que o grupo controle foi constituído pelas últimas crianças incluídas no estudo.

Este programa teve peculiaridades como menor freqüência e maior duração de cada sessão, para facilitar a participação das crianças sem diminuir os efeitos positivos. Freqüências como três ou quatro vezes por semana podem ser um impedimento à participação das crianças, pois, nessa faixa etária, elas dependem mais dos seus cuidadores. Além disso, atividades mais atrativas e diversificação da modalidade auxiliam a adesão.

Conclui-se que um programa de treinamento físico de quatro meses composto por exercícios realizados em solo e água, duas vezes por semana, com sessões de 90 minutos propicia melhora do condicionamento físico e aumento de força muscular em crianças asmáticas.

 

REFERÊNCIAS

1. McFadden ER. Exercise performance in the asthmatic. Am Rev Respir Dis. 1984;129 (2 Pt 2):S84-7.        [ Links ]

2. Strunk RC, Rubin D, Kelly L, Sherman B, Fukuhara J. Determination of fitness in children with asthma. Use of standardized tests for functional endurance, body fat composition, flexibility, and abdominal strength. Am J Dis Child. 1988;142(9):940-4.        [ Links ]

3. Engström I, Fällström K, Karlberg E, Sten G, Bjure J. Psychological and respiratory physiological effects of a physical exercise programme on boys with severe asthma. Acta Paediatr Scand. 1991;80(11):1058-65.        [ Links ]

4. Rasmussen F, Lambrechtsen J, Siersted HC, Hansen HS, Hansen NC. Low physical fitness in childhood is associated with the development of asthma in young adulthood: the Odense schoolchild study. Eur Respir J. 2000;16(5):866-70.        [ Links ]

5. Matsumoto I, Araki H, Tsuda K, Odajima H, Nishima S, Higaki Y, et al. Effects of swimming training on aerobic capacity and exercise induced bronchoconstriction in children with bronchial asthma. Thorax. 1999;54(3):196-201.        [ Links ]

6. Worldwide variations in the prevalence of asthma symptoms: the International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC). Eur Respir J. 1998;12(2):315-35.        [ Links ]

7. ISAAC Coordinating Committee. Manual of the International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC). Bochum and Auckland; ISAAC Co-ordinating Committee, 1992.        [ Links ]

8. National Heart, Lung and Blood Institute. Highligts of the expert panel report II: Guidelines for the Diagnosis and Management of Asthma (GINA). Bethesda: National Institutes of Health; 1997.        [ Links ]

9. American Alliance of Health, Physical Education. Recreation and Dance Health Related Physical Fitness. Test manual. Reston, Va: American Alliance of Health, Physical Education, Recreation and Dance AAHPERD; 1984.        [ Links ]

10. Strunk RC, Rubin D, Kelly L, Sherman B, Fukuhara J. Determination of fitness in children with asthma. Am J Dis Child.1988;142:940-4.        [ Links ]

11. MacArdle WD, Katch FI, Katch VL. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho. 4ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998. 695p.        [ Links ]

12. Neder JA, Nery LE, Silva CA, Cabral AL, Fernandes AL. Short term effects of aerobic training in the clinical management of moderate to severe asthma in children. Thorax. 1999; 54(3):202-6.        [ Links ]

13. Matsumoto I, Araki H, Tsuda K, Odajima H, Nishima S, Higaki Y, et al . Effects of swimming training on aerobic capacity and exercise induced bronchoconstriction in children with bronchial asthma. Thorax. 1999;54(3): 196-201.        [ Links ]

14. Kawabori I, Pierson WE, Conquest LL, Bierman CW. Incidence of exercise-induced asthma in children. J Allergy Clin Immunol. 1976;58(4):447-55.        [ Links ]

15. McFadden ER Jr. Exercise-induced airway obstruction. Clin. Chest Med. 1995;16(4):671-82.        [ Links ]

16. Van Veldhoven NH, Vermeer A, Bogaard JM, Hessels MG, Wijnroks L, Colland VT, et al. Children with asthma and physical exercise: effects of an exercise programme. Clin. Rehabil. 2001;15(4):360-70.        [ Links ]

17. Clark CJ. The role of physical training in asthma. Chest. 1992;101(5 Suppl):293S-8S.        [ Links ]

18. Costa NP. Resultados de um programa de tratamento, com ou sem treinamento físico, em crianças com asma [tese]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina; 2001.        [ Links ]

19. Teixeira, L.R.; Andrade, J.; Saraiva, P.A.P. Efeitos de um programa de atividades físicas para crianças asmáticas, avaliados por provas de função pulmonar.Rev Paul Educ Fis 1992; 6,1:3-15.        [ Links ]

20. Graff-Lonnevig V, Bevegard S, Eriksson BO, Kraepelien S, Saltin B. Two years' follow up of asthmatic boys participating in a physical activity program. Acta Paediatr. Scand.1980;69(3):347-52.        [ Links ]

21. Silva FM, Santos AC, Barros JM. As atividades físicas na recuperação de crianças portadoras de deficiência respiratória. CCS. 1994;13(4):16-21.        [ Links ]

Artigo:

Cristiane Soncino SilvaI; Lídia Alice Gomes Monteiro Marins TorresII; Abel RahalIII; João Terra FilhoIV; Elcio Oliveira ViannaIV

IDoutora pelo Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo - FMRP-USP - Ribeirão Preto (SP) Brasil
IIChefe da Unidade de Pneumologia pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo - FMRP-USP - Ribeirão Preto (SP) Brasil
IIIEducador Físico do Centro de Educação Física Esportes e Recreação da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo - FMRP-USP - Ribeirão Preto (SP) Brasil
IVDoutor em Pneumologia, Docente do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo - FMRP-USP - Ribeirão Preto (SP) Brasil



Artigo: Intensidade e duração dos esforços físicos em aulas de Educação Física

Posted: 31 Aug 2012 04:09 AM PDT


O cenário mundial referente às principais causas de morbimortalidade altera-se há algumas décadas. As doenças infectocontagiosas foram progressivamente substituídas pelas doenças e agravos não transmissíveis (DANTs).16 Estudos em saúde pública buscam cada vez mais responder questões que identifiquem e caracterizem os motivos para tais mudanças e avaliar formas de amenizar suas consequências.

Segundo a Organização Mundial da Saúdeª (OMS)morrem por ano 4,9 milhões de pessoas em decorrência do consumo de tabaco, 2,6 milhões por estarem acima do peso ou serem obesas, 4,4 milhões por níveis totais de colesterol elevados e 7,1 milhões por pressão sanguínea elevada. A atividade física está relacionada com pelo menos três desses fatores: sobrepeso e obesidade, elevados níveis totais de colesterol e pressão sanguínea.

Comportamentos relacionados à saúde, como a prática de atividade física, são, em grande parte, incorporados na infância e adolescência e tendem a manter-se na idade adulta,1,15 o que confere atenção especial a essa parcela da população na prevenção de DANTs. Estudo recente mostrou alta prevalência de inatividade física, hábitos alimentares inadequados e etilismo em adolescentes brasileiros.7

A escola configura-se como oportunidade para a aproximação e abordagem de crianças e adolescentes para inserção de conhecimentos e hábitos que promovam estilo de vida ativo, especialmente por meio das aulas curriculares de Educação Física. Para parte expressiva dos jovens, as atividades escolares são as únicas oportunidades de desenvolvimento de atividade física significativa e as escolas mostram bons resultados em intervenções para sua promoção.8,b Em estudo de revisão sistemática na América Latina, o grupo de aulas de Educação Física foi o único que apresentou evidências conclusivas de efetividade entre as intervenções estudadas para promoção de atividade física.13

A prática de atividades físicas pode estar vinculada a diversos objetivos, que variam entre os indivíduos. Entretanto, como instrumento de modulação da saúde, essa prática provoca adaptações fisiológicas em busca de equilíbrio das funções do organismo e deve ter compromisso com a intensidade, duração e frequência.19 A recomendação é de pelo menos 60 minutos por dia de atividades de intensidade moderada a vigorosa na maioria dos dias da semana para crianças e adolescentes.3 A intensidade vigorosa pode promover benefícios adicionais à intensidade moderada,20 mas também se reconhecem seus benefícios. Embora com diferenças metodológicas, estudos mostram altas prevalências de inatividade física nessa população.11,18,23 Mesmo com ampla literatura apresentando os benefícios da atividade física para a saúde na infância e adolescência,10,24 os níveis de aptidão e atividade física parecem cair nesse estágio.14,25

A abordagem dos programas escolares quanto à atividade física e sua relação com a saúde, forma de organização ou se esses temas são tratados é pouco conhecida no Brasil. Pouco se sabe se a Educação Física promove atividades com intensidade, duração e frequência suficientes para trazer benefícios à saúde dos estudantes. Os poucos estudos encontrados indicam que as aulas de Educação Física apresentam curtos períodos de intensidade suficiente para provocar adaptações fisiológicas nos estudantes.8,12

O objetivo do estudo foi analisar a intensidade e duração dos esforços físicos e fatores associados em aulas de Educação Física do ensino fundamental e médio.

 

MÉTODOS

Estudo transversal de base escolar em Pelotas, RS, de agosto a dezembro de 2009. A cidade localiza-se ao sul do Rio Grande do Sul e tem uma população de aproximadamente 320.000 habitantes. O estudo foi desenvolvido por meio de observações de aulas de Educação Física com avaliação de atividade física por acelerometria e entrevista com os estudantes.

O maior tamanho de amostra necessário foi obtido com base em estimativa no tempo das aulas despendido com esforços físicos vigorosos. O tamanho da amostra foi de 777 observações (não indivíduos) por acelerometria, considerando margem de erro de dois pontos percentuais, nível de 95% de confiança e acréscimo de 10% para eventuais perdas e recusas.

As listas com a relação de todas as escolas da cidade foram obtidas para amostragem, permanecendo para o sorteio aquelas urbanas com ensino fundamental completo e de ensino médio (n = 110). Foram sorteadas 11 escolas de ensino fundamental e oito de ensino médio, estratificadas por rede de ensino (municipal, estadual, federal e privada). Três escolas sorteadas para o nível médio coincidiram com escolas sorteadas para o nível fundamental, totalizando 16. Realizou-se o sorteio de uma turma para cada ano do ensino fundamental (a partir do sexto ano) e do ensino médio.

Quatro estudantes de cada turma foram sorteados aleatoriamente, dois meninos e duas meninas, observados durante três aulas. Estimou-se a avaliação de 68 turmas, 272 estudantes, 246 aulas (turmas separadas por sexo) e 816 observações por acelerometria (39 a mais do que as necessárias).

Ocorreu 21,3% de perdas de observações por acelerometria devido à ausência do estudante na aula de Educação Física e pela falha do acelerômetro na coleta de dados.

O questionário foi desenvolvido para este estudo e possuía questões sociodemográficas; nível, rede e ano de ensino; se o estudante gostava de participar das aulas de Educação Física, se participava de atividades físicas orientadas fora do período de aula e, caso participasse, quantas vezes por semana o fazia. O peso e a estatura dos alunos foram mensurados a partir de balança digital (estudantes sem calçados e com o mínimo de vestimenta possível) e fita métrica fixada na parede a um metro no chão (estudantes sem calçados e de costas para a parede), respectivamente.

A classificação do índice de massa corporal (IMC) dos estudantes foi realizada segundo proposta de Cole et al,5 considerando idade e sexo das crianças e adolescentes para determinar o sobrepeso e a obesidade.

A atividade física foi avaliada por meio de acelerômetros da marca Actigraph, modelo GT1M, com programação de epoch de cinco segundos. O acelerômetro foi fixado na cintura dos estudantes do início ao fim da aula de Educação Física. Foram adotados os pontos de corte para categorização dos níveis de atividade física (em counts por minuto): sedentária (zero a 100), leve (101 a 2.000), moderada (2.001 a 4.999), vigorosa (5.000 a 7.999) e muito vigorosa (> 8.000). As categorias moderada, vigorosa e muito vigorosa foram agrupadas para composição do desfecho "atividades físicas moderadas a vigorosas (AFMV)".21 O tempo total de AFMV foi registrado para cada aula.

A hora inicial de cada aula foi apontada quando pelo menos 51% dos estudantes da turma estavam presentes e a hora final quando pelo menos 51% haviam deixado o espaço. Esse registro foi utilizado para cálculo da duração de cada aula. A medida do desfecho (proporção média do tempo das aulas em AFMV) foi obtida pela divisão do tempo médio das aulas despendido em AFMV pelo tempo médio de duração total das aulas.

Os instrumentos foram aplicados por acadêmicos do curso de Educação Física treinados. Os questionários foram conferidos e digitados duplamente no programa EpiInfo 6.0. Após conferência da digitação, os dados foram transferidos para o programa Stata 10.0 para análise. Foi realizada análise descritiva (número absoluto e percentual para variáveis categóricas, e média com desvio-padrão [dp] para variáveis numéricas). As diferenças de proporções médias foram avaliadas com o teste t (variáveis com duas categorias) e análise de variância (variáveis com três ou mais categorias). O nível de significância foi de 5%.

O estudo foi realizado com o consentimento da Secretaria Municipal de Educação, Coordenadoria Regional de Educação, de cada escola, seus professores e dos responsáveis pelos estudantes. O presente estudo foi aprovado (parecer nº 040/2009) pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas.

 

RESULTADOS

Dos 272 estudantes, 6,2% não obtiveram nenhum dado de acelerometria válido e foram excluídos para as demais análises. A amostra continha 50,2% de estudantes do sexo feminino, com média de idade de 14,3 anos (dp 2,8), predominantemente de cor branca (72,6%). Os estudantes eram principalmente de escolas públicas (67,4%) e frequentavam o ensino fundamental (67,1%) (Tabela 1).

 

 

A proporção média de participação dos alunos em AFMV nas aulas foi de 32,7% (dp 25,2). O tempo médio de duração foi de 35,6 minutos (dp 6,0) e média de tempo despendido em AFMV de 12,3 minutos (dp 9,7) (Figura 1).

 

 

Os estudantes do sexo masculino (44,1%) apresentaram proporção média de tempo das aulas em AFMV significantemente maior do que estudantes do sexo feminino (21,0%; p < 0,01). Não houve diferença estatisticamente significativa entre rede pública e privada, mas a proporção média de AFMV na rede federal foi significantemente maior (49,3%; dp 27,6; p < 0,01) do que a nas redes municipal (33,9%; dp 28,6), estadual (24,8%; dp 22,4) e privada (35,3%; dp 21,0). A prática de atividades físicas orientadas fora das aulas de Educação Física foi relatada por 50,7% dos meninos e 31,1% das meninas e mostrou-se positivamente associada à proporção de tempo em AFMV (Tabela 2).

 

 

A variável "gosta de fazer aula de Educação Física" não mostrou associação com maiores proporções de AFMV, nem tampouco na amostra geral ou na análise estratificada por sexo. Relataram não gostar de fazer aula de Educação Física 3,7% dos meninos e 11,8% das meninas. As demais variáveis não apresentaram associação com a proporção do tempo despendido em AFMV nas aulas.

O período de duração teórico das aulas de Educação Física variou de 35 a 50 minutos, com a maioria das aulas (81,7%) apresentando períodos de duração teóricos de 45 minutos ou mais. No entanto, o tempo médio de duração real foi 35 minutos. A rede privada apresentou tempo médio de duração maior (38,7 minutos) em relação às demais redes e a rede municipal apresentou a menor média (33,3 minutos). A Figura 2 representa o tempo médio das aulas em que os estudantes permaneceram em AFMV.

 

 

DISCUSSÃO

A proporção média de tempo das aulas em AFMV baixa (32,7%) no presente estudo foi coerente com o observado em outros estudos.9,12 Mesmo com diferentes métodos de mensuração da atividade física, Hino et al12 mostraram proporções de 26,3% para atividades moderadas e 8,7% para atividades vigorosas, totalizando 35% de AFMV. Em outro estudo, a proporção de atividades moderadas foi de 16% e, apesar da maior proporção em atividades vigorosas em relação aos demais estudos (15%), a proporção total em AFMV foi semelhante.9

O período de duração médio das aulas de Educação Física (35 minutos) indica que parte das aulas não têm a duração aproveitada por completo. Tempos médios semelhantes para a duração das aulas foram encontrados por outros pesquisadores no Brasil9 e nos EUA.17 A troca de uniforme e o deslocamento dos estudantes da sala para o espaço de realização da aula podem explicar a diferença entre o tempo disponível e o tempo real de desenvolvimento das aulas.

A baixa média de tempo despendido efetivamente em AFMV ocorre em função de aulas com curta duração total e baixas proporções de AFMV. Outros dois estudos9,17 mostraram resultados similares, com tempos médios de 17 minutos e 12 minutos para AFMV. Para que ocorram adaptações orgânicas como resultado da prática de atividade física, os indivíduos devem ser submetidos a esforços moderados e/ou intensos que ocorrem por determinado período.19,22

As aulas de Educação Física sofrem redução nos EUA, principalmente em anos mais avançados, em favor de disciplinas presentes em avaliações e testes de conhecimento acadêmico semelhantes a vestibulares.26 No Brasil não há evidências científicas dos motivos na redução da duração e frequência das aulas, embora provavelmente sejam os mesmos.

Revisão mostrou que, mesmo com redução de tempo, a realização de atividade física age positivamente no desempenho acadêmicoc por meio de diversos mecanismos. Melhores desempenhos acadêmicos estão associados a maiores intensidades de atividade física.4 Maiores níveis de aptidão física relacionam-se com melhores desempenhos acadêmicos, sugerindo que crianças e adolescentes fisicamente ativos são propensos a melhores resultados.26

Meninos apresentaram envolvimento significantemente maior em AFMV do que meninas, em concordância com outros estudos.6,12 A diferença da prática de atividade física entre indivíduos do sexo feminino e masculino pode ser explicada por diferenças sociais e/ou culturais.27 Entretanto, em ambiente escolar, espera-se que a oferta de tempo, espaço e possibilidades de envolvimento em atividades físicas sejam as mesmas para todos os indivíduos. Essa diferença pode ser explicada pela motivação dos estudantes para a realização das aulas.

O gosto pelas aulas não apresentou significância em relação ao desfecho. No entanto, pode ter ocorrido subestimação no número de crianças que relatou não gostar das aulas de Educação Física. Ainda que essa variável tenha sido coletada sem a presença do(a) professor(a), os estudantes podem ter se sentido receosos de responder a essa questão por estarem dentro da escola, por não conhecerem o entrevistador ou por acreditarem que as informações pudessem ser repassadas ao professor, o que pode ter influenciado no resultado. Mesmo com essa limitação, as diferenças entre os sexos podem ser explicadas pelo gosto pelas aulas de Educação Física: meninas relataram não gostar de participar das aulas mais do que meninos.

O nível de atividade física decresce com o aumento da idade na adolescência,2,18 embora os esforços físicos realizados nas aulas de Educação Física não tenham diferido conforme os grupos etários, o que sugere que a diminuição nos demais estudos é explicada por redução na atividade física fora da escola. Esse resultado pode ser explicado pela obrigatoriedade da prática nas aulas de Educação Física, o que leva à participação mínima nas atividades desenvolvidas.

A proporção de AFMV não se mostrou diferente entre as redes pública e privada. Porém, após a estratificação da rede pública, a rede federal apresentou associação positiva com a proporção de AFMV. Não foram encontrados estudos que avaliassem a intensidade das aulas de Educação Física em diferentes redes de ensino, impossibilitando comparações. Não foram encontradas relações explícitas que explicassem tal associação, visto que os determinantes do envolvimento dos estudantes e desenvolvimento das aulas de Educação Física são pouco estudados. Além disso, existem duas escolas federais na cidade, e uma fez parte da amostra. Dessa forma, características específicas da escola federal podem ter influenciado os resultados, talvez mais do que a rede de ensino.

Estudantes que praticam atividades físicas orientadas fora do período escolar apresentaram proporção maior de AFMV durante as aulas. Isso pode ser explicado pelo gosto pelas aulas, sobretudo entre os que praticam atividade física fora da escola.

Os estudantes e os professores tinham conhecimento do momento da coleta de dados pela presença do observador e pela utilização do acelerômetro. Assim, o professor poderia alterar a rotina das aulas, bem como os alunos poderiam apresentar comportamento diferenciado pelo fato de estarem utilizando o acelerômetro. Entretanto, essa alteração de comportamento, caso tenha existido, pode ter ocorrido no aumento na duração e intensidade das atividades físicas, o que torna os resultados mais preocupantes.

A baixa proporção de tempo despendido nas aulas em esforços físicos com intensidade suficiente para provocar adaptações fisiológicas, assim como a curta duração desses estímulos é constatação importante, porém não suficiente. O conhecimento sobre as aulas e programas de ensino da Educação Física escolar ainda é limitado. Novos estudos que busquem identificar os fatores que influenciam no desenvolvimento das aulas, assim como os determinantes da prática de atividades físicas dos estudantes em aulas de Educação Física devem ser realizados.

Estudantes despendem pouco tempo em atividade física dentro da escola e os curtos períodos ocorrem em intensidade pelo menos moderada, quando ambos deveriam ser maiores. Ainda que tenham como uma de suas responsabilidades a autonomia para prática de atividades físicas, as aulas de Educação Física poderiam ter contribuição mais significativa para o nível de atividade física dos estudantes.

 

REFERÊNCIAS

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6. Fairclough S, Stratton G. "Physical education makes you fit and healthy". Physical education's contribution to young people's physical activity levels. Health Educ Res. 2005;20(1):14-23. DOI:10.1093/her/cyg101        [ Links ]

7. Farias Júnior JC, Mendes JKF, Barbosa DBM, Lopes AS. Fatores de risco cardiovascular em adolescentes: prevalência e associação com fatores sociodemográficos. Rev Bras Epidemiol. 2011;14(1):50-62. DOI:10.1590/S1415-790X2011000100005        [ Links ]

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12. Hino AAF, Reis RS, Rodriguez-Añez CR. Observação dos níveis de atividade física, contexto das aulas e comportamento do professor em aulas de educação física do ensino médio da rede pública. Rev Bras Ativ Fis Saude. 2007;12(3):21-30.         [ Links ]

13. Hoehner CM, Soares J, Parra Perez D, Ribeiro IC, Joshu CE, Pratt M, et al. Physical activity interventions in Latin America: a systematic review. Am J Prev Med. 2008;34(3):224-33. DOI:10.1016/j.amepre.2007.11.016        [ Links ]

14. Knuth AG, Hallal PC. Temporal trends in physical activity: a systematic review. J Phys Act Health. 2009;6(5):548-59.         [ Links ]

15. Monego ET, Jardim PCBV. Determinantes de risco para doenças cardiovasculares em escolares. Arq Bras Cardiol. 2006;87(1):37-45. DOI:10.1590/S0066-782X2006001400006        [ Links ]

16. Monteiro CA. Velhos e novos males da saúde no Brasil: a evolução do país e de suas doenças. São Paulo: Hucitec; 1995.         [ Links ]

17. Nader PR; National Institut


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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Notícias da Educação Física

Notícias da Educação Física


Ginástica de academia como proposta para as aulas de Educação Física no Ensino Médio

Posted: 30 Aug 2012 08:43 AM PDT



Introdução

    A escola, como instituição formadora, tem um importante papel na sociedade contemporânea. Esta, objetiva o ensino das habilidades físicas e intelectuais necessárias ao desempenho das diferentes funções do indivíduo, além de criar espaços de intervenção mais elaborados que visem ressignificar os saberes discentes, organizando criativamente os conhecimentos a serem tratados no tempo.

    Dentro deste contexto, a Educação Física, está inserida em um currículo que propõe vivências corporais necessárias à formação humana integral do indivíduo. Estas vivências são oportunizadas dentro da denominada cultura corporal. Por cultura corporal compreende-se todo um acervo de práticas como (jogos, ginástica, dança, lutas e os esportes) que ao longo do tempo, o homem vem criando e modificando, conforme suas necessidades (SOARES, 1992). A Educação Física, por intermédio dessa cultura, precisa dar conta dos processos cognitivos, sociais, afetivos e motores, permitindo aos discentes, saberes bem elaborados, dentro de uma proposta que venha para ressignificar a didática, bem como, a forma de ensinar no campo da Educação Física.

    Pensando neste ressignificar a prática e desvincilhando-se de alguns conteúdos tradicionais no âmbito da Educação Física é que se pensou na reelaboração das práticas corporais propostas dentro da ginástica, para o ensino médio, a fim de possibilitar ações que pudessem despertar maior interesse pelos assuntos tratados em aula, oportunizando o prazer, o bem-estar, a satisfação e a alegria, por meio do se movimentar. Esta oportunidade de vivenciar a ginástica de academia dentro do contexto escolar, ao longo de um trimestre, no ano, foi possível, a partir da inserção desta prática corporal, no componente de Educação Física dentro do Plano de Estudos da escola.

    O movimento tem grande importância biológica, psicológica, social e cultural, uma vez que é através dele que o ser humano interage com o meio ambiente para alcançar objetivos ou satisfazer suas necessidades (PAIM, 2003). O movimento coloca-se como elemento imprescindível às condições básicas de saúde, higiene, atividade física permanente, entre outros (PALMA et. al, 2008). Este núcleo, da mesma forma que os demais, é constante em toda a vida escolar do aluno, por isso a importância de abarcar estes conteúdos dentro das aulas de Educação Física, a fim de ampliar os cuidados com o corpo.

    Nota-se, que em muitos espaços escolares as aulas de Educação Física limitaram-se ao esporte, deixando de lado outras manifestações tão necessárias ao crescimento individual e coletivo. Essas limitações fazem com que muitos adolescentes se desmotivem para a prática acarretando muitas vezes a não participação nas aulas de Educação Física. Mas independentemente das modalidades ofertadas, no ensino médio, há, porém, algumas competências que precisam ser desenvolvidas ao longo do período.

    Segundo os PCNs (1999, p. 164) o aluno ao longo do ensino médio, precisa compreender o funcionamento do organismo humano, de forma a reconhecer e modificar as atividades corporais, valorizando-as como recurso para melhoria de suas aptidões físicas; desenvolver as noções conceituais de esforço, intensidade e frequência, aplicando-as em suas práticas corporais; refletir sobre as informações específicas referentes a cultura corporal, sendo capaz de discerni-las e reinterpretá-las em bases científicas, adotando uma postura autônoma na seleção de atividades e procedimentos para a manutenção ou aquisição da saúde e assumir uma postura ativa, na prática das atividades físicas, e consciente da importância delas na vida do cidadão.

    Ao encerrar o ensino médio, o aluno deverá possuir autonomia sobre os conhecimentos relacionados ao corpo, suas condições básicas de higiene e de como se organizar para uma vida saudável fazendo uso dos conhecimentos trabalhados. Enfim, realizar atividade física diariamente, mantendo os cuidados necessários com a alimentação, hidratação, evitando os excessos, observando durante o exercício físico a intensidade, duração, frequência, entre tantas outras questões importantes. Atividade física entendida "como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso" conforme (CASPERSEN apud GUEDES & GUEDES, 1995), podendo citar, atividades da vida diária como (tomar banho, vestir-se); atividades de trabalho (andar, carregar objetos); atividades de lazer (exercitar-se, praticar esportes).

    As competências citadas acima puderam ser conceitualizadas e vivenciadas ao longo do trimestre por meio da ginástica de academia. Esta modalidade foi implantada na instituição de ensino com o intuito de ampliar e aprimorar os conceitos citados e ainda visar uma conscientização sobre os cuidados relacionados á saúde para uma melhor qualidade de vida, melhorando algumas posturas dos sujeitos no dia-a-dia.

    Muitos dos adolescentes que fizeram parte desta proposta, não praticavam atividades físicas fora do contexto escolar, nem tampouco exercício físico regularmente. Relataram, porém, que as academias, os espaços para o lazer estavam muito próximos, mas em função dos compromissos estudantis, os adolescentes passaram a priorizar o estudo e não mais tanto o lazer, pela escassez do tempo. Outra questão apresentada foi o surgimento das novas tecnologias que deram origem a computadores e jogos eletrônicos tão usufruídos pelos jovens, cada vez mais modernos, reduzindo assim os momentos e interesses pela atividade física.

    Esse não praticar para além do contexto escolar leva, porém os jovens/adolescentes a uma vida mais sedentária, menos ativa, o que constitui uma excelente oportunidade para o aumento no excesso de peso, menores níveis de aptidão, capacidade cardiorrespiratória diminuída, prejudicando assim sua qualidade de vida. Estes são apenas alguns indícios acarretados pelo sedentarismo. Por isso a necessidade da realização de atividade física constante na infância e adolescência para prevenir possíveis danos a saúde.

    Na vida o ser humano passa por diferentes transformações sejam elas comportamentais ou sociais. Essas mudanças podem ser incentivadas na escola. Por isso a importância em relatar um trabalho que possibilitou a conscientização de uma vida mais ativa e saudável em jovens/adolescentes do ensino médio. Buscando incentivar a participação efetiva destes alunos nas aulas de Educação Física, de modo mais atrativo e motivacional, é que se oportunizou na instituição de ensino a oficina de ginástica de academia, de modo a promover e incentivar a reorganização dos hábitos da vida diária, incentivando a prática de atividade física para além do espaço escolar. A ginástica de academia é oferecida há alguns anos na instituição, porém o presente relato é referente ao ano de 2009.

Objetivos da proposta

    Proporcionar o conhecimento teórico e prático em relação à modalidade de ginástica de academia com o intuito de incentivar os alunos na melhoria das condições de saúde praticando exercícios físicos diariamente, buscando uma melhor qualidade de vida;

    Proporcionar mudanças comportamentais a fim de despertar o interesse para algumas atividades em específico e assim realizá-las diariamente;

    Oportunizar vivência de outras práticas corporais que se diferenciam das práticas esportivas.

População

    Participaram da oficina de ginástica de academia, um total de 18 alunos, sendo que destes 16 eram meninas e 2 eram meninos, alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio. A oficina foi desenvolvida ao longo do primeiro trimestre do ano de 2009, nos demais trimestres foram desenvolvidos esportes coletivos e dança.

Metodologia

    As atividades desenvolvidas em aula foram tratadas de forma teórica através de aulas expositivas e dialogadas. Os questionamentos e intervenções realizados pelos alunos auxiliaram na compreensão de conceitos. Concomitante as aulas teóricas foram realizadas atividades práticas que contribuíram para o processo de aprendizagem e reflexão referentes a uma vida mais ativa.

Descrição da experiência

    A oficina de ginástica de academia teve em sua proposta, conteúdos que abordaram a ginástica aeróbica, body vive, step, e aero jump, com ênfase nas questões referentes aos objetivos dos exercícios praticados, benefícios que os mesmos promovem com a prática diária, técnica de execução correta, alinhamento postural, respiração, alterações na composição corporal, frequência, intensidade, ritmo, entre outros.

    Inicialmente, antes de dar inicio aos conteúdos propostos, foi aplicada à ficha anamnese do aluno a fim de coletar dados relevantes para a prática de atividade física, uma série de informações que se fazia importante conhecer ao pensar na estruturação da aula que se iria propor. Manteve-se sempre um olhar atento a cada aluno presente na sala de aula, respeitando as limitações individuais, para que possíveis problemas ósseos, articulares ou musculares não viessem a surgir ou se agravar. Foi possível observar por meio da anamnese, que dos alunos que participaram da oficina de ginástica, poucos realizavam algum exercício físico diariamente, fora do espaço escolar.

    O desenvolvimento das aulas aconteceu a partir de exposição teórica como introdução aos conteúdos trabalhados, e vivências práticas. Foram oportunizados trabalhos que abrangeram temas como a "Importância da atividade física para a saúde na juventude e terceira idade", "Obesidade Infantil", "Nutrição", valorizando a pesquisa e produção teórica individual. Quanto à avaliação, compreendida como um processo dinâmico e contínuo de construção de conhecimento, foram proporcionados momentos de pesquisa e apresentação em seminário, vivências práticas e participação em aula, prova sistematizadora de conteúdos considerando os elementos conceituais e atitudinais ao longo do trimestre.

    As práticas aconteceram no salão dos espelhos da escola que dispunha dos materiais necessários para a realização das aulas. Estas foram além da demonstração do professor e execução do aluno. Em todas as modalidades os alunos tiveram espaço para construir suas próprias coreografias e socializar com os demais colegas. Ressaltaram que a oportunidade para criar, enriqueceu e ampliou o conhecimento adquirido pela teoria, situação em que, em pequenos grupos, precisaram por em prática, questões referentes à construção de blocos de exercícios, respeitando frase musical, intensidade e ritmo da música, entre tantas outras questões. Observaram que a grande dificuldade de alguns estava em coordenar membros superiores com os inferiores ao mesmo tempo, o ritmo da música.

    Os alunos demonstraram bastante interesse nas aulas práticas e teóricas, participando, questionando e buscando sempre sanar suas dúvidas. Houve muitos momentos em que os discentes trouxeram questões da sua realidade particular, ou seja, relatos dos hábitos da vida diária, situação em que, puderam refletir sobre possíveis mudanças para melhorar sua qualidade de vida. Percebeu-se, porém, a dificuldade de alguns, em vivenciar aulas mais intensas, a maioria dos adolescentes, demonstrou cansaço físico ao realizar as práticas propostas de ginástica, apresentando batimentos cardíacos bastante elevados, com um condicionamento físico baixo, problemas de coordenação e ritmo bem visíveis. Ficou evidente que o cansaço excessivo foi apresentado principalmente pelos alunos que disseram não praticar atividade física fora do âmbito escolar.

    A turma caracterizou-se por alunos com pouca vivência em relação às práticas desenvolvidas, muitos ressaltaram estar vivenciando tais modalidades pela primeira vez. Percebeu-se também que os jovens apresentaram dificuldades em manter-se ativamente nas atividades do início ao fim, por isso a importância e necessidade de conciliar, atividades de menor intensidade com atividades de maior intensidade e junto momentos de relaxamento.

    Para a realização das aulas de aero jump, foi preciso deslocar os alunos até uma academia do município que cedeu o espaço gratuitamente, por meio de uma parceria entre escola e academia. Isso se deu em função da escola não dispor de jumps. Conforme alguns alunos essa saída foi bem positiva, possibilitando momentos para além dos muros da escola, ou seja, percebe-se que os alunos sentem a necessidade de vivenciar situações que lhes desafiem e que não se tornem rotina.

    A modalidade do aero jump, assim como as demais, foram praticadas com o objetivo de vivenciar e conhecer outras práticas corporais proporcionando o entendimento referente aos benefícios como a melhoria da resistência cardiovascular e composição corporal; melhoria da circulação sangüínea, atividades de baixo impacto não apresentando risco de lesões, fortalecimento do aparelho motor de sustentação e coordenação motora; grande poder de motivação e relaxamento. Os alunos participaram das aulas com muita motivação, interesse e alegria observando os cuidados necessários para a prática das mesmas.

    O objetivo maior desta proposta foi oportunizar vivência das modalidades de Ginástica de Academia para maior conhecimento e esclarecimento em relação a seus conceitos e também despertar o interesse para algumas modalidades em específico, afim de que, comecem a se preocupar com sua saúde, bem estar e qualidade de vida e com a saúde das pessoas ao seu redor, que elas saibam falar sobre estas atividades, incentivando-as e adotando outras posturas no dia-a-dia.

Considerações finais

    A partir das ações propostas na oficina de ginástica de academia é possível dizer que os alunos sentiram-se mais motivados para a prática durante as aulas de Educação Física. No decorrer do trimestre não houve evasão dos alunos, a participação foi efetiva, mostrando estarem totalmente engajados com a proposta.

    Conforme relatos é possível perceber que os objetivos foram alcançados. Os conhecimentos adquiridos através dos estudos teóricos e momentos de reflexão/sistematização proporcionaram uma conscientização sobre a importância de adotar hábitos de vida mais saudáveis. As atividades práticas contribuíram na tomada de consciência de corpo, das capacidades, funções e ações que cada indivíduo pode desempenhar.

    Esta oferta possibilitou a muitos dos adolescentes envolvidos o interesse pela mesma. Ressaltaram que a partir da experiência sentiram-se mais motivados por uma ou outra prática, identificando-se. Já em específico, quanto aos meninos ressaltaram que a experiência foi muito significativa, pois vivenciaram situações de aprendizagem que fora do contexto escolar talvez não vivenciasse, mas que as modalidades esportivas ainda continuam sendo de maior interesse. A oficina priorizou a inclusão, por meio da participação e respeito às individualidades de cada um, integrando e não discriminando os menos aptos.

    Acredito que a proposição de vivência de outras práticas corporais, para além da esportiva, contribui de maneira enriquecedora na proposta da instituição, pois esta se encontra engajada num trabalho que promove estilos de vida mais ativo e saudável na população que atende.

Referências

BRASIL. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/1996, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 23 dez. 1996. BRASIL.

BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999, 364 p.

CORRÊA, Ivan Livindo de Senna. Educação Física Escolar: reflexão e ação curricular/Ivan Livindo de Senna Corrêa, Roque Luiz Moro – Ijuí: Ed. Unijuí, 2004 – 296 p. – Coleção Educação Física.

GUEDES, D. P. GUEDES, J. E. R. Exercício Físico na Promoção da Saúde. Londrina: Midiograf, 1995.

PAIM, Maria Cristina Chimelo. Desenvolvimento motor de crianças pré-escolares entre 5 e 6 anos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 8, Nº 58, março de 2003. http://www.efdeportes.com/efd58/5anos.htm

PALMA, et al. Ângela Pereira Teixeira Victoria, Educação Física e a Organização Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental. Londrina. EDUEL, 158 p. 2008.

SOARES, C.L. et al. Metodologia da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.

Autora: Vanessa Mastella Lena de Souza - vanessalena@bol.com.br